De
acordo com o doutor em Engenharia e Saneamento Ambiental, Lúcio Macedo,
atualmente as chances de um desastre ambiental, como aconteceu em
Mariana, são ainda pequenas
Apesar
de minimizar os riscos de futuros desastres ambientais no Maranhão,
como aconteceu no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG) no mês
passado, especialistas alertam para a falta de manutenção das estruturas
de algumas barragens situadas no estado. Para o doutor em Engenharia
Sanitária e Ambiental da USP, Lúcio Macedo, é preciso investir em obras
de contenção dos níveis das águas e, desta forma, proteger as populações
ribeirinhas.
Segundo o especialista, das três principais
barragens situadas no Maranhão – do Rio Flores (localizada no município
de Joselândia), Pericumã (situada em Pinheiro) e do Bacanga (instalada
em São Luís), esta última é que apresenta maior grau de degradação.
Construída em 1975, a barragem do Bacanga sofre com o desgaste de sua
estrutura. Em setembro deste ano, as comportas da barragem desabaram, o
que provocou mobilização à época do Corpo de Bombeiros do Maranhão e
Defesa Civil do Estado.
Ainda de acordo com o especialista, após o
episódio foi construída uma espécie de “paredão” ou muro de contenção
ao lado da barragem do Bacanga para o controle dos níveis das águas. “ É
uma solução, porém, não resolve o problema como um todo, a meu ver. É
necessário, por exemplo, efetuar a troca imediata das comportas e fazer
ajustes de engenharia para prolongar o tempo de vida útil daquela
estrutura”, explicou.
Bacanga
De acordo com
Lúcio Macedo, uma das soluções para a barragem do Bacanga seria a
construção de um lago de contenção, que diminuiria o processo de
assoreamento às margens do rio, preservando os recursos do meio ambiente
e minimizando as chances de inundações das comunidades adjacentes,
especialmente àquelas situadas no bairro Sá Viana. “ Desta forma,
haveria uma proteção ambiental e um reforço à própria estrutura da
barragem”, disse.
O especialista informou ainda que os riscos de
desastre ambiental na barragem do Rio Pericumã – construída em 1982 e
possui 100 metros de comprimento por 25 metros de largura – também são
grandes. “ O risco seria menor em comparação ao que pode acontecer no
Bacanga, mas também se trata de uma estrutura antiga e que necessita de
reparos”, disse. No ano passado, informações sobre a situação da
barragem do Rio Pericumã foram encaminhadas ao Governo Federal.
Rio Flores
Sobre
a barragem do Rio Flores, Lúcio Macedo informou também que foram feitas
manutenções em sua estrutura a partir de 2009, após as enchentes que
atingiram a cidade maranhense de Trizidela do Vale. “ Depois daquelas
enchentes, houve algumas intervenções na barragem, porém, são
necessárias algumas alterações de ordem de engenharia e ambiental para a
manutenção de sua vida útil”, concluiu.
Mais - Sobre
a situação na barragem do Bacanga, a Secretaria de Estado da
Infraestrutura (Sinfra) informou que a obra de recuperação das comportas
e da estrutura física serão iniciadas na próxima semana. A ordem de
serviço foi dada no dia 1º deste mês. Ainda de acordo com a pasta, a
obra deverá ser concluída no prazo de 360 dias e os recursos utilizados
serão do Tesouro Estadual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário