Andreza Delgado diz que policiais 'passaram a mão' em seu corpo.
Polícia Militar nega todas as acusações.
A professora Andreza Delgado, de 20 anos, diz que sofreu abuso sexual
de policiais militares após ser presa durante uma manifestação de
estudantes contra a reestruturação da rede estadual nesta quinta-feira
(3), em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.
Segundo ela, os abusos aconteceram na viatura e no caminho para a
delegacia. Ela foi libertada no dia seguinte, após uma audiência de
custódia. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a
Polícia Militar nega todas as acusações.
“Eu estava na calçada e depois fui arrastada para a rua antes de ir
para o camburão. Foi um policial, não foi uma policial feminina. Eles
passavam muito a mão no meu corpo”, contou (veja o depoimento no vídeo acima).
Ela diz que registrou um boletim de ocorrência no 89º Distrito
Policial, no Portal do Morumbi, e fez exames no Instituto Médico-Legal
(IML).
Segundo a SSP, a prisão da jovem foi realizada por lesão corporal, dano qualificado, corrupção de menor, resistência, desacato e desobediência. A ocorrência foi registrada no 14º Distrito Policial, em Pinheiros.
Segundo a SSP, a prisão da jovem foi realizada por lesão corporal, dano qualificado, corrupção de menor, resistência, desacato e desobediência. A ocorrência foi registrada no 14º Distrito Policial, em Pinheiros.
A jovem relata que sofreu “tortura psicológica” no estacionamento da
delegacia para onde foi levada, ainda dentro do carro da Polícia
Militar.
“Eles estavam gravando a gente com o celular pessoal, fazendo torturas
psicológicas. Me chamaram de vagabunda, macaca, dizendo que ia cortar
meu cabelo, falaram que iam pegar uma gilete para depilar minha b...”,
contou. “Não chegaram a me agredir muito, só na hora da detenção que me
apertaram.”
Andreza
Delgado foi detida por policiais militares durante protesto na Avenida
Faria Lima na quitna-feira (3) (Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo)
Ela disse estar com receio de participar de manifestações. “Eu vejo a
polícia, fico com medo, às vezes começo a chorar. Eu me senti violada,
meu corpo, minha cabeça, minha mente foram violados pelo estado”,
afirmou ao G1 nesta terça-feira (8).
Na nota, a SSP acrescenta que as alegações de Andreza também serão
apuradas, tendo sido requisitado exame de corpo de delito. A Defensoria
Pública informou que tomou conhecimento da denúncia da professora e que
está “apurando o caso e colhendo materiais para tomar as medidas
cabíveis”.
Seis pessoas foram detidas durante manifestações de estudantes na
região de Pinheiros na quinta-feira passada. Três adultos, entre elas
Andreza, foram levados à delegacia pelos crimes de desacato, corrupção
de menores e furto de cadeiras. Ela chegou a passar a noite no 89º DP,
no Portal do Morumbi, e foi liberada na sexta-feira (4).
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