Economia
Resultado abaixo do esperado está relacionado à lenta recuperação do emprego formal no país.
Pedro Rafael Vilela e Wellton Máximo / Agência Brasil
Arrecadação em queda. (Foto: Reprodução)
BRASÍLIA
- A arrecadação líquida do Regime Geral de Previdência Social (RGPS),
que envolve os trabalhadores da iniciativa privada, caiu R$ 1,95 bilhão
no bimestre encerrado em agosto. A informação foi confirmada durante a
apresentação do Relatório de Receitas e Despesas do governo federal. No
acumulado do ano, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto
Almeida, a frustração de receitas para o setor está em cerca de R$ 15
bilhões.
"Houve
mais uma queda da receita do RGPS. Isso aconteceu em todos os bimestres
do ano", afirmou. A previsão inicial de arrecadação da Previdência era
de R$ 405 bilhões, mas as atuais projeções do governo indicam receitas
na faixa de R$ 390 bilhões.
De acordo com o
secretário, o resultado abaixo do esperado está relacionado à lenta
recuperação do emprego formal no país. "Isso se reflete na [queda] da
massa salarial e consequentemente na arrecadação da Previdência",
explicou. A taxa de desemprego, segundo a mais recente Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada em agosto
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrange
12,3% da população economicamente ativa, volume 0,6% menor do que o
apurado em março. O número representa um contingente de 12,9 milhões de
pessoas sem trabalho no país.
Apesar da
queda na arrecadação de recursos da Previdência, houve aumento de R$ 3,9
bilhões nas receitas totais das União no quarto bimestre do ano
(julho/agosto) em relação ao bimestre anterior (maio/junho). O aumento
da arrecadação combinada com a redução no pagamento de despesas
obrigatórias vai permitir que o governo libere mais R$ 4,12 bilhões para
ministérios e outros órgãos públicos sem ultrapassar o limite de teto
de gastos.
Do lado das despesas, houve
redução de R$ 1,1 bilhão em pagamentos de benefícios previdenciários nos
dois últimos meses. Segundo estimativas apresentadas pelo secretário de
Orçamento Federal, George Soares, em cerca de dois anos, o governo já
conseguiu economizar R$ 10 bilhões em pagamentos de benefícios
irregulares da Previdência Social.
"Houve um
esforço de fazer a reavaliação desses benefícios, como revisão de
cadastros, mutirão de médicos peritos para revisão de auxílio-doenças.
Em termos acumulados, já rendeu algo em torno de R$ 10 bilhões",
afirmou. Apesar da economia, ressaltou Soares, o corte de benefícios
irregulares ocorre na margem dos gastos previdenciários e não resolve o
problema do setor, que, no ano passado, de acordo com o próprio governo,
registrou déficit nominal de R$ 182,4 bilhões, crescimento de 21,8% em
relação a 2016.
Mais recursos
Em
relação à disponibilização de mais R$ 4,12 bilhões para despesas de
ministérios, a equipe econômica do governo afirmou que fará uma triagem,
na semana que vem, para definir as áreas prioritárias que receberão
recursos. A demanda atual entre todas as pastas é de cerca de R$ 6,7
bilhões.
Serão priorizados, segundo o
secretário de Orçamento Federal, os pagamentos de obras em estágio
avançado, contratos de manutenção de ministérios e compromissos
internacionais do país.
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