Por Marcelo Hazan
São Paulo
Essa é a parte que caberia ao Santos, dono de 55% dos direitos do atacante. 'Com isso, a gente começa a conversar', diz fonte do clube
A viagem do vice-presidente do Santos, Odílio Rodrigues, para a Espanha
é o primeiro passo dado pelo clube na direção da venda de Neymar. Nos bastidores, dirigentes admitem que o futuro do astro da Vila Belmiro foi o real motivo do deslocamento do dirigente, apesar da versão oficial de que ele está no país apenas por motivos pessoais.
O objetivo era conhecer as propostas dos interessados, saber qual o
pensamento deles e, posteriormente, pesar na balança o que vale mais:
vender Neymar em julho para garantir algum lucro ou segurá-lo até o fim
da Copa do Mundo de 2014, quando ele poderá sair sem render nada ao
clube. A próxima janela de transferências será a última chance de o
Peixe lucrar algo, já que a partir de janeiro o atacante poderá assinar
um pré-contrato. Esta será justamente uma das pautas da próxima reunião
do Comitê de Gestão. Barcelona e Real Madrid são os principais
interessados no futebol de Neymar.
A avaliação interna é de que o dinheiro ganho com a venda imediata de
Neymar terá de ser suficiente para o clube montar um time forte e
continuar brigando por títulos, mesmo sem o camisa 11. A promessa é de
preservar os interesses do Santos e não liberá-lo por quantias
"irrisórias", que podem ser arrecadadas com receitas de patrocínio e TV,
em função do valor da imagem do astro.
- Se nos falarem que pagam € 50 milhões (R$ 131 milhões) pela nossa
parte (55%) e depois acertam o resto, aí nós vamos conversar - diz uma
fonte do GLOBOESPORTE.COM.
A DIS, dona de 40%, e a Teisa, grupo formado por investidores ligados
ao Santos e que possuem os 5% restantes, fecham a "pizza" da divisão de
Neymar. A multa rescisória do contrato está avaliada em € 65 milhões (R$
170,4 milhões).
Nesta segunda-feira, o jornal "As" afirma que o Real Madrid estaria
oferecendo € 10 milhões (cerca de R$ 26,2 milhões) líquidos anuais - o
mesmo salário do astro Cristiano Ronaldo e valor considerado teto do
clube - em um contrato de seis anos para tentar convencer o astro
santista. Antes do Barcelona entrar na briga pelo jogador, o Real
pretendia pagar € 7 milhões (cerca de R$ 18,3 milhões).
Apesar do risco de perder Neymar sem lucrar um centavo, o Santos
entende que não errou ao renovar o contrato do craque dessa forma até
2014. Os argumentos são o crescimento da torcida e os títulos
conquistados nos últimos anos.
Após o pai de Neymar dizer que é a favor da saída do filho em julho de
2014, o sonho de renovar o vínculo até 2016 está cada vez mais distante.
Como se não bastasse, a era do camisa 11 na Vila Belmiro pode acabar
antes do que todos imaginavam.
Neymar, na final do Paulistão entre Corinthians e Santos (Foto: Marcos Ribolli)
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