G1 - Da France Presse
Proteína aumenta sensibilidade de patógenos a remédios como penicilina.
Proteína aumenta sensibilidade de patógenos a remédios como penicilina.
Descoberta é promissora para enfrentar 'superbactérias' resistentes.
Leite materno tem proteína que reduz resistência de bactérias a antibióticos.
(Foto: Rede Globo/ Reprodução)
(Foto: Rede Globo/ Reprodução)
Uma proteína do leite materno ajuda a reduzir significativamente a
resistência aos antibióticos desenvolvida por alguns patógenos
causadores de pneumonias graves e outras infecções de difícil
tratamento, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira (1°) nos
Estados Unidos.
A descoberta é promissora para enfrentar o problema das "superbactérias" resistentes aos antibióticos nos hospitais, como o Staphylococcus aureus resistente à meticilina (SARM), responsável por um grande número de infecções hospitalares.
Experiências em laboratórios e com animais demonstraram que essa
proteína, chamada "Alfa-lactoalbumina humana letal a células tumorais",
conhecida como HAMLET, aumenta a sensibilidade de bactérias a vários
antibióticos, como a penicilina e a eritromicina.
Os efeitos foram tão pronunciados que as bactérias resistentes à
penicilina, como o estreptococo da pneumonia e a SARM, recuperaram a
sensibilidade aos antibióticos aos quais antes resistiam, explicaram os
cientistas, entre eles, Anders Hakansson, da Universidade de Buffalo, em
Nova York.
A pesquisa foi publicada na edição desta quarta-feira da revista PLoS ONE.
A proteína HAMLET "tem o potencial de reduzir a concentração de
antibiótico necessária para lutar contra as infecções e nos permite usar
os antibióticos mais comuns contra os patógenos resistentes", explicou
Hakansson.
As bactérias parecem ter grandes dificuldades para o desenvolvimento da
resistência à HAMLET, morrendo em grande número, inclusive depois de
terem sido expostas a esta proteína por muitas gerações, acrescentou.
"Diferente dos tratamentos sintéticos, HAMLET é uma substância que se
forma naturalmente no leite humano e não tem efeitos colaterais tóxicos
observados comumente nos antibióticos mais fortes, necessários para
matar patógenos ultra-resistentes", disse o pesquisador.
Essa mesma proteína também tem sido objeto de pesquisa sobre seu uso em
tumores cancerosos, especialmente os resistentes a outros tratamentos
de quimioterapia.
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