G1/ Jornal Nacional
Preços de hortaliças e legumes acumulam maior alta dos últimos 14 anos.
Problemas que prejudicaram a produção agrícola brasileira nos últimos meses estão aparecendo nas prateleiras de supermercado e nas feiras.
Problemas que prejudicaram a produção agrícola brasileira nos últimos
meses estão aparecendo nas prateleiras de supermercado e nas feiras. Os
preços de hortaliças e legumes acumulam a maior alta dos últimos 14
anos.
Nas plaquinhas das barracas da feira, os números assustam.
“Eu estou horrorizada, menina”, se assusta uma aposentada.
Nos primeiros três meses de 2013, a batata subiu 46%. A cebola, 69%. A cenoura, 72%.
“Ah, cenoura era uma coisa barata, R$ 1 e pouco. Agora está R$ 3 o quilo, muito caro”, diz uma dona de casa.
Mas o consumidor não se conforma mesmo com o preço do tomate. Aumentou 70% de janeiro a março.
“Olha só, quatro tomates foi R$ 8. Muito caro”, aponta uma professora.
“Eu vou comprar aquele molho de tomate pronto, eu estou achando que está mais barato”, conta outra aposentada.
O freguês reclama, e o feirante tem que negociar.
“O cliente chega aqui, desabafa na gente. E a gente, chega daqui,
aperta daqui, aperta de lá, mas ele sai satisfeito”, explica o feirante
Domingos da Fonseca.
Hortaliças e legumes são os alimentos que mais subiram. Nos últimos 12
meses, acumulam alta de 80%. A maior para o período desde 1999.
“O clima não contribuiu pra uma oferta regular desses alimentos e
também tiveram alguns aumentos de custos. Nós vimos aí aumento recente
do diesel, isso tudo também encarece o escoamento dessa produção para os
grandes centros urbanos”, esclarece o economista da FGV, André Braz.
Tão caro que dá para fazer uma comparação que antes parecia absurda.
Com o que se gasta pra comprar um quilo de tomates, no açougue, em um
dia de promoção, dá para levar para casa um quilo de carne de segunda.
“No seu bolso dói muito mais você comprar o tomate do que um quilo de carne”, diz um motorista.
Já tem até protesto nas redes sociais: uma cantina de São Paulo cortou o
tomate do cardápio e fez um apelo para que os fregueses escolham pratos
com outros ingredientes. Quem diria que o tomate viraria um luxo.
“Eu acho que é ouro, deve de ter dentro dele um ourinho, né!?”, brinca uma dona de casa.
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