Caso foi em casa noturna de Balneário Camboriú, neste sábado (6).
Assessoria do local nega que fato tenha relação com opção sexual.
André Barbosa teve o nariz quebrado e escoriações
no rosto (Foto: André Barbosa/Arquivo Pessoal)
no rosto (Foto: André Barbosa/Arquivo Pessoal)
Um jovem de 22 anos diz que foi agredido por seguranças em uma casa noturna de Balneário Camboriú
após beijar outro garoto. O caso foi na madrugada de sábado (6), quando
ele comemorava o aniversário de um amigo na boate 2ME, do Grupo Green
Valley. Os dois seguranças suspeitos de praticarem a agressão foram
detidos pela Polícia Militar, prestaram depoimento e foram liberados. Já
a casa nega que a atitude dos seguranças esteja relacionada à opção
sexual do cliente, mas ao comportamento dele e dos amigos.
Segundo André Barbosa, o rapaz agredido, por volta das 1h30, ele
voltava do banheiro quando um menino o puxou, se identificou e, após
conversarem, os dois se beijaram. "Me despedi dele e voltei para meu
grupo de amigos. Algum tempo depois esse mesmo menino passou por mim e
nos beijamos mais uma vez. Meus amigos acharam normal, pois já sabiam da
minha opção sexual. Assim que terminamos, fui abordado por um chefe da
segurança da casa. Com uma cotovelada no peito, ele me disse 'Não quero
ver você beijando mais aqui dentro'", conta o garoto, que está com o
nariz quebrado, além de escoriações pelo rosto.
Polícia prendeu seguranças suspeitos de agredir o
rapaz (Foto: André Barbosa/Divulgação)
rapaz (Foto: André Barbosa/Divulgação)
O jovem conta que no momento ficou sem reação: "Perguntei o que estava
fazendo de errado. Foi então que meus amigos se revoltaram e começaram a
chamar o segurança de homofóbico. Como houve um tumulto, um dos
seguranças bem maior do que eu, pois tenho 1,67 de altura e peso 54 kg,
me pegou pelo pescoço e arrastou para fora da casa", relata.
Segundo a Polícia Militar, em depoimento, os seguranças disseram que o
jovem estaria causando uma confusão dentro da casa noturna e, quando foi
convidado a sair, jogou uma garrafa contra um segurança. A informação
contestada pelo rapaz. "Não agredi o segurança fisicamente e muito menos
verbalmente, na saída da casa o segurança alegou que eu havia agredido
com um soco na boca, mas isso não aconteceu. Foi quando esse e outro
segurança me levaram para a porta e começaram a me agredir. Só pararam
quando meus amigos chegaram na frente da 2ME", disse.
Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da 2ME
negou que o fato esteja relacionado à opção sexual do jovem. Além disso,
alegou que o segurança que agrediu o rapaz não estava dentro do local
quando os dois jovens se beijaram. "Sempre recebemos a todos
independentemente de cor, credo ou orientação sexual. O fato é uma
situação gerada em razão da conduta inapropriada por um grupo de
clientes, promovendo agitação, empurra-empurra e gerando incômodo em
vários clientes. Vale dizer ainda que esse comportamento íntegro e de
respeito ao próximo se espera seja de homem, mulher, casal,
independentemente da opção sexual. Os mesmos não foram nada receptivos.
Uma das pessoas que compunha o grupo agrediu nosso profissional da
produção com um tapa no rosto", disse a casa, em nota.
Conforme a assessoria da boate, um segurança teria levado uma garrafada
na boca e outro rapaz do grupo negou-se a pagar a conta. "Foi abordado
por um segurança e revidou a abordagem verbal através de uma agressão
física, promovendo uma briga naquele momento. Importante destacar que
este segurança, sequer estava dentro do club no momento do primeiro
ocorrido, o que deixa ainda mais evidenciado que o fato em nada tem
relação à opção sexual do cliente", traz a nota.
A boate também afastou os seguranças e diz que vai abrir auditoria
interna para que os fatos sejam esclarecidos. O caso também foi
encaminhado para a Polícia Civil de Balneário Camboriú, onde será
investigado. Os seguranças prestaram depoimento, assinaram um termo
circunstanciado e foram liberados.
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