Candidata do PSB afirmou neste domingo que não se sente uma 'derrotada'.
Presidenciável fez pronunciamento e concedeu entrevista em São Paulo.
Em seu primeiro pronunciamento após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
confirmar Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da
eleição presidencial, a candidata do PSB, Marina Silva, afirmou que não
se considera uma "derrotada" por ficar fora da etapa decisiva da disputa
pelo Palácio do Planalto e que ela e os dirigentes do PSB devem se
reunir em breve para definir uma posição para o segundo turno.
"Queremos tomar uma posição conjunta [sobre eventual apoio no segundo
turno], baseado naquilo que nos une, que é o nosso programa. Faremos
nossas reuniões e dialogaremos internamente", disse Marina em entrevista
coletiva em São Paulo, ressaltando que o encontro deve ocorrer "dentro
do sentido de urgência" que o segundo turno exige.
Depois de ter sido apontada em pesquisas eleitorais tecnicamente empatada com a presidenciável do PT,
Marina acabou na terceira colocação na corrida presidencial. Com 99,99%
da apuração concluída, ela havia obtido 22,1 milhões de votos,
correspondentes a 21,32% do total. Já Dilma obteve 43,2 milhões de votos
(41,59%) e Aécio, 34,8 milhões (33,55%).
Em meio à entrevista coletiva, Marina criticou a gestão da presidente
Dilma Rousseff, destacando que o Brasil votou, em grande parte, contra
aquilo que identifica "errado" no atual governo. "E votou em uma mudança
qualificada", ponderou.
Candidato a vice na chapa de Marina, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS)
afirmou que os partidos que integraram sua coligação devem se reunir
nesta semana para avaliar o cenário eleitoral e definir o rumo que irão
seguir na corrida eleitoral. Mesmo sem antecipar qual candidato o PSB
deve apoiar na reta final da eleição, o parlamentar gaúcho ressaltou que
ele, pessoalmente, não deve apoiar a candidata do PT.
"Eu tenho muita dificuldade de votar na Dilma depois de tudo que eu
ouvi ela dizer de nossa candidatura. É uma opinião minha, pessoal. O meu
partido vai discutir", declarou Beto.
"Vamos defender que o bloco busque o consenso, mas não sou um cara de
esquecer ofensas. Eu e a Marina não fomos para o segundo turno, mas
vamos dormir tranquilos. Tem gente que está no segundo turno, mas está
com peso na consciência, porque usou expedientes muito ruins,
difamatórios para chegar ao segundo turno", complementou.
O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, afirmou ao final do
pronunciamento de Marina que cada legenda que compôs a coligação irá
discutir internamente as possibilidades para o segundo turno antes da
reunião que tratará do assunto. Segundo o dirigente, sua sigla quer que a
decisão sobre a etapa final da eleição seja tomada em conjunto.
"A partir de agora, cada partido estará pronto para estabelecer sua
discussão e após a decisão de cada um dos partidos vamos tomar uma
decisão. Queremos que seja uma decisão comum", observou Amaral.
Segundo a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), uma das coordenadoras da
campanha de Marina, o encontro que definirá a posição da coligação no
segundo turno será realizado nos próximos dias.
"Temos a intenção de tentar construir uma solução unitária, unificada,
de todos os partidos. Nos próximos dias, até terça ou quarta-feira, cada
um por si, os partidos reunirão suas instâncias partidárias e a partir
daí nos reuniremos mais uma vez para saber o que fazer no segundo
turno", disse a deputada federal Luiza Erundina (PSB).
Agradecimentos
Marina Silva abriu seu pronunciamento na noite deste domingo agradecendo ao seu vice, Beto Albuquerque, aos militantes do PSB e da Rede Sustentabilidade e a sua família. A ex-senadora também lembrou do acidente aéreo no qual morreu o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que, até então, encabeçava a chapa do PSB à Presidência.
Marina Silva abriu seu pronunciamento na noite deste domingo agradecendo ao seu vice, Beto Albuquerque, aos militantes do PSB e da Rede Sustentabilidade e a sua família. A ex-senadora também lembrou do acidente aéreo no qual morreu o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que, até então, encabeçava a chapa do PSB à Presidência.
Visivelmente emocionada, a presidenciável disse que, ao longo da
campanha eleitoral, fez "de tudo para honrar o legado político de
Campos. Ela destacou que, mesmo tendo se tornado alvo de ataques de
rivais, se esforçou para não entrar em um clima de "embate".
"Chegamos até aqui em circunstâncias difíceis, de conhecimento público.
Diante disso, mobilizarmos nossa campanha em torno de um programa",
relatou.
Após o TSE oficializar que Marina estava fora do segundo turno, a
candidata do PSB publicou em sua conta pessoal no microblog Twitter que
não se arrepende de sua postura durante a campanha eleitoral. Na rede
social, ele voltou a dizer que não se sentia "derrotada" e que continua
em pé por não abrir mão dos princípios para ganhar uma eleição.
"Meu objetivo não era destruir Dilma ou Aécio, PT ou PSDB. Meu objetivo de vida é ajudar a construir o Brasil que queremos."
Segundo ela, grande parte do Brasil votou "contra aquilo que vê como
errado no atual governo". Sem dizer quem irá apoiar na reta final da
campanha, a candidata derrotada destacou na internet que o segundo turno
é uma eleição em um tempo mais curto, mas que o programa de governo
dela continua sendo a base para qualquer diálogo.
A
candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, faz
pronunciamento e recebe um beijo de seu vice, Beto Albuquerque, após a
apuração mostrar que o 2º turno será composto por Dilma Rousseff (PT) e
Aécio Neves (PSDB). (Foto: Flavio Moraes / G1)
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