No entanto, partido não fechou consenso em torno do nome de Aécio.
Marina Silva deve anunciar sua posição nesta quinta-feira (10).
O
porta-voz da Rede, Walter Feldman, diante do predio onde mora Marina
Silva, em São Paulo (Foto: Tatiana Santiago / G1 São Paulo)
O diretório da Rede Sustentabilidade não chegou a um consenso quanto ao
apoio ao candidato Aécio Neves (PSDB), mas firmou posição em não apoiar
Dilma Roussef (PT) no segundo turno das eleições à Presidência. De
acordo com Walter Feldman, porta-voz da Rede Sustentabilidade, cerca de
20 integrantes do diretório se reuniram na noite desta terça-feira (7),
por meio de teleconferência.
O não apoio à reeleição de Dilma deverá ser ratificado em nova reunião
do diretório, a partir das 19h desta quarta-feira (8), de acordo com
Feldman. "Eu diria que são posições já firmadas, o 'não' à continuidade
do atual governo, porque a Rede (Sustentabilidade) entende que a
alternância de poder é fundamental na democracia. E ficaria dificultada
(a alternância) com a vitória do atual governo", afirmou Feldman, já na
madrugada desta quarta-feira.
Outro motivo, segundo Feldman, seria o empenho dos petistas para que a
Rede não obtivesse o registro a tempo de lançar candidatura própria no
pleito deste ano. "O PT trabalhou na questão da não aprovação da Rede
Sustentabilidade, tanto por conta das dificuldades do seu registro, como
na aprovação de lei que impede a criação do fundo partiidário e na
utilização do tempo da televisão. Na nossa avaliação, é uma agressão à
democracia muito grande", disse.
Seguno o porta-voz da Rede, a segunda posição firmada é de uma
manifestação pela mudança na política brasileira. "Por uma mudança,
porém qualificada; não apenas uma mudança. Dar uma substância, um
conteúdo, para que a mudança seja sintonizada com o desejo da sociedade
brasileira", completou.
Feldman disse que a Rede tem feito consultas informais com seus
correlegionários por meio de pesquisas de telemarketing e estas
apontaram que 73% são favoráveis a um eventual apoio a Aécio Neves e que
de 10% a 15% seriam pró-Dilma. Mas que mesmo assim ainda não há um
consenso em se apoiar Aécio Neves no segundo turno. Como o apoio não foi
definido, também não foram discutidos acordos em torno de propostas de
programa de governo com o PSDB, segundo Feldman.
Marina
Durante a tarde desta terça-feira (7) Feldman esteve no apartamento da candidata derrotada Marina Silva, no bairro Vila Nova Conceição, Zona Sul de São Paulo, onde os dois conversaram por cerca de uma hora.
Durante a tarde desta terça-feira (7) Feldman esteve no apartamento da candidata derrotada Marina Silva, no bairro Vila Nova Conceição, Zona Sul de São Paulo, onde os dois conversaram por cerca de uma hora.
Segundo Feldman, Marina deve seguir o posicionamento da Rede. "A Rede
trabalha com consenso", disse. "A Marina quer ouvir a Rede."
A Rede Sustentabilidade é o grupo político de Marina Silva, que se
abrigou no PSB para poder concorrer neste ano. Marina não conseguiu
obter registro na Justiça Eleitoral a tempo de que a Rede pudesse
disputar a eleição como um partido.
Na tarde desta quarta, a Comissão Executiva Nacional do PSB se reunirá
em Brasília. Após a reunião, deve ser anunciada oficialmente a posição
do partido.
O PSB divulgou nota na noite desta terça informando que iniciou
consulta às lideranças do partido, a fim de "assegurar a unidade". "O
movimento está alinhado ao esforço empreendido, no mesmo sentido, por
Marina Silva de consulta à Rede Sustentabilidade, e de acordo com
compromisso assumido com os demais presidentes dos partidos que formam a
Coligação Unidos pelo Brasil - PSB, PHS, PRP, PPS, PPL e PSL", diz a
nota (leia a íntegra ao final desta reportagem).
No caso da coligação Unidos pelo Brasil (PSB-PPS-PHS-PPL-PRP-PSL), que
sustentou a candidatura de Marina, a assessoria divulgou nota informando
que na quinta-feira ela e as demais lideranças dos partidos aliados
"participarão de encontro para construir um posicionamento comum da
coligação" (leia a íntegra ao final desta reportagem).
Na nota, a coligação diz que as eleições "refletiram uma posição de
insatisfação com as condições existentes no Brasil expressando
sentimentos de mudanças", mas ressalva que "as opiniões individuais de
cada partido, dirigentes e lideranças políticas das agremiações neste
momento de construção devem ser respeitadas, mas não refletem em nenhuma
hipótese a opinião da ex-candidata".
Marina Silva também mantém conversações com líderanças do PSB de
Pernambuco, estado de Eduardo Campos, presidenciável do partido, morto
em acidente aéreo em agosto e a quem Marina substituiu.
Devem se encontrar com a ex-senadora na residência dela, em São Paulo, o
prefeito de Recife, Geraldo Junior, o governador eleito de Pernambuco,
Paulo Câmara, e o senador eleito Fernando Bezerra Coelho, todos do PSB.
Leia abaixo a íntegra das notas divulgadas pelo PSB e pela coligação de partidos que apoiou Marina Silva:
Nota Oficial do PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB)
A presidência do Partido Socialista Brasileiro (PSB), de forma
preparatória à reunião já convocada da Comissão Executiva Nacional, está
em plena consulta junto às suas lideranças visando à definição
partidária em face das forças que disputam o segundo turno da eleição
presidencial. Tal esforço busca assegurar a unidade do partido, jamais
quebrada.
A decisão ocorrerá no âmbito da comissão Executiva Nacional,
marcada para as 14 horas de quarta-feira (8), na sede do PSB, em
Brasília.
O movimento está alinhado ao esforço empreendido, no mesmo sentido,
por Marina Silva de consulta à Rede Sustentabilidade, e de acordo com
compromisso assumido com os demais presidentes dos partidos que formam a
Coligação Unidos pelo Brasil - PSB, PHS, PRP, PPS, PPL e PSL.
Na quinta-feira, às 10 horas, na sede do PSB, a pedido de Marina
Silva, reunir-se-á o Colégio de Presidentes da Aliança para a tentativa
de construção de uma posição unitária e programática.
Brasília 7 de outubro de 2014
Roberto Amaral
Presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro
Presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro
NOTA DE ESCLARECIMENTO DA EX-CANDIDATA MARINA SILVA EM RELAÇÃO AO SEGUNDO TURNO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL
A ex-candidata à Presidência da República pela Coligação Unidos
pelo Brasil, Marina Silva, vem a público reafirmar o processo definido
pelos partidos que integram a aliança para contribuir para o debate do
segundo turno da disputa presidencial:
1. Os resultados das eleições refletiram uma posição de
insatisfação com as condições existentes no Brasil expressando
sentimentos de mudanças.
2. Os partidos da Coligação promoverão até amanhã, dia 8 de
outubro, reuniões de suas instâncias deliberativas para definirem os
pontos que consideram relevantes para a formulação de posicionamento
conjunto das legendas aliadas.
3. Na quinta-feira, dia 9, Marina Silva e as demais lideranças
dos partidos aliados participarão de encontro para construir um
posicionamento comum da Coligação sobre a continuidade da disputa pela
Presidência da República.
4. Marina Silva também contribuirá para a construção de uma
posição da Rede Sustentabilidade nesse processo de unidade da Coligação.
5. As opiniões individuais de cada partido, dirigentes e
lideranças políticas das agremiações neste momento de construção devem
ser respeitadas, mas não refletem em nenhuma hipótese a opinião da
ex-candidata.
São Paulo, 7 de outubro de 2014.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA COLIGAÇÃO UNIDOS PELO BRASIL
São Paulo, 7 de outubro de 2014.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA COLIGAÇÃO UNIDOS PELO BRASIL
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