Mariana Tokarnia / Agência Brasil
Além da educação básica, o ministro também falou sobre o Fies, Pronatec e o PN
BRASÍLIA
- A educação básica, que vai da creche até o ensino médio, será
prioridade do Ministério da Educação (MEC), no que diz respeito à
preservação de recursos, segundo o novo ministro da Educação, Renato
Janine Ribeiro. "Todos os ministros dizem que o foco principal é a
educação básica. Com certeza é e com certeza tem que ser e isso é mais
ou menos óbvio, as crianças são as mais vulneráveis", disse em coletiva
de imprensa logo após receber do ministro interino, Luiz Cláudio Costa, o
comando da pasta.
Ribeiro disse que o MEC vai colaborar com o
ajuste fiscal, que ainda será anunciado pela presidenta Dilma Rousseff.
Hoje (6), na posse do novo ministro, a presidenta garantiu a manutenção
dos recursos para os programas essenciais da pasta. O MEC agora avalia
quais gastos podem ser adiados e como pode colaborar com o ajuste.
"Ainda
não sabemos qual a dimensão do corte", disse o ministro. "Vamos
escalonar os desembolsos caso haja uma redução significativa". O MEC foi
a pasta que mais sofreu com a redução do fluxo do Orçamento
estabelecido pelo governo no início do ano, por ser a pasta com o maior
orçamento.
Ribeiro pretende engajar universidades e institutos
federais no ensino básico, para "aumentar a produtividade do nosso
orçamento". O ministro também destacou o Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) como um dos programas prioritários,
sem especificar se haverá ou não redução de repasses.
Em relação
ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), também não mostrou
previsões. A pasta voltou a garantir a renovação dos 1,9 milhões de
contratos já firmados. Até o momento, segundo dados do MEC, 1,5 milhões
fizeram o aditamento. Mais 210 mil firmaram novos contratos.
Na
coletiva de imprensa, voltou a enfatizar o Plano Nacional de Educação
(PNE), como "um livro guia", que, em dez anos, "trará uma mudança
radical na educação brasileira". A lei estabelece 20 metas desde a
educação infantil até a pós-graduação para serem cumpridas em uma
década. Consta no PNE o investimento de pelo menos 10% do Produto
Interno Bruno (PIB) em educação no final desse período.
Perguntado
sobre as críticas que fez ao atual governo antes de ser convidado a ser
ministro, ele disse que se sente confortável a assumir a pasta. "Quando
[Dilma] me fez o convite disse: 'professor sabemos tudo sobre o
senhor'. Entendi justamente que a presidenta estava me dispensando de
dar qualquer explição, considerei sinal de grandeza, de que aceita
críticas", disse.
Segundo o próprio ministro, ele disse em
entrevista que o PT, antes de governar, tinha um discurso essencialmente
ético e que, após assumir o país, parou de proferir esse discurso.
"Justamente quando faz críticas, se responsabiliza a resolver os
problemas", acrescentou.
Renato Janine Ribeiro é o quarto nome à
frente do Ministério da Educação em menos de dois anos. No início de
fevereiro de 2014, o então secretário executivo, Henrique Paim recebeu o
cargo do ministro Aloizio Mercadante, que assumiu por sua vez a Casa
Civil. Após Paim, a pasta foi comandada por Cid Gomes, que se envolveu
em discussão com parlamentares.
Gomes não compareceu à cerimônia
de transmissão de cargo. Ribeiro recebeu a pasta do ministro interino
Luiz Cláudio Costa, que comanda o MEC desde março.
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