- Thiago Bastos / O Estado
Devido
às altas temperaturas, pelo menos sete cidades do estado decretaram
situação de emergência; houve elevação do número de focos de incêndio
São
Luís - A estiagem começa a causar vários danos em diferentes partes do
território maranhense. Devido às altas temperaturas, pelo menos sete
cidades do estado decretaram situação de emergência. Além disso,
plantações de soja e rebanhos começam a ter perdas de produção e as
reservas florestais registram, a cada dia, elevação do número de focos
de incêndio. Estes e outros problemas foram apresentados na edição de
ontem, 25, do Globo Rural, por meio de reportagem produzida pela TV
Mirante e pelo jornalista Antônio Filho.
Na região Centro-Oeste do
estado, por exemplo, além da falta de pasto para o gado, a ausência de
água para abastecer o rebanho causa a morte de animais. Em açudes, por
exemplo, não há água para consumo humano e abastecimento das
necessidades das criações pecuárias.
Em Balsas, de acordo com os
produtores da região, a safra deste ano de soja será prejudicada. A
queda no potencial de produção do produto, segundo os economistas,
deverá se refletir nos índices de exportação dos agricultores que
cultivam o produto na região sul do território maranhense.
Além de
trazer perdas para a agricultura e pecuária, as altas temperaturas
também prejudicam as reservas ambientais. De acordo com o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Maranhão é um dos três estados
brasileiros com maiores índices de queimadas no país. Segundo o órgão,
somente este ano, foram registrados 21 mil focos de incêndios no país –
índice 16% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Uma
das reservas atingidas pelas altas temperaturas é a Terra Indígena
Arariboia, localizada no sudoeste do estado, que foi atingido há mais de
40 dias por um incêndio (agravado também pela ação dos madeireiros na
região). De acordo com informações do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), cerca de 45% da área
total da reserva já foi atingida pelas chamas. Ainda segundo o Ibama, o
incêndio na reserva ainda não está controlado, no entanto, não deverá
atingir as zonas indígenas de moradia (constituídas por representantes
das tribos Awa-Guajá e Guajajara).
Em visita à Terra Indígena
Arariboia na sexta-feira, 23, a presidente do Ibama, Marilene de
Oliveira Ramos, anunciou o aumento do número de equipes de fiscalização
locais, para impedir a ação dos exploradores de madeira, e a
intensificação do número de voos de aeronaves que sobrevoam a área e
lançam água nos focos encontrados. O governo chileno encaminhou no
domingo (17), por meio de aviões da Força Aérea do país, mais de vinte
mil litros de substância que, diluída em água, potencializa a ação do
líquido para o controle do fogo.
Saiba mais
No
total, para o combate das chamas na reserva Arariboia, o Ibama atua com
123 brigadistas, dos quais 58 são de origem indígena. Além do Ibama,
também atuam no controle do incêndio a Fundação Nacional do Índio
(Funai), o exército, o Corpo de Bombeiros do Maranhão (CBMMA), a Polícia
Militar do Maranhão PMMA) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena
(Sesai), do Ministério da Saúde.
Números
123 brigadistas auxiliam no combate ao incêndio na reserva Arariboia
20 mil litros de substância foram fornecidos por autoridades chilenas para o controle do incêndio
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