Segundo assessoria do ex-presidente, Lula foi ao MP voluntariamente.
Inquérito apura se ele favoreceu empresa privada em negociações.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou nesta quinta-feira
(15) depoimento de duas horas e meia (de 11h às 13h30) ao Ministério
Público Federal no Distrito Federal em inquérito que apura suposto tráfico de influência.
Ele prestou o depoimento voluntariamente, de acordo com o MPF-DF (leia ao final desta reportagem íntegra de nota divulgada pelo Instituto Lula).
O alvo das investigações são viagens internacionais feitas por Lula que
teriam sido bancadas pela Odebrecht. Entre os países visitados pelo
ex-presidente com patrocínio da maior construtora brasileira estão Cuba,
República Dominicana, Gana e Angola.
Em reportagem publicada em maio,
a revista "Época" revelou documentos que mostram que o Banco Nacional
de Desenvolvimento (BNDES) fechou o financiamento de, ao menos, US$ 1,6
bilhão com destino final à Odebrecht após Lula, já como ex-presidente,
se encontrar com os presidentes de Gana e da República Dominicana –
sempre bancado pela empreiteira.
De acordo com o instituto, no depoimento desta quinta Lula respondeu às
perguntas e argumentou que presidentes e ex-presidentes do mundo
inteiro defendem as empresas de seus países no exterior.
Sem interferência no BNDES
A assessoria do ex-presidente disse também que ele ressaltou “jamais ter interferido” em qualquer contrato celebrado entre o BNDES e empresas privadas.
A assessoria do ex-presidente disse também que ele ressaltou “jamais ter interferido” em qualquer contrato celebrado entre o BNDES e empresas privadas.
O depoimento de Lula foi dado ao procurador Ivan Cláudio Marx, que
assumiu a investigação sobre o ex-presidente no início deste mês.
Ele substituiu outras duas procuradoras que deixaram o caso neste ano por licença maternidade e transferência dentro do Ministério Público Federal.
O MPF-DF não informou detalhes sobre como foi o depoimento, mas
confirmou que Lula foi ao órgão espontaneamente, sem ter sido intimado.
Segredo de Justiça
A investigação sobre suposto tráfico de influência do ex-presidente tramita em segredo de Justiça. Desde o início das apurações, o MPF já solicitou informações a vários órgãos, incluindo a Odebrecht, o BNDES, a Infraero, o Itamaraty e o próprio Instituto Lula.
A investigação sobre suposto tráfico de influência do ex-presidente tramita em segredo de Justiça. Desde o início das apurações, o MPF já solicitou informações a vários órgãos, incluindo a Odebrecht, o BNDES, a Infraero, o Itamaraty e o próprio Instituto Lula.
Em julho, os investigadores pediram também compartilhamento das provas já colhidas na Operação Lava Jato, sob comando do juiz Sergio Moro, da Justiça Federal em Curitiba.
Lula não está entre os políticos que são investigados em inquéritos na Lava Jato.
Nota
O Instituto Lula divulgou a seguinte nota sobre o depoimento do ex-presidente ao Ministério Público Federal do Distrito Federal:
O Instituto Lula divulgou a seguinte nota sobre o depoimento do ex-presidente ao Ministério Público Federal do Distrito Federal:
NOTA À IMPRENSA
LULA PRESTA DEPOIMENTO VOLUNTÁRIO AO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL DO DISTRITO FEDERAL
São Paulo, 15 de outubro de 2015,
Nesta quinta-feira (15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
esteve com o Procurador da República, Ivan Cláudio Marx, e prestou
voluntariamente depoimento acerca do inquérito aberto pelo Ministério
Público do Distrito Federal (MPF-DF) pedindo esclarecimentos a respeito
das palestras e viagens ao exterior do ex-presidente.
Lula respondeu às perguntas do procurador e argumentou que os
presidentes e ex-presidentes do mundo inteiro defendem as empresas de
seus países no exterior. Afirmou também que para ele isso é motivo de
orgulho. Disse que todas as suas palestras feitas estão declaradas e
contabilizadas, com os devidos impostos pagos, e que jamais interferiu
na autonomia do BNDES e nas decisões do banco sobre concessões de
empréstimos. Em seu depoimento afirmou: "quem desconfia do BNDES não tem
noção da seriedade da instituição".
Lula ressaltou “jamais ter interferido” em qualquer contrato
celebrado entre o BNDES e empresas privadas. Mas que sempre procurou
ampliar as oportunidades de divulgação dessas companhias no exterior,
com vistas à geração de empregos e de divisas para o Brasil.
Assessoria de Imprensa do Instituto Lula
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