Ex-presidente falou em São Bernardo, durante congresso de agricultores.
TCU recomendou rejeição das contas do governo devido às 'pedaladas'.
O
ex-presidente Lula durante o I Congresso Nacional do Movimento dos
Pequenos Agricultores, em São Bernardo do Campo (SP) (Foto: Glauco
Araújo/G1)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira
(13), em São Bernardo do Campo (SP), que a presidente Dilma Rousseff fez
as chamadas "pedaladas fiscais" como meio de assegurar o pagamento dos
programas Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida.
Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a rejeição das contas
do ano passado do governo federal devido, entre outros motivos, ao
atraso nos pagamentos dos benefícios a bancos públicos. Por causa do
adiamento das transferências a instituições financeiras como Caixa
Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES, esses bancos tiveram de usar
recursos próprios para honrar os programas federais, em uma espécie de
"empréstimo" ao governo, manobra contábil apelidada de “pedalada
fiscal”.
"Agora, estou vendo a Dilma ser atacada pelas pedaladas. Não conheço o
processo, não li. A Dilma, em algum momento, ela tenha deixado de
repassar dinheiro do Orçamento para a Caixa, não sei, por conta de
algumas coisas que ela tinha de pagar e não tinha dinheiro. E qual eram
as coisas que ela tinha de pagar? Ela fez as pedaladas para pagar o
Bolsa Família. Ela fez as pedaladas para pagar o Minha Casa, Minha
Vida", disse Lula durante discurso no 1º Congresso Nacional do Movimento
dos Pequenos Agricultores.
Segundo representação do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União,
as "pedaladas" não ficaram restritas a 2014, mas continuaram neste ano.
A representação, assinada pelo procurador do MP junto ao TCU Júlio
Marcelo de Oliveira, foi protocolada na quinta-feira (8) e será agora
analisada pelo tribunal.
Além de Lula, participaram do evento de pequenos produtores rurais o
prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), o secretário de
Direitos Humanos de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT), e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias (PT).
O ministro falou sobre a possibilidade de abertura de um processo de
impeachment da presidente Dilma. "Não vamos recuar na democracia. Quem
ganhou governa. É assim na democracia e quem perdeu tem de se preparar
para a próxima eleição. Precisamos fazer acertos econômicos. Temos
desafios, mas não vamos perder o rumo", declarou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário