Saylon Sousa / Rádio Mirante AM
A
decisão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento a
respeito da suspensão do Seguro-Defeso do Pescador Artesanal, tomada na
última sexta-feira (09) não agradou a pescadores e parlamentares no
Congresso Nacional.
A suspensão de 120 dias do benefício foi
motivada pelo enorme número de fraudes presentes no programa social que
auxilia pescadores durante o período da Piracema, quando várias espécies
de peixes sobem os rios para iniciarem os rituais de reprodução, e tem a
pesca proibida por lei.
Com a suspensão, a Piracema não vai ser
respeitada até que um novo recadastramento seja feito, dessa forma os
pescadores artesanais estão livres para exercer a função. Na
justificativa da suspensão, a ministra Kátia Abreu – chefe da pasta -
ressalta a constatação de discrepâncias entre o número de beneficiários
registrados no último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), de 2010, o volume de recursos investidos no programa
e os cadastros de pescadores que servem de base aos pagamentos.
O
Deputado Federal, Sarney Filho (PV-MA), acredita que a suspensão do
benefício e liberação da pesca durante o período é um risco ao
ecossistema hídrico, pois várias espécies de peixes podem ficar ameaças
com a pesca predatória. Tanto que apresentou na Câmara dos Deputados um
projeto Decreto Legislativo para tentar sustar a portaria.
Segundo
ele, o fato de haver irregularidades nos repasses não justifica o
cancelamento do pagamento do benefício de um salário mínimo (R$ 788,00)
enquanto se poderia fazer o recadastramento sem por em risco o meio
ambiente.
"Ouve desvios no processo, mas o erro duplo do
governo foi criminalizar todo o processo. Nós temos que corrigir aquilo
que foi errado, fazer recadastramentos - que já está havendo -, se
eventualmente alguém roubou, eventualmente alguém desviou recurso,
alguém agiu de má fé, que essa pessoa seja punida, seja julgada e a
justiça diga o que ela tem que pagar, mas os pescadores que vivem do seu
pescado e os estoques de peixes que já estão acabando agora corre o
risco de acabarem", justificou sua posição.
De acordo com informação do Ministério da Agricultura – que incorporou o Ministério da Pesca e Aquicultura na última reforma ministerial –, a suspensão das instruções normativas que regem o seguro-defeso coincide com o fim do período de proibição da pesca e da consequente liberação da atividade pelos próximos oito meses. Por isso, não haverá prejuízo social para os pescadores, nem risco predatório para o meio ambiente.
Por
telefone, em entrevista ao radialista Jorge Aragão, no programa Acorda
Maranhão desta sexta-feira (16) na Rádio Mirante AM, Sarney Filho falou
sobre o projeto Decreto Legislativo e ainda comentou as últimas a
respeito de questões como o pedido de impeachment da presidente Dilma
Rousseff e a possível aprovação da volta da CPMF no Congresso.
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