Ainda há alta no acumulado do ano, graças aos seminovos.
Sem achar carro novo por menos de R$ 30 mil, cliente ainda busca o usado.
Venda de carros usados também começa a sofrer com a crise (Foto: TV Globo)
As vendas de carros usados registraram queda em setembro, pelo 2º mês
seguido, conforme dados da federação dos concessionários, a Fenabrave. O
resultado é em relação a 2014. Conforme essa comparação, desde
fevereiro último, os emplacamentos de seminovos e usados não emendavam 2
meses consecutivos de baixa nas vendas.
No acumulado do ano, no entanto, os emplacamentos de carros usados
seguem em alta de 2,36% em relação ao período de janeiro a setembro de
2014, com 7.476.566 unidades.
Vendas de usados em 2015
(em milhares)
Fonte: Fenabrave
Para a federação dos revendedores de seminovos e usados, a Fenauto, um
dos motivos para a venda de usados ainda se manter em alta sobre 2014 é o
fato de que, desde o ano passado, a maioria das montadoras parou de
vender modelos mais básicos.
Queda em agosto e setembro
Em setembro, foram vendidos 867.525 carros usados, montante 7,5% menor que o de 1 ano atrás. Em agosto, a queda havia sido bem menor, de 0,14%.
Em setembro, foram vendidos 867.525 carros usados, montante 7,5% menor que o de 1 ano atrás. Em agosto, a queda havia sido bem menor, de 0,14%.
Com isso, a relação usado/zero quilômetro mudou e, a cada 3 carros
novos vendidos, foram negociados 4 usados. O que a Fenabrave considera
normal é 3 usados para cada zero quilômetro emplacado.
"Com tudo o que ele vê, com tudo o que é publicado, o consumidor pensa
se não é melhor segurar (a troca do carro), mesmo que ele não esteja
apertado", avalia Elis Siqueira, coordenador do sistema de informações
da Fenauto.
Enquanto a associação das montadoras, a Anfavea, projeta que 2015
termine com baixa de 27,4% nos emplacamentos de carros novos, a Fenauto
não faz projeções, mas Siqueira diz que, se as negociações terminarem o
ano empatando com 2014, "vai ser um bom resultado". Segundo ele, há
chances de 2015 terminar no negativo também para os usados.
Siqueira destaca que, enquanto as negociações de automóveis com 4 anos ou mais de uso caíram neste ano, as de seminovos, como são chamados os que têm até 3 anos de uso, cresceram 37,5%.
Para ele, esse movimento acontece principalmente porque as montadoras pararam de produzir carros mais básicos e baratos a partir de 2014.
"Antes era possível encontrar carros novos como o (Fiat) Palio Economy por R$ 20 mil, R$ 22 mil. Hoje você não encontra um carro (zero) por menos de R$ 30 mil", avalia Siqueira. "No mercado de usados há muitas boas ofertas de carros mais básicos."
Fim do carro 'popular'?
Por força da obrigatoriedade de airbag e ABS em carros novos, desde 2014, modelos de entrada como o Volkswagen Gol G4 (geração antiga) e o Fiat Mille (antigo Uno) saíram de linha. Ainda no ano passado, a Ford deu fim ao Ka antigo e criou um novo carro de entrada, com o mesmo nome, porém um pouco maior e mais equipado - e bem mais caro que o "Kazinho". A Chevrolet também está aposentando seu modelo de entrada, o Celta, e diz não ter encontrado ainda um "carro de R$ 30 mil" para substituí-lo.
Pesquisando na última quinta-feira (15) nos sites das montadoras que mais vendem no Brasil, não há carro de entrada por menos de R$ 28 mil.
Veja a lista abaixo:
a partir de R$ 33.900
a partir de R$ 27.990
a partir de R$ 40.590
a partir de R$ 38.995
a partir de R$ 37.290
a partir de R$ 35.397
a partir de R$ 40.890
a partir de R$ 30.990
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