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sexta-feira, 31 de julho de 2015

MEC lança portal para receber sugestões no ensino básico

"Sem a base, fica difícil rever a formação de professores", disse Renato Janine.
Elza Fiúza / Agência Brasil
BRASÍLIA - O Ministério da Educação (MEC) lançou hoje (30) o site da Base Nacional Comum Curricular (BNC) – plataforma ampla para receber sugestões de organizações, redes de ensino e da sociedade em geral para a definição do que os alunos do ensino básico devem aprender ano a ano. No dia 15 de setembro, a pasta divulgará oficialmente a proposta preliminar para, a partir dela, coletar sugestões até o dia 15 de dezembro pelo endereço http://basenacionalcomum.mec.gov.br/.
A BNC vai dar a maior transparência possível sobre os conhecimentos que todos os estudantes devem ter, da creche ao ensino médio, detalhando o que devem aprender. O site reúne documentos teóricos, vídeos com especialistas e autoridades. É possível também ter acesso ao currículo adotado em cada estado e no Distrito Federal.
"Sem a base fica difícil rever a formação de professores, fica difícil, para não dizer impossível, pensar no material didático", diz o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro. O ministro espera concluir a BNC até março do ano que vem e enviá-la ao Conselho Nacional de Educação (CNE). "A base se tornou pivô de várias ações e pré-requisito de várias medidas necessárias para melhorar a educação brasileira", acrescenta.
O portal já está no ar. A partir de segunda-feira (3), o MEC entrará em contato com as organizações para que façam o cadastro no site e participem da elaboração da base. A partir da divulgação da proposta preliminar, o portal estará aberto para as contribuições.
A recomendação é que as redes de ensino, os movimentos sociais, entidades classistas e demais grupos enviem propostas já organizadas, que os represente. Já as contribuições individuais serão consolidadas pelo MEC. O site permite que os colaboradores enviem arquivos e que professores compartilhem, por exemplo, aplicações em sala de aula do que estão defendendo para a BNC.
A definição de uma base comum curricular é uma das estratégias que constam no Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado pela presidenta Dilma Rousseff. O PNE estabelece metas e estratégias para os próximos dez anos, de modo a melhorar a educação.
Um grupo de 116 especialistas debate no MEC a versão preliminar da BNC, que será colocada para consulta. Depois de consolidada, a proposta da base será enviada ao CNE para avaliação. Depois disso, retorna ao ministério para ser homologada. O prazo para que seja enviada ao CNE é junho de 2016.

Sem constrangimento algum, feirantes jogam lixo em via pública

 

Mesmo com a coleta de lixo diária, a avenida Kennedy está se transformado em “lixão”.
Foto: Jacilene Rodrigues/Via WhatsApp
SÃO LUÍS – As reclamações sobre o descarte irregular de lixo em São Luís aumentam a cada dia. Basta dar uma voltinha na cidade para se deparar com amontoados de lixo jogados a céu aberto, incomodando a população.
Em regiões onde há feiras, a situação fica ainda pior, como é o caso de um trecho da avenida Kennedy, no bairro da Areinha, em São Luís. No local, comerciantes e outros populares jogam dejetos no canteiro central da avenida sem a menor preocupação, como flagrou a internauta Jacilene Rodrigues.
Veja o flagrante:

A internauta registrou ainda, um vendedor de frutas e legumes jogando restos de fruta podre no meio da rua.
Veja o flagrante:

Segundo Jacilene Rodrigues, práticas como essas acontecem todos os dias na região e causam muito incômodo. “O mau cheiro está insuportável. Trabalho no comércio em frente e tenho vergonha dos clientes. O povo da feira não paga nada pra vender o peixe deles, mas nós pagamos impostos e estamos aqui nessa fedentina o dia todo de segunda a sábado. Chega a doer a cabeça de tanto fedor”, reclama a internauta.

Jacilene disse ainda, que a equipe de limpeza da Prefeitura de São Luís passa várias vezes no local, mas não leva os dejetos, pois não estão em sacolas. “Já reclamamos na Semosp (Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos), mas falaram que não podem fazer nada. O povo da feirinha coloca tripa e peixe podre no chão, sem nem se quer colocar em uma sacola de lixo para que a equipe de limpeza leve”, diz a internauta revoltada com a situação.

Nessa quarta-feira (29), o Imirante.com já havia mostrado o “lixão” que toma conta do canteiro central da avenida Kennedy, no Bairro de Fátima. O lixo jogado pelos moradores ao longo da via tem bloqueado a passagem das pessoas. Em alguns pontos, os dejetos são lançados em frente à faixa de pedestres, atrapalhando o fluxo.
Em nota enviada ao Imirante.com, ontem, a Semosp disse que “a coleta de resíduo domiciliar na Avenida Kennedy, bem como em todos os corredores viários da cidade, é realizada diariamente. No caso da Kennedy, o serviço atende à via mais de uma vez por dia, sendo realizado durante os períodos diurno e noturno”. Ainda segundo a secretaria, “o lixo encontrado nos canteiros centrais e laterais dessa avenida decorre do descarte irregular, apesar das orientações feitas aos moradores e comerciantes”.

Fenômeno da ''lua azul'' ocorre nesta sexta-feira

 

Fenômeno conhecido como “lua azul” não tem nada a ver com uma mudança na cor do nosso satélite natural.
Reprodução
SÃO PAULO - O fenômeno conhecido como “lua azul” não tem nada a ver com uma mudança na cor do nosso satélite natural. Ele é um evento astronômico raro que ocorre quando um mesmo mês tem duas luas cheias. E, nesta sexta-feira à noite, será possível curtir a segunda lua cheia de julho — a primeira foi no dia 2 —, como não acontecia há muito tempo, já que esse é um fenômeno um pouco raro. Sua última ocorrência foi em 2012, e ele só voltará a se repetir no dia 31 de janeiro de 2018. Mas quem espera ver uma orbe azulada no céu vai se decepcionar, já que a lua estará prateada, com sempre.
Apesar do evento ser interessante para os astrônomos, ele é considerado mesmo importante para os astrólogos, que dizem que a segunda lua cheia do mês marca um momento de virada, mudança e novas possibilidades. Ocasionalmente, a lua realmente fica da cor azul, mas isso geralmente acontece por causa de um vulcão em erupção. Isso acontece porque, quando há partículas finas de poeira ou fumaça no céu, elas agem como um filtro, permitindo que somente a luz azul passe através delas.
Em 1883, luas azuis apareceram quase todas as noites no céu depois que o vulcão indonésio Krakatoa explodiu com a força de uma bomba nuclear. Luas azuis também foram vistas em 1983, após a erupção do vulcão El Chichón, no México. Os incêndios florestais que produzem muita fumaça também podem desencadear o fenômeno na região da queimada.

Governo bloqueia R$ 2 bilhões do PAC e recursos da Saúde e Educação

Valor do corte extra, conforme dito semana passada, é de R$ 8,6 bilhões.
Executivo editou decreto detalhando o corte extra no orçamento deste ano.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília
O governo federal publicou nesta quinta-feira (30) decreto presidencial, em edição extra do "Diário Oficial da União", detalhando o contingenciamento adicional de recursos no orçamento deste ano - cujo valor totaliza R$ 8,6 bilhões, dos quais R$ 8,47 bilhões cabem ao Executivo.
De acordo com o Tesouro Nacional, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que já tinha sofrido bloqueio de R$ 25,7 bilhões em maio deste ano, foi novamente alvo do bloqueio de recursos - sofrendo um corte adicional de R$ 2,05 bilhões. O programa foi o que teve o maior contingenciamento adicional.
Maiores cortes (em valores)
 
Cortes em R$ milhões
-2.055-1.703-1.165-451-435-401PACSaúdeEducaçãoCiênciaFazendaDefesa-2500-2000-1500-1000-5000
Fonte: Governo Federal
Cortes adicionais
Além disso, áreas prioritárias do governo também não foram poupadas. O Ministério da Saúde, por exemplo, sofreu um bloqueio extra de recursos da ordem de R$ 1,7 bilhão em seus gastos correntes (não relacionados com investimentos), informou o Ministério da Fazenda. Foi o segundo maior corte realizado nesta semana. O Ministério da Educação, por sua vez, teve um contingenciamento adicional de R$ 1,16 bilhão nos gastos correntes, informou o Ministério da Fazenda.
Mais cedo, nesta quinta-feira, o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, declarou que todas as áreas estão sendo afetadas pelo corte extra que está sendo feito no orçamento federal, inclusive Saúde e Educação, mas observou que os limites mínimos constitucionais estão sendo mantidos. "Todos sofrerão cortes, mas preservando áreas prioritárias para o governo e respeitando sempre os limites constitucionais. Corte proporcional as áreas. Não tem nenhuma pasta especificamente afetada pelo decreto", declarou o secretário do Tesouro a jornalistas.
Segundo o Ministério do Planejamento, o contingenciamento nos Ministérios da Saúde e da Educação ficou abaixo da média geral. "No caso da Saúde o contingenciamento foi de 1,31%, enquanto que na Educação representou 2,55%. Cabe ressaltar que o orçamento dessas áreas se mantém acima do mínimo exigido pela Constituição", acrescentou.
As emendas parlamentares sofreram um bloqueio adicional de R$ 327 milhões, informou o Ministério do Planejamento. "O bloqueio dos valores primou pela qualidade do gasto público, de modo que não houve um corte linear e alguns Ministérios não foram contingenciados. Também foram consideradas as particularidades de cada política e de cada Órgão, além do ritmo de execução das obras em andamento", informou o Planejamento.
Maiores cortes (em %)
 
Cortes em relação ao limite de pagamento anterior.
-18,3-15,1-14,4-14,2-13,9-12,7Operações de CréditoDesenvolvimento AgrárioDireitos HumanosIgualdade RacialEsportePesca e Agricultura-20-15-10-50
Fonte: Governo Federal
Meta fiscal
O corte adicional no orçamento faz parte da estratégia do governo para tentar atingir a meta de superávit primário deste ano. Além disso, também aumentou tributos sobre combustíveis, automóveis, empréstimos, importados, receitas financeiras de empresas, exportações de produtos manufaturados, cerveja, refrigerantes e cosméticos e atuou na limitação de benefícios sociais, como o seguro-desemprego, o auxílio-doença, o abono salarial e a pensão por morte, medidas já aprovadas pelo Congresso Nacional.
A equipe econômica trabalha para aumentar o nível de confiança na economia brasileira e também, para que a nota brasileira, concedida pelas agências de classificação de risco, permaneça no chamado "grau de investimento" – que é um tipo de recomendação para investimento. Perdendo essa nota, as regras de vários fundos de pensão de outros países impediriam o investimento no Brasil, o que dificultaria a capacidade de o país, e das empresas do setor privado brasileiro, buscarem recursos no exterior – aumentando subsequentemente os juros destas operações.
 

Pacientes paralisados movem perna com estímulo elétrico na medula

Voluntários fizeram movimentos coordenados com técnica não invasiva.
Cientistas ainda não sabem se pacientes conseguirão voltar a andar.

 

Uma técnica que envolve estímulos elétricos na medula espinhal fez com que pacientes paralisados conseguissem movimentar voluntariamente as pernas de maneira coordenada. Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) publicaram os resultados do procedimento, testado com sucesso em quatro voluntários paralisados, na revista "Journal of Neurotrauma" nesta quinta-feira (30).

Os pacientes, que tinham de 19 a 56 anos, estavam paralisados por pelo menos dois anos depois de sofrerem lesões na coluna vertebral durante atividades esportivasfísicas e, em um caso, durante um acidente de carro.
Eles passaram por sessões semanais de 45 minutos de treinamento que combinava fisioterapia e estímulos elétricos durante 18 semanas. Durante 4 semanas, eles também receberam doses diárias de buspirona, medicamento que imita o efeito da serotonina e mostrou-se eficaz para estimular o movimento de  camundongos com lesões na medula espinhal.
Depois do tratamento, eles foram capazes de movimentar voluntariamente as pernas, de forma coordenada, enquanto recebiam estímulos elétricos feitos por eletrodos fixados na pele, em locais estratégicos da coluna vertebral.
"O fato de eles terem recuperado o controle voluntário tão rapidamente deve significar que eles tinham conexões neurais que estavam dormentes, que nós reativamos", disse o pesquisador que liderou a pesquisa, Reggie Edgerton.
Um feito semelhante foi obtido pelo mesmo grupo no ano passado, porém a estratégia envolvia uma cirurgia para implantar eletrodos.
Esta foi, portanto, a primeira vez que uma estratégia não invasiva permitiu que pacientes paralisados realizassem esse tipo de movimento. 
Os pesquisadores ainda não sabem se esses pacientes poderão continuar a desenvolver esses movimentos a ponto de conseguirem andar sozinhos, mas consideram que o avanço já é significativo.
A pesquisa foi financiada pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH).
"O potencial de oferecer uma terapia capaz de mudar a vida de pacientes sem precisar de cirurgia seria um grande avanço; poderia expandir muito o número de indivíduos que podem se beneficiar de estimulação espinhal. É um exemplo maravilhoso do poder que advém da combinação de avanços na pesquisa de biologia básica com inovações tecnológicas", diz Roderic Pettigrew, diretor do Instituto Nacional de Imagem Biomédica e Bioengenharia do NIH.

 Homem de 42 anos, que estava paralisado, conseguiu movimentar voluntariamente suas pernas graças aos estímulos elétricos  (Foto: Edgerton Lab/UCLA) Homem de 42 anos, que estava paralisado, conseguiu movimentar voluntariamente suas pernas graças aos estímulos elétricos (Foto: Edgerton Lab/UCLA)

Jovem que perdeu 74 kg em um ano engorda 30 kg em '3 meses de férias'

Ele parou com a a academia em Itapeva (SP) e voltou a comer 'porcarias'.
'Achei que não precisava mais, pois por 1 ano mantive o peso. Deslizei', diz.

Caio Gomes Silveira Do G1 Itapetininga e Região
Jovem emagreceu 74 kg em um ano, e engordou 30 em três meses (Foto: Arquivo Pessoal/ Andrei Drummond)Jovem emagreceu 74 kg em 1 ano, e engordou 30 em três meses (Foto: Arquivo Pessoal/ Andrei Drummond)
Depois de perder 74 quilos em um ano, em 2013, e manter o resultado em 2014, o jovem Andrei Augusto Drummond engordou este ano 30 quilos, quase 50% do eliminado, em o que ele chama de “três meses de férias”. O estudante de Itapeva (SP) agora tenta novamente perder peso com alimentação balanceada e horas de academia. “Achei que não precisava mais, pois por um ano mantive o peso. Deslizei, acabei sem tempo para academia e voltei a comer ‘porcarias’ como doce e refrigerante. Além disso, nesse período tirei férias de verdade, o que só ajudou para não pensar na dieta”, conta.
O rapaz de 20 anos tem 1,85 metro, pesa 139 quilos e está acima do peso desde a infância. Antes de iniciar o processo estava com 183 quilos e chegou a emagrecer até os 109. Ele aponta a faculdade de medicina veterinária como principal fator para o “deslize”.
“Como estou no 3° ano da faculdade, a aula é em tempo integral e ainda faço estágio. Com as aulas fiquei sem tempo para as atividades físicas que eram muitas. Além de academia fazia basquete, futsal, tênis. Já a alimentação não mudou muito, até porque quando emagreci só diminui a quantidade de comida e cortei refrigerante e doces”, afirma.
Drummond ressalta que a experiência mostra que mesmo após emagrecer, ele não poderá parar com a rotina de treinos e alimentação balanceada por um longo tempo. Segundo ele, o mais difícil não está em perder peso, e sim manter o resultado. “Não quero voltar com os mesmos problemas de antes: dores nas pernas, dificuldade para encontrar roupas, menor confiança e autoestima. É chato, a rotina é cansativa, mas não posso descuidar e perder o que já consegui.”

O professor de educação física Rafael e o aluno Andrei (Foto: Arquivo Pessoal/ Andrei Drummond) 
O professor de educação física Rafael e o aluno
Andrei (Foto: Arquivo Pessoal/ Andrei Drummond)
O estudante espera chegar até os 109 quilos ainda este ano e focar nos trabalhos de musculação. “Acho que consigo emagrecer os 30 quilos ainda este ano. Quando estiver com aquele peso de novo, vou procurar transformar gordura em múisculo, porque temo se emagrecer muito haver excesso de pele”, ressalta.
Opinião profissional
Para o professor de educação física Rafael Cappa, que acompanhou o processo do jovem, o fato de o estudante estar acima do peso desde a infância contribuiu para que ele ganhasse peso em tão pouco tempo. “Na verdade ele ainda não tinha emagrecido, e sim desinchado. O histórico dele é de longo tempo, e houve uma perda de peso muito rápida. Normalmente o processo de manter o novo peso leva anos para terminar, mas isso, claro, varia de caso a caso”, comenta.
O profissional faz ainda alerta que o caso do jovem é um exemplo do que pode acontecer com quem consegue perder peso. “A forma mais clara para explicar é que o Andrei estava educado e acabou se ‘deseducando’. Além de parar com a academia, voltou a comer errado. Ele vinha estável, mas com essa ruptura teve essa grande queda”, conclui.

Com 20 anos e 139 quilos, jovem quer voltar aos 109  (Foto: Arquivo Pessoal/ Andrei Drummond) 
Com 20 anos e 139 quilos, jovem quer voltar aos 109 (Foto: Arquivo Pessoal/ Andrei Drummond)

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Chega a Codó o corpo de jovem que aplicou hidrogel no pênis

Jovem morreu na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo, onde morava atualmente.
CODÓ – No fim da manhã desta quarta-feira (29), chegou à cidade de Codó no Maranhão, o corpo do jovem que morreu em Ribeirão Preto (SP), por consequência de aplicação de hidrogel no pênis.
A chegada do corpo estava marcada para essa terça-feira (28), mas houve um atraso no voo. O corpo será velado na casa da família da vítima, até às 17h desta quarta (29). Em seguida, ele será sepultado no Cemitério Codó Novo.
A família do rapaz foi procurada pela imprensa, mas não quis comentar o caso.

Sampaio terá Pimentinha contra o Atlético Goianiense

 

O atacante, junto com o zagueiro Luiz Otávio, reforçará o grupo tricolor em Goiânia.
Biné Morais/O Estado
SÃO LUÍS – Depois de perder para o Oeste na última terça-feira (28), encerrar uma série invicta de quatro jogos e desperdiçar a chance de chegar ao G-4 do Campeonato Brasileiro Série B, o Sampaio Corrêa já volta as suas atenções para o confronto diante do Atlético Goianiense, pela 16ª rodada da Segundona. A delegação do Tricolor já está em Goiânia, onde deve realizar dois treinos na Serrinha, centro de treinamento do Goiás, antes de encarar o Rubro-Negro.
Em meio à ressaca da derrota em Osasco, o Sampaio festeja o retorno de dois titulares para o confronto na capital goiana. Recuperado de lesão, o zagueiro Luiz Otávio viajará para Goiânia e se juntará ao grupo tricolor, assim como o atacante Pimentinha, que recebeu o terceiro cartão amarelo na partida contra o ABC e cumpriu suspensão no jogo contra o Oeste. Os dois atletas embarcam na manhã desta quinta-feira (30).
Para o duelo contra o Atlético Goianiense, o técnico Léo Condé deve escalar Luiz Otávio no lugar de Plínio, que recebeu o terceiro cartão amarelo contra o Oeste. Pimentinha, por sua vez, deve substituir Raí, que ainda pode aparecer no time titular, substituindo Renan Oliveira na lateral esquerda. O Sampaio Corrêa está previamente escalado com: Ruan; Daniel Damião, Edvânio, Luiz Otávio e Renan Oliveira (Raí); Léo Salino, Diones, Nadson e Válber; Pimentinha e Douglas.
Além de vencer o Atlético Goianiense, o Sampaio Corrêa precisa torcer por uma combinação de resultados para chegar ao G-4 da Série B. A partida contra o Dragão será disputada neste sábado (1º), às 16h30, no Estádio Serra Dourada, com transmissão minuto a minuto e cobertura completa do Imirante Esporte.

Dilma discutirá pauta do Congresso com governadores nesta quinta

'Governabilidade' e 'responsabilidade fiscal' são dois dos temas da reunião.
Objetivo é obter apoio contra projetos que possam gerar novas despesas.

Laís Alegretti * Do G1, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff convidou os governadores de todos os estados para uma reunião na tarde desta quinta-feira (30), em Brasília.
O G1 consultou todos os governos estaduais. Dos 27 governadores, 26 confirmaram presença – o do Mato Grosso do Sul enviará o vice.
Também participarão do encontro o vice-presidente Michel Temer e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda).
O texto do convite enviado aos governadores, assinado pela própria presidente, informa que o tema do encontro é "governabilidade, responsabilidade fiscal e colaboração federativa".
A intenção é discutir a pauta de votações do Congresso Nacional no segundo semestre, segundo informou o Palácio do Planalto. De acordo com o Blog do Camarotti, a presidente também deve anunciar medidas que favorecem os governos estaduais.
Depois de um semestre de atritos com o Executivo e de duas semanas de recesso  Câmara e Senado retomam as atividades na próxima semana com a perspectiva de votação de projetos que contrariam o governo, as chamadas ‘pautas-bomba’.
Entre esses projetos estão os que estabelecem redução das desonerações na folha de pagamento de empresas, o aumento do índice de correção dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), além de temas polêmicos como redução da maioridade e o financiamento privado de campanha.
A presidente buscará mostrar aos governadores o reflexo que essas "pautas-bomba" podem ter nos estados. A equipe de articulação política de Dilma quer sensibilizar os governadores e incentivá-los a convencer deputados e senadores aliados a atuar com “responsabilidade fiscal”, segundo apurou o G1.
Uma das principais preocupações do Planalto é com relação aos pedidos de reajuste salarial, em especial o dos servidores do Judiciário. A presidente vetou o reajuste, mas o veto ainda será analisado pelo Congresso Nacional. Segundo o governo, o projeto geraria impacto de R$ 25 bilhões nas contas públicas nos próximos quatro anos.
'Embate político'
Na última segunda-feira (27), após reunião de Dilma com os ministros que integram a coordenação política, o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) afirmou que o governo vai para o "embate político" nas votações no Congresso Nacional. ()
"Temos que agir agora para que tenhamos condições, politicamente, de fazer com que a base, que é numericamente muito vantajosa, se posicione de forma majoritária nessas votações. Vamos para o embate político", afirmou o ministro, na ocasião.
Durante a entrevista, Padilha já defendeu a ideia de que algumas "pautas-bomba" podem ter efeitos a serem "consumados por muito tempo", e não só no mandato da presidente Dilma Rousseff. "Queremos mostrar que a pauta-bomba não destrói o governo. Ela destrói é a expectativa positiva de todos os brasileiros", disse.

Atletas podem contrair doenças nas 'águas olímpicas' do Rio, diz agência

AP diz que achou bactérias de esgoto em locais de competições olímpicas.
Brasileiro do Inea afirma que segue norma de qualidade para uso recreativo.

Da Associated Press
Imagem a´rea de 27 de julho mostra a Marina da Glória, no Rio de Janeiro. (Foto: Leo Correo/AP)Imagem a´rea de 27 de julho mostra a Marina da Glória, no Rio de Janeiro. (Foto: Leo Correo/AP)
Os atletas que vão competir nos Jogos Olímpicos de 2016 terão que nadar e velejar em águas tão contaminadas por fezes humanas que se arriscarão a contrair alguma doença e não poder concluir as provas, de acordo com uma investigação da Associated Press.
Uma análise da qualidade da água encomendada pela AP encontrou níveis perigosamente altos de vírus e bactérias de esgoto humano em locais de competições olímpicas e paralímpicas. Esses resultados alarmaram especialistas internacionais e preocuparam os competidores que treinam no Rio, alguns dos quais já apresentaram febres, vômitos e diarreia.
A poluição extrema das águas é comum no Brasil, onde a maior parte dos esgotos não é tratada e uma grande quantidade de resíduos puros corre por valas abertas até riachos e rios que alimentam os locais das competições aquáticas dos Jogos Olímpicos.
Em consequência, os atletas olímpicos quase certamente entrarão em contato com vírus causadores de doenças, que, segundo alguns testes, estão presentes em níveis até 1,7 milhão de vezes acima do que seria considerado alarmante em praias no sul da Califórnia, EUA.
Apesar de décadas de promessas oficiais de limpar a sujeira das águas, o fedor de esgoto ainda recebe os turistas que pousam no aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim. Belas praias estão desertas, porque as ondas chegam à areia cheias de uma lama pútrida e, de tempos em tempos, a lagoa olímpica, Rodrigo de Freitas, fica repleta de peixes mortos em decomposição.
“O que se tem ali é basicamente esgoto puro,” disse John Griffith, biólogo marinho do instituto independente Southern California Coastal Water Research Project. Griffith examinou os protocolos, metodologia e resultados dos testes da AP. “É água dos banheiros, dos chuveiros e do que as pessoas jogam na pia, tudo misturado, que vai para a água das praias. Isso seria interditado imediatamente se fosse encontrado aqui”, disse ele, referindo-se aos Estados Unidos.

Foto de 28 de julho mostra trabalhadores retirando sujeita em um canal na Favela da Maré, no Rio de Janeiro (Foto: Silvia Izquierdo/AP) 
Foto de 28 de julho mostra trabalhadores retirando sujeita em um canal na Favela da Maré, no Rio de Janeiro (Foto: Silvia Izquierdo/AP)
Autoridades brasileiras encarregadas da qualidade da água nos locais olímpicos afirmaram que não estão monitorando a presença de vírus.
Mesmo assim, Leonardo Daemon, gerente de Qualidade da Água do Inea, disse que eles estão seguindo as normas brasileiras de qualidade de água para uso recreativo, todas baseadas em níveis bacterianos.
“Qual é a norma que deve ser seguida para quantidade de vírus? Porque presença e ausência de vírus na água ... ela precisa de um padrão, um limite,” disse Daemon. “Você não tem um padrão, uma norma que transfira a quantidade de vírus em relação a saúde humana, isso para contato em água.”
Mais de 10.000 atletas de 205 nações devem competir nos Jogos Olímpicos do ano que vem. Quase 1.400 deles estarão velejando nas águas próximas da Marina da Glória na Baía de Guanabara, nadando na praia de Copacabana e praticando canoagem e remo nas águas insalubres da Lagoa Rodrigo de Freitas.
A AP encomendou quatro rodadas de testes em cada um desses três locais de competições olímpicas, e também na água que alcança a areia da praia de Ipanema, que é muito frequentada por turistas, mas onde não será realizado nenhum evento. Trinta e sete amostras foram testadas para três tipos de adenovírus humano, além de rotavírus, enterovírus e coliformes fecais.
Os testes virais da AP, que continuarão em 2016, indicaram que nenhum dos locais é seguro para nadar ou velejar, segundo os especialistas em qualidade da água que tiveram acesso aos dados da AP.
Os resultados dos testes indicaram altas contagens de adenovírus humanos ativos e infecciosos em algumas amostras, que se replicam no trato intestinal ou respiratório de pessoas. Esses são vírus conhecidos por causar doenças estomacais, respiratórias e outras, incluindo diarreia aguda e vômitos, além de doenças cerebrais e cardíacas, que são mais graves, porém mais raras.

Foto de 5 de julho mostra águas fétidas fluindo até a Lagoa Rodrigo de Freitas, onde estão programadas as provas do remo e canoagem durante as Olimpíadas de 2016 (Foto: Felipe Dana/AP) 
Foto de 5 de julho mostra águas fétidas fluindo até a Lagoa Rodrigo de Freitas, onde estão programadas as provas do remo e canoagem durante as Olimpíadas de 2016 (Foto: Felipe Dana/AP)
As concentrações dos vírus foram aproximadamente as mesmas que são encontradas no esgoto puro, mesmo em uma das áreas menos poluídas testadas, a praia de Copacabana, onde serão realizadas as provas de natação do triatlo e maratona aquática e onde muitos dos 350.000 turistas estrangeiros esperados poderão dar seus mergulhos.
“Todos correm risco de infecção nessas áreas poluídas”, disse o Dr. Carlos Terra, hepatologista e presidente do Grupo de Fígado do Rio de Janeiro.
Um especialista americano em avaliação de risco para vírus transmitidos pela água examinou os dados da AP e estimou que os atletas internacionais em todos os locais de competições aquáticas teriam uma chance de 99% de infecção ao ingerir apenas três colheres de chá da água, embora a probabilidade de uma pessoa ficar doente dependa da imunidade e de outros fatores.
Além dos nadadores, os atletas de iatismo, canoagem e, em menor grau, de remo com frequência ficam encharcados durante a competição, e também respiram as gotículas no ar.
A Lagoa Rodrigo de Freitas, que passou por obras de limpeza em anos recentes, foi declarada segura para remadores e canoístas. No entanto, os testes da AP revelaram que suas águas estão entre as mais poluídas dos locais de competições olímpicas, com resultados que variam de 14 milhões de adenovírus por litro no extremo inferior a 1,7 bilhão por litro no extremo superior.
Em comparação, especialistas em qualidade da água que monitoram praias no sul da Califórnia ficam alarmados se encontram contagens virais de 1.000 por litro. “Se eu fosse participar das Olimpíadas”, diz Griffith, o especialista em água da Califórnia, “provavelmente chegaria com antecedência, para me expor e fortalecer meu sistema imunológico contra esses vírus antes de competir, porque não vejo como eles vão resolver esse problema do esgoto”.
Risco enorme para os atletas
Ivan Bulaja, o técnico croata da equipe de iatismo austríaca da classe 49er, está começando a compreender isso. Ele disse que seus iatistas perdem valiosos dias de treino depois de ficar doentes com vômitos e diarreia. “Esta é de longe a pior qualidade de água que já vimos em toda a nossa carreira no iatismo”, disse Bulaja.
Treinando no início deste mês na Baía de Guanabara, o velejador austríaco David Hussl conta que ele e seus colegas de equipe tomam precauções, como lavar o rosto imediatamente com água mineral quando se molham com as ondas e tomar banho assim que retornam à terra. No entanto, Hussl disse que adoeceu várias vezes. “Tive febre e problemas de estômago”, disse ele. “É sempre um dia totalmente na cama e, depois, mais uns dois ou três dias sem velejar.”
"É um risco enorme para os atletas", diz o técnico. “A gente vive por uma medalha olímpica”, afirma Bulaja, “e pode realmente acontecer de ficar doente alguns dias antes da prova e não conseguir competir”.
O Dr. Alberto Chebabo, que chefia o Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ, disse que o esgoto puro é causa de problemas de saúde pública “endêmicos” entre os brasileiros, principalmente diarreia infecciosa em crianças.
Quando chegam à adolescência, disse ele, as pessoas no Rio já foram tão expostas aos vírus que desenvolvem anticorpos.
Mas os atletas e turistas estrangeiros não terão essa proteção. “Alguém que não foi exposto a essa falta de saneamento e vai a uma praia poluída corre, obviamente, um risco muito mais alto de ser infectado”, disse Chebabo.
Estima-se que 60% dos brasileiros adultos tenham sido expostos à hepatite A, segundo o hepatologista Dr. Terra. Os médicos insistem que estrangeiros que vierem ao Rio, sejam atletas ou turistas, vacinem-se contra hepatite A. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos também recomendam que os viajantes ao Brasil sejam vacinados para febre tifoide.

Foto de 28 de abril mostra Fernando Spilki, virologista e coordenador do programa de qualidade ambiental da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, que realizou testes de qualidade da água para a AP na Marina da Glória (Foto: Felipe Dana/AP) 
Foto de 28 de abril mostra Fernando Spilki, virologista e coordenador do programa de qualidade ambiental da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, que realizou testes de qualidade da água para a AP na Marina da Glória (Foto: Felipe Dana/AP)
Sob o microscópio
Fernando Spilki, virologista e coordenador do programa de qualidade ambiental da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, realizou os testes de qualidade da água para a AP. Os testes de Spilki pesquisaram três tipos diferentes de adenovírus humano que são “marcadores” típicos dos esgotos humanos no Brasil. Ele fez testes também para enterovírus, a causa mais comum de infecções do trato respiratório superior em jovens. Pesquisou ainda sinais de rotavírus, a principal causa mundial de gastroenterite.
Os testes até agora mostram que as águas do Rio “estão cronicamente contaminadas”, disse ele. “A quantidade de matéria fecal que entra nos corpos de água no Brasil é extremamente alta. Infelizmente, temos níveis comparáveis a algumas nações africanas, à Índia.”
“A preocupação não é apenas com o que foi testado”, disse Griffith, o pesquisador norte americano. “É muito provável que haja organismos ainda piores que não foram pesquisados e que estejam ali escondidos”.
Não há falta de doenças no Rio, mas há uma grave escassez de dados sanitários referentes à água suja, disseram médicos especialistas.
As doenças com frequência acometem as pessoas com intensidade, mas a maioria não procura um médico, que provavelmente lhes recomendaria hidratação e repouso. Os pacientes raramente acompanham a evolução da doença em uma clínica, dizem os médicos.
Mundialmente, porém, o rotavírus é responsável por cerca de 2 milhões de hospitalizações e mais de 450.000 mortes de crianças a cada ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Os testes encomendados pela AP encontraram o rotavírus em três ocasiões separadas nos locais de provas olímpicas: duas vezes na lagoa e uma vez na praia ao lado da Marina da Glória, de onde os velejadores sairão com seus barcos.
Kristina Mena, professora associada de saúde pública no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas em Houston e especialista em qualidade da água, fez o que chamou de uma avaliação de risco “conservadora” para os atletas olímpicos que participarem de esportes aquáticos no Rio, considerando uma ingestão de 16 mililitros de água, ou três colheres de chá, bem menos do que os próprios atletas dizem que engolem.
Ela disse que encontrou “um risco de infecção de 99%”. “Com esses níveis de concentração viral, quer saber se eu acho que alguém deveria se expor a essas quantidades? A resposta é não”.
A AP também mediu a concentração de coliformes fecais, bactérias unicelulares que vivem no intestino de humanos e animais. Coliformes fecais podem sugerir a presença de cólera, disenteria, hepatite A e febre tifoide.
Em 75% das amostras colhidas na lagoa olímpica, o número de coliformes fecais excedeu o limite legal brasileiro para “contato secundário”, como navegação ou remo, tendo ficado, em duas amostras, mais de 10 vezes acima do nível aceitável. A Marina da Glória excedeu o limite apenas uma vez, enquanto na praia mais frequentada pelos turistas no Rio, Ipanema, a concentração de coliformes fecais ficou três vezes acima do nível aceitável em uma única amostra. Em Copacabana, os testes da AP não encontraram nenhum excesso de concentração de coliformes fecais.
Os coliformes fecais são usados há muito tempo pela maioria dos governos como um marcador para determinar se corpos de água estão poluídos, por serem relativamente fáceis e baratos de testar e encontrar. O Brasil mede somente os níveis bacterianos para determinar a qualidade da água.
No Rio, os níveis de coliformes fecais não foram tão astronômicos quanto os níveis virais que a AP encontrou. Essa discrepância está no centro de um debate global entre especialistas em água, muitos dos quais estão pressionando os governos a adotar testes virais, além dos bacterianos, para determinar a segurança da água para atividades de recreação.
O motivo é que os coliformes fecais do esgoto só conseguem sobreviver um período curto na água, especialmente nas condições de sal e sol do Rio de Janeiro. Os adenovírus humanos, por sua vez, podem sobreviver vários meses, ou talvez até anos, segundo alguns estudos.
Isso significa que, mesmo que o Rio coletasse e tratasse magicamente todo o seu esgoto amanhã, as águas ainda permaneceriam poluídas por um bom tempo.

'Uma oportunidade perdida'
Na candidatura olímpica, as autoridades cariocas prometeram que os jogos “recuperariam as águas magníficas do Rio” com um programa governamental de US$ 4 bilhões para expansão da infraestrutura de saneamento básico.

Essa foi a mais recente de uma longa lista de promessas que já custaram aos contribuintes brasileiros mais de US$ 1 bilhão, com muito pouco resultado.
O problema histórico de esgotos no Rio de Janeiro intensificou-se nas últimas décadas devido à explosão populacional, que levou muitos dos 12 milhões de habitantes da área metropolitana a se estabelecer nas imensas favelas que margeiam a baía.
O lixo flui para mais de 50 riachos que desembocam na antes cristalina Baía de Guanabara. Um fedor de lacrimejar os olhos emana de boa parte da baía e de suas praias adornadas com palmeiras, locais muito frequentados por praticantes de natação até a década de 1970, mas agora perpetuamente vedados para essa prática.
Toneladas de lixo caseiro – potes de margarina, bolas de futebol murchas, sofás encharcados e máquinas de lavar – acumulam-se junto à linha costeira e formam ilhas de resíduos.
Desde 1993, a agência de cooperação internacional do Japão despejou centenas de milhões de dólares em um projeto de limpeza da baía. O Banco Interamericano de Desenvolvimento liberou US$ 452 milhões em empréstimos para mais obras.
Uma cultura de mau gerenciamento mostrou-se um entrave para qualquer avanço. Durante anos, nenhuma das quatro estações de tratamento de esgotos construídas com o dinheiro japonês funcionou com plena capacidade.
Uma das estações, em Duque de Caxias, não tratou nem uma gota de esgoto desde sua construção em 2000 até sua inauguração em 2014. Por 14 anos, não esteve sequer conectada à rede de esgotos.
A essa altura, a agência japonesa já tinha classificado o projeto como “insatisfatório”, sem “nenhuma melhoria significativa na qualidade da água da baía”.
Como parte do seu projeto olímpico, o Brasil prometeu construir unidades de tratamento de residuos em oito rios para filtrar boa parte dos esgotos e impedir que toneladas de resíduos caseiros fluíssem para a Baía de Guanabara. Apenas uma foi construída.
As lagoas verdes fluorescentes que contornam o Parque Olímpico e que dados do próprio governo mostram estar entre as águas mais poluídas do Rio de Janeiro seriam dragadas, mas o projeto ficou preso em emaranhados burocráticos e ainda não começou.
“As autoridades brasileiras prometeram a lua para sediar as Olimpíadas, e, como é de praxe, não vão honrar com o seus compromissos”, disse Mario Moscatelli, um biólogo que passou 20 anos lutando pela limpeza das águas do Rio de Janeiro. “Estou entristecido, mas não estou espantado”.
Conforme o tempo avança, as autoridades locais reduzem suas promessas. O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, reconheceu que “para a Olimpíada não dá tempo” de terminar a limpeza da baía.
O Prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que foi uma “pena” que as promessas olímpicas não tenham sido cumpridas, acrescentando que os jogos estão se mostrando “uma oportunidade perdida” no que diz respeito à qualidade das águas.
Mas o website do comitê organizador dos Jogos Olímpicos do Rio ainda afirma que um legado fundamental dos jogos será “a recuperação e proteção do patrimônio ambiental único da região, incluindo as baías e canais” em áreas onde os esportes aquáticos acontecerão.
O redator de esportes Stephen Wade e a produtora sênior Yesica Fisch da Associated Press contribuíram para esta reportagem.

Nova planta carnívora é descoberta no Brasil graças a foto em rede social

Planta encontrada em MG usa substância grudenta para pegar insetos.
Especialistas brasileiros começaram estudo ao verem foto no Facebook.

Marina Franco Do G1, em São Paulo
O pesquisador brasileiro Paulo Gonella segura amostra de planta carnívora em visita a montanhas em Minas Gerais (Foto: Carlos Rohrbacher) 
O pesquisador brasileiro Paulo Gonella segura amostra de planta carnívora em visita a montanhas em Minas Gerais (Foto: Carlos Rohrbacher)
Pesquisadores brasileiros descobriram uma nova espécie de planta carnívora depois que uma foto dela foi publicada no Facebook. Paulo Gonella, que estuda plantas do gênero Drosera em seu doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), reconheceu se tratar de uma variedade até então desconhecida da ciência só de olhar a imagem compartilhada na rede social por um amigo seu e que, originalmente, foi postada por um orquidófilo após uma caminhada em montanhas próximas da cidade de Governador Valadares, em Minas Gerais.
“Só de ver a foto, a princípio, já deu pra levantar a suspeita de que era uma nova espécie. Ela parecia muito diferente. Entrei em contato com o fotógrafo e três meses depois estávamos viajando para estudá-la. Chegando lá e vendo ao vivo confirmamos a nossa suspeita”, diz o pesquisador ao G1.
Gonella, que atualmente mora na Alemanha, onde faz seu doutorado sanduíche no Jardim Botânico de Munique, fez a pesquisa em parceria com o também brasileiro Fernando Rivadavia, botânico que mora nos Estado Unidos. O estudo, iniciado em 2013, foi publicado no periódico internacional "Phytotaxa", na última sexta-feira (24), com a ajuda de Andreas Fleischmann, pesquisador do Jardim Botânico de Munique.

A planta carnívora Drosera magnifica captura pequenos insetos em suas folhas (Foto: Paulo Gonella) 
A planta carnívora Drosera magnifica captura
pequenos insetos em suas folhas
(Foto: Paulo Gonella)
Na pesquisa, o grupo constatou que a planta é a maior do gênero Drosera no continente americano e uma das três maiores do gênero no mundo, conta Gonella. Ela pode atingir comprimento de mais de 1,5 m, com folhas de até 24 cm. Por conta de seu tamanho e da aparência excepcional, a nova espécie foi nomeada Drosera magnifica.
Dieta carnívora
As folhas da planta têm “tentáculos” que soltam gotas de uma substância grudenta capaz de aprisionar pequenos insetos, fonte de sua dieta carnívora. Os “tentáculos”, na realidade glândulas da folhagem, são vermelhos e reluzentes, e seu visual em contraste com o verde é o que atrai os pequenos artrópodes.

Como a maioria das espécies do gênero Drosera, as folhas e os “tentáculos” se movimentam, podendo até dobrar, e aprisionam a presa ao soltar mais da substância colante em gotas que lembram gotículas de orvalho – daí o nome popular “orvalhinha” das plantas do gênero. Os insetos morrem sufocados e são digeridos por enzimas expelidas pela planta. Os animais são fonte de nutrientes como nitrogênio e fósforo.

Glândulas da planta soltam substância grudenta que aprisiona pequenos insetos, que morrem sufocados e são digeridos por enzimas (Foto: Paulo Gonella)Glândulas da planta soltam gotas de substância grudenta que aprisiona pequenos insetos, que morrem sufocados e são digeridos por enzimas (Foto: Paulo Gonella)
De fato, ao chegar na área montanhosa de Minas Gerais os pesquisadores encontraram a Drosera magnifica cobertas com muitos insetos.
Risco de extinção
Os pesquisadores brasileiros voltaram à região em 2014 para ver se a planta estava presente em outras montanhas da região, mas não a encontraram. “Ao que tudo indica ele é endêmica dessa única montanha e ocorre bem no topo”, diz Gonella. O gênero tem cerca de 250 espécies em áreas tropicais de todo o mundo.
Por estar em uma região que já sofreu muito desmatamento, os pesquisadores ressaltam no artigo científico que ela já pode ser considerada ameaçada de extinção, de acordo com os critérios e categorias da lista da vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), tida como referência mundial.
“Nossa expectativa é que [a nova planta] sirva de bandeira para preservar o local em que foi descoberta, que é pouco preservado e uma região promissora para a descoberta de novas espécies”, diz Gonella.

Planta carnívora descoberta em montanha de Minas Gerais foi descrita como uma nova espécie do gênero das 'orvalinhas' (Foto: Paulo Gonella)Planta carnívora descoberta em montanha de Minas Gerais foi descrita como uma nova espécie do gênero das 'orvalinhas' (Foto: Paulo Gonella)