Saneamento alcançou mais pessoas no Brasil em 25 anos, mostra estudo.
94% dos brasileiros consomem água potável, contra 78% em 1990.
Garoto se banha nas águas do rio Solimões, em Careiro da Varzea, no Amazonas (Foto: REUTERS/Bruno Kelly)
Uma em cada três pessoas no mundo – cerca de 2,4 bilhões de indivíduos –
ainda não têm acesso a serviços de saneamento básico e água potável,
concluiu um levantamento global da Unicef e da World Health Organization
(OMS) divulgado na última semana. No Brasil, as condições evoluíram
bastante nos últimos 25 anos.
"O que os dados mostram é a necessidade de focar nas desigualdades como
único caminho para alcançar um progresso sustentável", diz no relatório
Sanjay Wijesekera, chefe da divisão de água e saneamento da Unicef.
O estudo destacou que a falta de progresso nos serviços de saneamento
básico ameaça minar os avanços obtidos com o maior acesso a água potável
no mundo, especialmente nas áreas de saúde pública e sobrevivência
infantil.
O acesso à água potável no planeta avançou em vários países nas últimas
décadas, segundo o estudo. Cerca de 2,6 milhões de pessoas passaram a
ter acesso ao recurso desde 1990, e 91% da população mundial já viu
melhorias na qualidade de água que consomem para beber – e esse número
continua crescendo.
"O modelo global até agora é de que os mais ricos avançam primeiro, e
apenas quando eles têm acesso os mais pobres começam a evoluir. Se nós
conseguirmos alcançar acesso universal à água tratada até 2030,
precisamos nos assegurar de que os pobres comecem a progredir
imediatamente", diz Wijesekera.
94% dos brasileiros têm acesso a água potável
No Brasil, 94% da população tem acesso a serviços de água potável. Nas cidades, esse percentual alcança 98%, contra 92% em 1990, de acordo com o relatório da Unicef. Entre a população rural, o avanço foi bem mais expressivo nos últimos 25 anos: apenas 38% acessavam redes de água limpa nestas regiões, contra 70% em 2015.
No Brasil, 94% da população tem acesso a serviços de água potável. Nas cidades, esse percentual alcança 98%, contra 92% em 1990, de acordo com o relatório da Unicef. Entre a população rural, o avanço foi bem mais expressivo nos últimos 25 anos: apenas 38% acessavam redes de água limpa nestas regiões, contra 70% em 2015.
Pessoas enchem recipientes com água em Sana, no Iêmen (Foto: REUTERS/Mohamed al-Sayaghi)
Na África-Subsaariana, por exemplo, 427 milhões de pessoas tiveram
acesso – uma média de 47 mil pessoas por dia todos os dias por 25 anos. A
expectativa de vida infantil teve ganhos substanciais. Hoje, menos de
mil crianças com menos de cinco anos morrem a cada dia por diarreia
causada por contaminação na água, ante mais de 2 mil casos 15 anos
atrás.
Por outro lado, o progresso no saneamento foi barrado por investimentos
inadequados em campanhas de conscientização, segundo o relatório, assim
como falta de produtos acessíveis para os pobres, e normas sociais que
aceitam ou encorajam fazer necessidades básicas em lugares abertos.
Embora cerca de 2,1 bilhões de pessoas tenham tido acesso a redes de
esgoto desde 1990, o mundo não alcançou a meta do MDG de mais cerca de
700 milhões de pessoas. Hoje, apenas 68% da população mundial utiliza
instalações sanitárias adequadas – nove pontos abaixo da meta de 77%.
As áreas rurais abrigam sete entre 10 pessoas sem acesso a saneamento
adequado. "Até que todos tenham acesso adequado a instalações
sanitárias, a qualidade de água será reduzida e muitas pessoas
continuarão a morrer de doenças relacionadas a sua contaminação",
afirmou no estudo a diretora do departamento de saúde pública, meio
ambiente, Maria Neira.
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