Bicampeão do mundo, ex-zagueiro teve passagem marcante pelo Vasco. Jogou também por São Paulo e Atlético-PR. Ele sofria de Mal de Alzheimer desde 2011
O
Brasil perde mais um campeão do mundo. Capitão da seleção brasileira na
conquista de sua primeira Copa, em 1958, Bellini morreu nesta
quinta-feira, aos 83 anos, em São Paulo. Há cerca de dez anos, ele
sofria de Mal de Alzheimer e vivia entre idas e vindas ao hospital.
Internado nesta semana, ele não resistiu. O ex-zagueiro, que nasceu em 7
de junho de 1930, será velado nesta sexta-feira no salão nobre do
estádio do São Paulo, no Morumbi. À noite, o corpo será levado para
Itapira, sua cidade natal no interior de São Paulo, onde será enterrado,
no sábado.
Bellini e o gesto que entrou para a história do futebol mundial após a conquista da Copa de 1958 (Foto: Agência Estado)
- Na Copa de 58, ele foi um dos jogadores que me deu muitas orientações,
porque era um dos mais experientes. Eu tinha 17 anos, era muito jovem e
tudo para mim era novidade. É uma perda muito grande para o futebol
brasileiro - disse Pelé após receber a notícia.
Hideraldo
Luís Bellini foi quem imortalizou o gesto de levantar a taça de campeão
sobre a cabeça. Em 1958, na Suécia, ele era um dos líderes da equipe
que encantou o mundo e venceu o time da casa na final por 5 a 2.
Zagueiro, ele também esteve na conquista do bi, em 1962, no Chile, e no
Mundial de 1966, na Inglaterra.
- Um grande amigo, excepcional jogador, líder,
grande capitão. Foi o primeiro a erguer a taça de campeão mundial, um
gesto que depois todos repetiram no Brasil e no Mundo. Foi um zagueiro
de grande vigor físico, excepcional no jogo aéreo, firme por baixo. Não
tinha uma técnica apurada, como Mauro Ramos de Oliveira ou Ramos
Delgado,mas compensava com vigor fisico extraordinário. Exercia forte
liderança. Nasceu para ser capitão, líder e para jogar futebol - afirmou Pepe, também bicampeão mundial em 1958 e 1962.
1958Brasil conquista a Copa e Bellini faz história
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duplaOrlando Peçanha e Bellini brilharam em 58
ídolo no vasco
Bellini
começou sua trajetória no futebol em 1946, na sua cidade natal. Por lá,
ele jogou pela Sociedade Esportiva Itapirense. Três anos depois, o
ex-zagueiro se transferiu para a Esportiva Sanjoanense, time no qual
permaneceu até 1951. Um ano depois, acertou transferência para o Vasco
da Gama.
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No
Gigante da Colina, Bellini ficou por 11 anos e conquistou três títulos
estaduais (1952, 1956 e 1958). A passagem do ex-jogador pelo Vasco foi
tão marcante que até hoje muitos torcedores e especialistas colocam seu
nome entre os maiores jogadores de todos os tempos do clube. Após mais
de uma década no Rio de Janeiro, ele se transferiu para o São Paulo.
Bellini,
no entanto, não pegou uma época das mais gloriosas no Tricolor
paulista. Com o estádio do Morumbi em fase de construção, não havia
muito investimento no futebol. Resultado: o campeão do mundo não
conquistou nenhum título pelo clube. Seu destino, então, foi o futebol
paranaense. Pelo Atlético-PR, ele encerrou a carreira em 1969. Também
sem conquistas.
- Céu está cada dia mais campeão. O
querido Bellini foi levantar a Taça pra Deus. Descanse em paz. Você é
eterno - escreveu o ex-atacante Dadá Maravilha em uma rede social.
Bellini, Mauro e Carlos Alberto Torres com a taça da Copa: os capitães dos três primeiros títulos (Foto: AFP)
sete campeões vivos
Com a morte de Bellini, apenas sete campeões de 1958 estão vivos
atualmente: Zito, Zagallo e Pepe (os três também foram bi em 1962), Pelé (vencedor
ainda em 1962 e 1970) e Dino Sani, Moacir e Mazzola.
Os outros ex-jogadores do primeiro título mundial que já faleceram são Gylmar, Nilton Santos, Castilho, De
Sordi, Djalma Santos, Oreco, Mauro, Orlando, Zózimo, Didi, Dida,
Garrincha, Vavá e Joel.
estátua no maracanã
É natural até hoje que as pessoas que frequentam o Maracanã, no Rio de Janeiro, marquem encontro na estátua do Bellini. Ao contrário do que muitos pensam, no entanto, o monumento não é em homenagem ao ex-zagueiro do Vasco, mas sim aos campeões mundiais de futebol. O rosto da estátua, por sinal, não tem nada a ver com o do bicampeão do mundo.
A
confusão ocorre porque a imagem representada na estátua está segurando
uma taça acima da cabeça e também uma bola com a outra mão.
Imaginou-se, então, que poderia ser Bellini ali representado. Documentos
da época informam que o rosto da estátua pode ser do cantor Francisco
Alves ou do jornalista Hamilton Sbarra. Mas não há confirmação.
Homenagem aos campeões de 1958 é eternizada no Maracanã como Estátua do Bellini (Foto: Ale Silva / Agência Estado)
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