Casa de Saúde anunciou que fecharia o PS obstétrico apenas em maio.
Marido conta que mulher chegou no hospital gritando de dor e foi ignorada.
Douglas e Mariana irão ter o primeiro filho
(Foto: Douglas Tripicchio/Arquivo Pessoal)
(Foto: Douglas Tripicchio/Arquivo Pessoal)
Uma grávida que estava prestes a dar a luz teve o atendimento negado, na madrugada deste domingo (23), na Casa de Saúde de Santos,
no litoral de São Paulo. Segundo o marido dela, a atendente do pronto
socorro obstétrico do hospital disse que o diretor não permitiu que
ninguém desse entrada na unidade. A Casa de Saúde de Santos anunciou, na
última sexta-feira (21), que pretende fechar o pronto socorro
obstétrico, mas que a decisão valeria apenas a partir de maio. Agora, a
família procura um outro local para realizar o parto, já que, segundo o
médico, a criança deve nascer neste domingo.
O operador naval Douglas Tripicchio, de 31 anos, conta que a esposa
Mariana Tartarini Grigoleto Tripicchio, de 27 anos e grávida de quase
nove meses, começou a sentir fortes contrações por volta das 4h. Eles
tinham marcado com o médico que, na segunda-feira (24), Mariana passaria
por exames e daria entrada no hospital Casa de Saúde para realizar uma
cesariana. Mas, devido as fortes dores da esposa, Douglas resolveu
levá-la ao hospital neste domingo.
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Quando chegaram na unidade médica, eles receberam a informação de que
Mariana não poderia ser atendida. “As portas estavam fechadas, tinha
segurança impedindo a entrada. Uma atendente disse que tinha uma
orientação da direção que não era para abrir ficha para ninguém que
chegava lá. A enfermeira chefe disse que não dava para atender”, conta
Douglas.
O jovem não soube o que fazer e ligou para o médico que está
acompanhando a gestação de Mariana. O profissional confirmou que
existiam médicos na Casa de Saúde, mas que o atendimento não estava
sendo realizado. Ele se ofereceu a atender Mariana no hospital Ana
Costa, mesmo que o plano de saúde dela não cobrisse o atendimento
naquela unidade. A grávida passou pela avaliação médica e voltou para
casa.
Douglas voltou a ligar para a Casa de Saúde e recebeu a informação de
que não há uma previsão de quando o atendimento médico para as grávidas
será normalizado. Segundo o jovem, os funcionários alegam que o hospital
não tem vaga na UTI neonatal e, por isso, não estão recebendo os casos
de emergência.
Mariana, que está com de 8 meses e meio de gestação, continua sentindo contrações. "Ela está no começo da dilatação. Estamos acompanhando. Ela teria que voltar hoje de tarde para o hospital", explica. Douglas ainda não sabe onde Mariana poderá fazer o parto e onde será atendida, já que há poucas opções na região. “O hospital São Lucas está fechado, Beneficência não tem mais e o Ana Costa não cobre o nosso plano. Só temos a Santa Casa. Ela vai ter que ser atendida lá por um médico plantonista, desconhecido. Eles não falam claramente o que esta acontecendo. Ela vai ter que passar em um plantonista. Essa é a minha indignação. É um total descaso”, reclama.
Douglas pretende fazer um boletim de ocorrência de negligência médica. “Uma mulher gritando de dor e ninguém atender é uma negligência médica. Vou estar ligando para a polícia para ver se é cabível um boletim de ocorrência”, finaliza.
Mariana, que está com de 8 meses e meio de gestação, continua sentindo contrações. "Ela está no começo da dilatação. Estamos acompanhando. Ela teria que voltar hoje de tarde para o hospital", explica. Douglas ainda não sabe onde Mariana poderá fazer o parto e onde será atendida, já que há poucas opções na região. “O hospital São Lucas está fechado, Beneficência não tem mais e o Ana Costa não cobre o nosso plano. Só temos a Santa Casa. Ela vai ter que ser atendida lá por um médico plantonista, desconhecido. Eles não falam claramente o que esta acontecendo. Ela vai ter que passar em um plantonista. Essa é a minha indignação. É um total descaso”, reclama.
Douglas pretende fazer um boletim de ocorrência de negligência médica. “Uma mulher gritando de dor e ninguém atender é uma negligência médica. Vou estar ligando para a polícia para ver se é cabível um boletim de ocorrência”, finaliza.
O G1 entrou em contato com a Casa de Saúde de Santos, que afirmou que não pretende se pronunciar sobre o assunto.
Casa de Saúde de Santos, SP
(Foto: Reprodução / TV Tribuna)
(Foto: Reprodução / TV Tribuna)
Fechamento Pronto Socorro obstétrico
A Casa de Saúde de Santos, no litoral de São Paulo, anunciou nesta sexta-feira (21) que pretende fechar o pronto socorro obstétrico. A decisão valeria já a partir de maio. Esse é o segundo hospital da cidade a adotar essa medida.
A Casa de Saúde de Santos, no litoral de São Paulo, anunciou nesta sexta-feira (21) que pretende fechar o pronto socorro obstétrico. A decisão valeria já a partir de maio. Esse é o segundo hospital da cidade a adotar essa medida.
Segundo a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São
Paulo, o PS para gestantes da Casa de Saúde atende 1000 mulheres por
mês. Sem esse Pronto Socorro, e com a maternidade da Beneficência
Portuguesa que já está fechada, as gestantes que têm plano de saúde
podem ter problemas em breve.
A Sogesp quer evitar o fechamento do PS obstétrico da Casa de Saúde e
vai fazer uma denúncia no Ministério Público. O Conselho Regional de
Medicina do Estado de São Paulo disse que apoia as orientações do
Conselho Federal de Medicina, e as normas e resoluções vigentes no país,
e que está acompanhando as negociações. Afirmou ainda que as
instituições privadas têm direitos constitucionais de adequar suas
diretrizes administrativas.
Na segunda-feira (24) está marcada uma reunião entre o Cremesp e a
sociedade de ginecologia e obstetrícia e outra reunião entre o
presidente da Unimed e representantes da Casa de Saúde para resolver o
problema.
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