Idec comparou preço dos modelos de telefonia móvel e serviços prestados.
Modalidade pré-paga é a mais usada no Brasil, com 78% das linhas.
Um levantamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)
apontou que os preços cobrados pelo minuto do celular em um plano
pré-pago podem ser até 130% mais caros em relação a um pós-pago de uma
mesma operadora. A modalidade pré-paga é a mais usada no Brasil, com 78%
das linhas de telefonia móvel, de acordo com dados da Agência Nacional
das Telecomunicações (Anatel) referentes a dezembro.
Conduzida entre janeiro e fevereiro, a pesquisa do Idec
considerou, além dos preços, serviços como o fornecimento do histórico
de chamadas dentro do prazo regulamentado. O trabalho foi conduzido para
comemorar o Dia do Consumidor, em 15 de março, e teve o pré-pago como
alvo devido à popularidade do serviço – são 211 milhões de linhas no
país.
Para comparar as duas modalidades de cobrança, a entidade de defesa do
consumidor selecionou os planos pré e pós-pago mais baratos de cada
operadora. Como o preço do minuto para planos pós-pago não é fornecido
pelas operadoras, o Idec o estimou com base no valor total de cada
pacote.
Planos
No caso da Claro, o plano pré-pago mais acessível, o Claro Toda Hora, cobra R$ 1,60 por minuto em ligações para telefones fixos e móveis de outras operadoras e para fixos do grupo Claro/Embratel/Net. Em chamadas entre celulares Claro, o minuto sai por R$ 1,56.
No caso da Claro, o plano pré-pago mais acessível, o Claro Toda Hora, cobra R$ 1,60 por minuto em ligações para telefones fixos e móveis de outras operadoras e para fixos do grupo Claro/Embratel/Net. Em chamadas entre celulares Claro, o minuto sai por R$ 1,56.
Como o plano pós-pago considerado cobra mensalidade de R$ 89, o Idec
estimou que o minuto dele custe R$ 0,67. Assim, o valor do minuto
pré-pago é pelo menos 132% mais caro.
"Na verdade, o valor [do minuto pós-pago] seria ainda menor, porque
dentro desses pacotes têm ligações ilimitadas dentro da rede, SMS para a
mesma operadora", diz Veridiana Alimonti, advogada do Idec. Ou seja, as
diferenças entre os preços de um minuto pré-pago e de um pós-pago são
ainda maiores do que os aferidos.
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Já a Vivo
cobra R$ 1,55 pelo minuto pré-pago. Para o plano pós-pago com preço de
R$ 61 mensais, o Idec estimou que o minuto custa R$ 0,98. Dessa forma, o
valor do minuto pré-pago chega a ser, pelo menos, 58% maior.
Segundo o Idec, o valor do minuto pré-pago é, ao menos, 55,8% mais alto na TIM.
Se por um lado a operadora cobra R$ 1,59 o minuto para outras
operadoras no plano pré-pago Infinity Pré, por outro, cobra R$ 49
mensais pelo plano pós mais em conta – o preço estimado do minuto é de
R$ 1,02.
No caso da Oi,
a conta é complicada. Na modalidade pré-paga, a operadora cobra R$ 0,10
nos dias em que os clientes fizerem ligações para celulares Oi e R$
0,50 nos que ligarem para fixos. Mas o tempo diário que possuem para
falar sem acréscimos depende do valor da recarga. Se for de R$ 10, são
30 minutos diários durante 15 dias.
Se carregarem R$ 18 ou R$ 25, são 60 minutos diários. Nesse caso, o que
varia são os prazos de validade, de 25 e 30 dias, respectivamente. Ao
ultrapassar esses limites, passa a ser cobrado R$ 1,69 pelo minuto. O
plano pós analisado pelo Idec foi o de R$ 39 mensais, cujo minuto teve
preço estimado em R$ 1,25. Isso leva a diferença entre os valores
cobrados por minuto para, no mínimo, 35%.
Baixa renda
Ofertas de créditos com validade de menos de 30 dias, como as da Oi, porém, estão com os dias contados. Nesta segunda-feira (10), a Anatel publicou um novo conjunto de direitos e garantias dos consumidores dos serviços de telecomunicações que, entre outras diretrizes, estabelece que os créditos de planos pré-pagos de celulares têm de valer por, no mínimo, 30 dias.
Ofertas de créditos com validade de menos de 30 dias, como as da Oi, porém, estão com os dias contados. Nesta segunda-feira (10), a Anatel publicou um novo conjunto de direitos e garantias dos consumidores dos serviços de telecomunicações que, entre outras diretrizes, estabelece que os créditos de planos pré-pagos de celulares têm de valer por, no mínimo, 30 dias.
"Eu entendo que a empresa cobra mais caro considerando que ela não tem
muita garantia de que o consumidor vai carregar nem exatamente quando",
comenta Veridiana. A advogada do Idec lembra que uma regra da Anatel
libera as operadoras para cancelar as linhas de clientes que, após a
expiração do prazo de seus créditos, passem 60 dias sem efetuar nenhuma
recarga – isso pode ser feito mesmo que eles ainda possuam créditos.
Para a advogada, apesar de a telefonia móvel ser o serviço de
telecomunicação mais difundido, os preços ainda são "problemáticos" para
consumidores de baixa renda. "Para conseguirem ter esse direito
garantido, os consumidores de baixa renda têm de se submeter a condições
complicadas".
Também um direito de consumidores pré-pago, a emissão dos relatórios
que detalham o histórico de ligações foi outro serviço analisado pelo
Idec. A Anatel estabelece que as operadoras devem entregar os históricos
das ligações realizadas nos últimos 90 dias em 48 horas.
Os atendentes da Claro informaram erroneamente ao Idec o período máximo
para fornecer o relatório de ligações. Garantiram entrega em 10 dias e
depois prolongaram para 15. TIM e Vivo enviaram o relatório fora do
prazo: em três dias.
Operadoras
A Claro informou que o plano Claro Toda Hora é um serviço homologado pela Anatel "que regulamenta os valores máximos das tarifas que podem ser cobradas pela operadora". A operadora diz ainda ter, em planos pré-pagos, tarifas promocionais. Os clientes podem, por exemplo, pagar R$ 0,25 por chamada para celular Claro ou para os fixos Claro Fixo e Net Fone. Ainda assim, ligações para celulares de outras operadoras custam R$ 1,60.
A Claro informou que o plano Claro Toda Hora é um serviço homologado pela Anatel "que regulamenta os valores máximos das tarifas que podem ser cobradas pela operadora". A operadora diz ainda ter, em planos pré-pagos, tarifas promocionais. Os clientes podem, por exemplo, pagar R$ 0,25 por chamada para celular Claro ou para os fixos Claro Fixo e Net Fone. Ainda assim, ligações para celulares de outras operadoras custam R$ 1,60.
Segundo a companhia, o extrato detalhado de ligações pré-pagas pode ser
solicitado em seu site. Será enviado ao cliente em até 48 horas, por
e-mail. Para envio via Correios, o prazo máximo é de 10 dias, "levando
em consideração o prazo de impressão, encaminhamento aos Correios e
entrega na residência do cliente".
Segundo a Telefônica Vivo, seus preços para planos pré-pagos de
telefonia móvel estão "adequados aos praticados atualmente pelo
mercado". A empresa afirma ainda que dispõe de diversas ofertas
promocionais.
Para a TIM, o serviço pré-pago "permite que o usuário não tenha uma
despesa fixa mensal, assumindo, no entanto, o comprometimento de
realizar recargas periódicas para manutenção da linha", enquanto "o
cliente pós conta com a comodidade de utilizar o serviço de telefonia
móvel, pagando o valor definido na assinatura mensal após a utilização".
Sobre os relatórios com o histórico de ligações, a TIM afirmou que "o
período de três dias apontado pela pesquisa não apresenta
irregularidades por incluir o prazo da operadora para geração do
relatório e o prazo dos Correios para entrega".
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Oi afirmou que é uma questão
de mercado os preços dos minutos de planos pré-pagos serem mais caros
que os da modalidade pós-paga e que, por isso, o assunto não deveria ser
comentado pela companhia.
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