Liminar determinou transferência de Sofia da Silva para Sorocaba.
Menina nasceu com Síndrome de Berdon e mobilizou internet.
Sofia foi transferida no domingo para Sorocaba (Foto: Divulgação / Campanha 'Ajude a Sofia')
Uma viagem que agora é de poucos quilômetros triplica a esperança da
família da pequena Sofia da Silva, de apenas três meses. Para visitar a
filha, que nasceu com uma síndrome rara, os pais de Votorantim (SP) que
antes demoravam mais de duas horas na viagem até Campinas, agora levam pouco mais de 10 minutos para chegar ao Hospital Samaritano, em Sorocaba (SP), para onde a menina foi transferida no sábado (22).
Após a juíza Luciana Carone Nucci Eugênio Mahuad, da 1ª Vara Cível de Votorantim
conceder na sexta-feira uma liminar que determinou a imediata
internação da criança, os pais esperavam ansiosos para o primeiro
horário de visita da UTI onde o bebê está neste domingo (23).
Segundo a mãe da menina, Patrícia da Silva, a primeira visita é uma
vitória da filha e o primeiro passo para chegar mais perto de casa.
Antes, os pais acordavam às 3h para ir de ônibus até Campinas. “Eu
pensei que ia poder ficar com a Sofia no quarto. Tanto que ela estava
chorando muito e só parou quando me viu, mas quanto mais perto mais
esperança dela ir embora logo. Estaremos aqui em todas as visitas e está
tudo mais fácil agora", conta a mãe.
saiba mais
O bebê de três meses nasceu com Síndrome de Berdon, uma rara doença que
provoca problemas no intestino, na bexiga e no estômago. A situação
dela causou comoção após uma campanha na internet mobilizar pessoas de
todo o país. Para sobreviver, a menina precisa de um transplante de três
órgãos. Sofia já passou por três cirurgias desde que nasceu, mas
precisa do atendimento especializado, que só pode ser feito nos Estados
Unidos.
Ainda conforme Patrícia em entrevista ao G1, com a
transferência da filha, os três horários de visita serão muito mais
concorridos já que outros parentes poderão ficar perto do bebê. “A
minha intenção é levar a minha filha para casa, mas antes disso eu
preciso construir um quarto que tenha a ventilação e a iluminação
adequada que ela precisa. Por enquanto continuamos nos revezando aqui",
comenta Patrícia.
Campanha na internet
A família de Sofia está pedindo ajuda financeira para conseguir uma viagem até os Estados Unidos, único país onde há a possibilidade da realização da cirurgia que pode reverter o quadro de saúde da menina.
A família de Sofia está pedindo ajuda financeira para conseguir uma viagem até os Estados Unidos, único país onde há a possibilidade da realização da cirurgia que pode reverter o quadro de saúde da menina.
Sofia nasceu com Síndrome de Berdon
(Foto: Divulgação / Campanha 'Ajude a Sofia')
(Foto: Divulgação / Campanha 'Ajude a Sofia')
De acordo com o pai, Gilson Gonçalves da Silva, em entrevista ao G1 em
fevereiro, desde o quinto mês de gestação a família descobriu que a
criança tinha uma deformidade na bexiga. Algum tempo depois, ela foi
diagnosticada com a Síndrome de Berdon, que impede o funcionamento de
intestino, bexiga e estômago.
Segundo a mãe, que já perdeu um filho, um cirurgião explicou que é
possível fazer um transplante nos Estados Unidos, mas o custo pode
variar entre US$ 200 mil a US$ 600 mil (mais de R$ 1 milhão), fora as
despesas da viagem. Diante disso, a família resolveu criar uma campanha
na internet. “Esse dinheiro nós não temos, estamos pedindo ajuda da
Justiça. Mesmo assim precisamos de ajuda para viajar, pagar passagens e
tudo o mais. Quero salvar minha filha e preciso de ajuda”, conta a mãe.
A campanha intitulada "Ajude a Sofia" ganhou força nas redes sociais e
mais de 13 mil pessoas já curtiram e compartilharam a página. Por meio
de um site o internauta pode se cadastrar e doar o valor que quiser. A
doação pode ser paga com cartões de crédito ou por boleto bancário. Até
sexta-feira (21), a família havia arrecadado cerca de R$ 42 mil.
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