O PMDB saiu fortalecido das eleições municipais e vai liderar uma
grande aliança para as eleições de 2018, se preferência com a
ex-governadora Roseana Sarney na cabeça. É esse o cenário com que
trabalha o senador João Alberto, que comanda o partido no Maranhão.
O líder pemedebista acredita que a grande aliança liderada pela
ex-governadora terá a simpatia de “uma boa parcela” do eleitorado, o que
lhe dará as condições para “enfrentar qualquer um”, a começar pelo
governador Flávio Dino (PCdoB), já definido como candidato irreversível à
reeleição.
Na avaliação do senador João Alberto, a crise que afetou o PMDB
maranhense por causa do fracasso nas urnas em 2014 está superada,
situação que, segundo ele, ficou bem clara nas eleições municipais de
outubro, quando o partido saiu das urnas autorizado a comandar 22
prefeituras, entre elas a de Imperatriz, a segunda maior do Maranhão. O
chefe pemedebista acredita que, se esse projeto eleitoral for consumado,
o PMDB poderá ganhar as condições para voltar ao comando do Estado.
“Isso é possível”, disse.
De longe o mais ativo líder do Grupo Sarney, que atua em sintonia
fina com o ex-presidente José Sarney, mas trabalha politicamente dentro
das suas próprias regras, o senador João Alberto acredita que, apesar de
todos os problemas que enfrenta, o PMDB sairá da crise nacional como o
partido mais forte do país, mesmo que não venha a ter um candidato ao
Palácio do Planalto. E prevê que os reflexos desse vigor politico do
partido serão sentidos no Maranhão.
Ele acha, por exemplo, que boa parte dos prefeitos que se elegeram
como aliados do governador Flávio Dino vai debandar, esperando que nove
deles desembarquem no PMDB. “Esses companheiros estão insatisfeitos, no
momento certo contaremos com o apoio de pelo menos nove deles”, disse,
referindo-se a prefeitos que já estariam pensando em pular fora do barco
governista.
O senador acredita que a “grande aliança” liderada por Roseana Sarney
que espera viabilizar para 2018 será fruto do desgaste do Governo
Flávio Dino. Diante da observação de que Flávio Dino se mantém forte e
caminha para a reeleição, João Alberto reage afirmando que está
acontecendo exatamente o contrário. “Esse Governo é fraco, e a oposição a
ele está crescendo”, avalia. Diz que o desgaste do governador Flávio
Dino já começa a se fazer sentir nos bairros de São Luís.
E cita um exemplo: “Veja a situação do abastecimento de água de São
Luís. Roseana deixou a nova adutora 90% pronta. Ele não conseguiu fazer
um metro além e a obra está paralisada. Isso é incompetência”, ataca,
acrescentando que “muitos outros exemplos de incompetência estão no
estado inteiro”. O senador assinala que a boa situação fiscal do Governo
“é herança do trabalho deixado por Roseana, que sempre foi muito
cuidadosa com a situação financeira do Estado”. E segue elencando uma
série do que chama de pontos fracos do Governo.
O líder pemedebista acredita também que, mesmo enfrentando muitas
dificuldades por causa da crise política e institucional, o presidente
Michel Temer conseguirá estancar a crise econômica e retomar o
crescimento. Considera imprevisíveis os desdobramentos da Operação Lava
Jato, mas acredita que parte da solução dos problemas virá com as
eleições de 2018, quando os brasileiros respirarão novos ares políticos.
No caso maranhense, manifesta convicção de que a tal aliança terá
força suficiente para enfrentar a aliança comandada pelo governador
Flávio Dino.
– Nós vamos juntar as nossas forças para disputar de igual para
igual. Vamos disputar o poder e podemos vencer as eleições. Nós temos
força política para isso, desde que nos juntemos na grande aliança –
disse.
Ao longo da conversa com Repórter Tempo, João Alberto deixou claro
que não vê nesse grupo nome mais forte para disputar o Governo do que a
ex-governadora Roseana Sarney. Perguntado se não será ele o candidato,
abriu um sorriso largo e desconversou, afirmando que sua preocupação
maior é articular a grande aliança, deixando o seu futuro político para
resolver depois. As suas avaliações deixaram evidente que se Roseana
Sarney resolver disputar o Governo do Estado, ele será candidato a uma
das vagas no Senado.
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