Doações são para que filhos concluam o ano letivo. Crise no estado também atinge terceirizados, que estão com salário atrasado.
Pais e responsáveis de alunos da Faetec de São Cristóvão, na Zona Norte
do Rio, têm levado alimentos, comprados com o próprio dinheiro, para
que os filhos continuem estudando. Durante um mês o cardápio na unidade
foi macarrão com atum, todos os dias. Mas agora, nem isso. Há 15 dias os
estudantes não tem mais o que comer por falta de alimentos no estoque. A
situação é mais um dos reflexos da crise pela qual o estado está passa.
Além de faltarem alimentos, os funcionários terceirizados não estão
recebendo na Faetec. Segundo algumas mães, as cozinheiras, que são de
uma empresa terceirizada e responsável pelo preparo da merenda,
estãosofrendo com o atraso de pagamento do salário. Apesar disso, elas
continuam trabalhando e preparando os alimentos comprados pelos pais.
O cardápio é formado basicamente por arroz, feijão e legumes. Fora os
alimentos, a Faetec não tem dinheiro para comprar material escolar, como
papel e caneta, e utensílios de limpeza. Os pais dos alunos também
estão pagando estes materiais do próprio bolso.
“Fizemos uma grande mobilização na Associação de Pais e Responsáveis e
para que nossos filhos terminem o ano letivo, achamos por bem trazer
alimentos não perecíveis, já que não tem merenda”, contou Ana, que é mãe
de aluno.
Miriam, outra mãe de aluno, diz que apesar do esforço dos pais, os
alimentos estão acabando. “A informação que recebi é que hoje
(quarta-feira) terminam os alimentos. Por mais que a gente doe, só podem
ser alimentos não perecíveis. Carnes, a proteína animal não pode ser
doada porque não tem identificação de origem”, reclamou Miriam.
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