Economia
Após forte queda, atividade industrial registrou crescimento em junho.
Agência Brasil
A CNI aponta que as perspectivas dos empresários para os próximos seis meses melhoraram. (Foto: Agência Brasil)
BRASIL
A atividade industrial registrou crescimento em junho, após a “forte
queda” registrada em maio, em função das manifestações dos
caminhoneiros. Segundo a Sondagem Industrial divulgada hoje (24) pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI), a utilização da capacidade
instalada subiu três pontos percentuais em junho atingindo a marca de
66%, mesmo nível registrado em abril, antes da paralisação.
Segundo
o levantamento, a produção industrial registrou 50,8 pontos em junho,
valor “pouco acima” da linha divisória dos 50 pontos que separa a queda
do aumento da produção, segundo a pesquisa. No levantamento feito em
junho de 2017, este índice estava em 47,7 pontos.
O
índice relativo à evolução do número de empregados ficou em 48,1
pontos, o que indica queda no emprego industrial. Variando de zero a 100
pontos, o índice, quando abaixo dos 50 pontos, revela queda no número
de empregos.
Com a queda de 53,3 pontos para
50,4 pontos entre maio e junho, o índice de estoques efetivos ficou
mais próximo dos 50 pontos, linha divisória que indica que os estoques
estão próximos do planejado pelos empresários. Valores acima dessa linha
indicam que o estoque está acima do planejado. De acordo com a CNI,
isso mostra que a indústria “ajustou os estoques que se acumularam com a
greve dos caminhoneiros”.
A CNI aponta que
as perspectivas dos empresários para os próximos seis meses melhoraram
no que se refere às expectativas de demanda e de compra de
matérias-primas. Valores acima da linha divisória dos 50 pontos indicam
melhora no otimismo dos empresários.
O
índice que mede a expectativa de estabilidade no emprego de empregados
para julho melhorou após três quedas consecutivas. Em maio, o índice
estava em 49,9 pontos. Em junho, ficou em 48,9 pontos. Para julho, a
expectativa está em 49,5 pontos, o que segundo a CNI indica
“estabilidade” dos empregos no mês de julho.
Intenção de investimentos
O
índice de intenção de investimento na indústria caiu para 49,4 pontos
em julho, contabilizando a quinta queda consecutiva do indicador, que
está 4,2 pontos abaixo do registrado em fevereiro. Quanto menor o
indicador, menor a propensão dos industriais para fazer investimentos.
De
acordo com o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio
Castelo Branco, a baixa disposição para investimentos reflete a “queda
da confiança dos empresários no desempenho futuro da economia”. Em
parte, a falta de disposição é explicada pelas incertezas que costumam
ocorrer em ano eleitoral. Segundo ele, neste caso, a situação foi
reforçada principalmente pelos “impactos da tabela do frete e do
subsídio ao diesel nos custos da empresa e nas contas do governo”.
Ainda
segundo a Sondagem Industrial, as condições financeiras das empresas
pioraram no segundo trimestre, com o indicador de satisfação relativo à
própria situação financeira caindo para 45,3 pontos. O índice de
satisfação com o lucro operacional também recuou – no caso, para 39,9
pontos. É a segunda queda consecutiva desses dois indicadores.
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