Região sudeste foi a mais afetada pela falta de chuva em todo o país.
Cientistas dizem que não conseguem prever se a seca é temporária.
Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
mostra que o Brasil registrou uma queda de 20% no volume de chuva neste
ano em comparação com a média histórica. No Vale do Paraíba e região
bragantina, onde está localizada a maior parte dos reservatórios do
sistema Cantareira, as chuvas ficaram 60% abaixo do esperado. Os dados
são correspondentes ao volume de chuvas até 31 de outubro.
De acordo com os dados, o Sudeste apresentou os menores índices de
chuva do país e, em alguns pontos, a preciptação foi 80% menor do que a
média histórica. Segundo os meteorologistas, a estiagem se explica pela
predominância de uma massa de ar seco sobre a região, impedindo a
chegada de frentes frias que vêm do Sul - principais responsáveis pelas
chuvas na região.
Para o pesquisador Carlos Nobre, diretor de políticas e desenvolvimento
do Ministério da Ciência e Tecnologia, não é possível dizer que o
fenômeno tenha relação direta com o desmatamento da Amazônia ou com o
aquecimento global.
"Essa seca em particular, ela não foi em uma área pequena ou na cidade
de São Paulo, ela foi uma seca imensa, numa área que, se somarmos, é
maior que todo território do Brasil. É uma soma de fenômenos complexos,
que não temos a explicação completa ", avalia o pesquisador.
Segundo Nobre, mesmo que as chuvas nos próximos meses fiquem dentro da média, as represas do sistema Cantareira e do Rio Paraíba dificilmente voltarão ao nível adequado antes do período de estiagem do ano que vem.
Segundo Nobre, mesmo que as chuvas nos próximos meses fiquem dentro da média, as represas do sistema Cantareira e do Rio Paraíba dificilmente voltarão ao nível adequado antes do período de estiagem do ano que vem.
"Qualquer padrão de chuva, que não seja, idealmente, muito acima da
média para recompor a água dos reservatórios, tanto para abastecimento
humano quanto das hidrelétricas, pode ter um impacto", afirmou Nobre.
Previsão
No Sudeste, 2014 foi o ano mais seco desde que os pesquisadores começaram a fazer as medições de chuva, há 80 anos. Diante do cenário, cientistas também não conseguem prever se o fenômeno é temporário ou se o período de seca se estenderá.
No Sudeste, 2014 foi o ano mais seco desde que os pesquisadores começaram a fazer as medições de chuva, há 80 anos. Diante do cenário, cientistas também não conseguem prever se o fenômeno é temporário ou se o período de seca se estenderá.
"Como são fenômenos muito dinâmicos, a gente não consegue prever a
frequência de passagem dessas frentes frias ao longo de meses, por
exemplo. Por isso é que não conseguimos fazer uma previsão com meses de
antecedência do volume de chuvas ou do estado da temperatura na região
Sudeste do Brasil", explicou o meteorologista do Inpe Gilvan Sampaio.
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