O médico-cirurgião e ex-secretário Luiz Alfredo Netto Guterres, de 48 anos, foi alvejado durante assalto a sua residência na manhã de ontem.
O diretor do Hospital do Câncer, antigo Hospital Geral, o médico Luiz
Alfredo Netto Guterres, de 48 anos, foi morto na manhã de ontem a tiros
depois de reagir a um assalto dentro de sua residência, localizada na
Rua Santa Quitéria, nº 11, Jardim Eldorado, área do Turu. No começo da
noite, a Polícia Militar informou que três suspeitos de matar o médico
foram presos - dois foram reconhecidos por um dos filhos de Guterres. Os
policiais ainda estão em busca de outros dois suspeitos.
Foram
capturados Nixon Richardson Ferreira Chaves e outros dois adolescentes,
cujos nomes não podem ser divulgados. Eles fazem parte de quadrilha
especializada em assalto a residência. Segundo informações da polícia,
os suspeitos têm vínculo com a facção criminosa Bonde dos 40. Eles foram
capturados após a inteligência da Polícia Civil conseguir localizar o
rastro dos bandidos por meio do GPS do celular de Luiz Alfredo, que fora
levado pelos criminosos.
A Polícia Técnica
informou que o corpo da vítima apresentava marcas de mordidas nos braços
e na orelha como ainda uma perfuração de bala no pescoço. O carro
utilizado para fuga foi uma Pajero TR4, que foi localizada pela polícia
estacionada em frente a uma clínica médica na rua 5, no São Francisco,
no fim da tarde de ontem.
A coordenadora do
policiamento da unidade do 8º Batalhão da Polícia Militar, tenente
Rayanne Almeida, informou que a guarnição ficou ciente do fato via
Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) por volta das 10h30.
No local do crime, testemunhas disseram à polícia que o médico estava
vindo do Hospital do Câncer conduzindo um Cerato prata, de placas OJD
8341, e ao abrir o portão da sua casa os assaltantes invadiram a
residência.
O grupo era composto por cerca de
quatro homens e todos fortemente armados. Antes de o médico sair do
carro, foi abordado pelos assaltantes. A vítima reagiu ao assalto e
ainda conseguiu travar uma luta com os criminosos. No decorrer da ação, o
médico acabou sendo alvejado no pescoço e morto dentro do terraço da
sua casa. Após o crime, os suspeitos fugiram em alta velocidade em
direção ao Turu.
Os vizinhos, que não se
identificaram, falaram que ouviram gritos altos vindo da casa do médico e
também escutaram o barulho de dois disparos de arma de fogo. Outras
pessoas presenciaram o momento em que o veículo dos bandidos deixou a
casa da vítima em alta velocidade, mas não conseguiram anotar a placa do
carro. Eles também disseram que no momento do crime estavam a esposa e
dois filhos de Luiz Alfredo Netto Guterres. Um dos filhos do médico
tinha acabado de sair de casa para participar das provas do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014, que ocorreu na tarde de ontem, em
todo o país.
Outra versão -
Há informações de que a vítima chegava em casa quando percebeu a
presença dos bandidos. Ele fechou o portão da frente, mas os criminosos
conseguiram arrombar a porta. Dentro da residência, três assaltantes
seguraram o médico e um dos bandidos subiu até um dos quartos para
render o restante da família.
O médico, ao
perceber que havia uma arma apontada para a cabeça de um dos seus
filhos, acabou reagindo ao assalto. Nesse momento, um dos criminosos
acabou efetuando os disparos de arma de fogo em direção à vítima e, logo
em seguida, o bando deixou o local em um Peugeot prata, de placas não
identificadas, levando o celular do médico.
O
médico Luiz Alfredo Netto chegou a assumir a pasta da Secretaria
Estadual de Saúde e, no momento, era diretor-geral do Hospital do
Câncer, na Madre Deus. Médico cirurgião competente, atuava desenvolvendo
trabalho especial em companhia do secretário de Saúde, Ricardo Murad.
Foi um dos profissionais da área de saúde que comandou a modernização do
Hospital Geral e conduziu para ser transformado no primeiro Hospital do
Câncer, no Maranhão. Anteriormente, a população maranhense contava
apenas com o Aldenora Bello, no Monte Castelo; e a outra unidade, na
cidade de Imperatriz.
Velório acontece no Pam Diamante
Antes
de o corpo da vítima ser levado ao Instituto Médico Legal (IML), no
Bacanga, para ser periciado, vários amigos e parentes do médico
estiveram no local do crime. Um dos presentes, o secretário estadual de
Saúde, Ricardo Murad; o deputado estadual eleito, Adriano Sarney; o
desembargador Jamil Gedeon Neto; comandante do Policiamento da Área
Metropolitana I (CPAM I), coronel Alves; superintendente da Polícia
Civil da Capital (SPCC), Leonardo Diniz; os delegados da Delegacia de
Homicídios Guilherme Sousa Filho e Marcos Antônio Fonseca; e demais
autoridades. Inclusive, profissionais da área de saúde.
Leonardo
Diniz declarou que a Polícia Civil iria investigar o caso com mais
precisão. Todas as linhas de investigação não seriam descartadas, ou
seja, há possibilidade de ter sido um latrocínio, como ainda um
homicídio. “A polícia vai colher todas as informações possíveis e até
mesmo as imagens da câmera do sistema de segurança da casa da vítima
como dos vizinhos serão analisadas, pois nenhuma linha de investigação
vai ser descartada”, declarou. Já as outras autoridades não quiseram se
pronunciar, no momento, sobre o caso, pois a maioria estava fortemente
sentida pela perda da pessoa querida.
Somente ao
meio-dia que o corpo foi removido ao IML e o velório está ocorrendo no
Hospital Pam Diamente. Os médicos, autoridades e parentes da vítima
começaram a chegar ao local ainda às 16h, mas o corpo ainda não tinha
sido liberado.
A Secretaria de Segurança Pública
(SSP) por meio de nota à imprensa, informou que está apurando o caso. A
SSP informa que a polícia está atuando para identificar e prender os
bandidos que assassinaram o diretor do Hospital do Câncer, médico Luiz
Alfredo Guterres, crime cometido na manhã de ontem, durante tentativa de
assalto em sua residência. "Estamos com as Polícias Civil e Militar
mobilizadas. Os peritos do Instituto de Criminalística [Icrim] estão
realizando levantamentos e já nos ajudam na investigação do caso, que
está sob a responsabilidade da Delegacia de Homicídios. Estamos
determinados em dar uma resposta rápida sobre esse crime, que chocou a
todos", disse o secretário de Segurança Pública, Marcos Affonso Júnior."
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