Considerado o primeiro desenvolvido no Brasil, IA2 pesa 3,3 quilos.
1.500 armas são testadas por soldados de 15 quartéis em 11 estados.
O Exército está testando um novo fuzil que irá substituir o FN FAL
(fuzil automático leve), de projeto belga, usado pelos militares desde
1964. Considerado o primeiro totalmente desenvolvido e produzido pela
indústria nacional, o IA2 foi desenhado pela Imbel (Indústria de
Material Bélico do Brasil, vinculada ao Ministério da Defesa), possui 85
centímetros e pesa 3,34 quilos - mais leve que o atual.
São 1.500 unidades que foram distribuídas em 2014 a 15 quartéis em 11 estados para serem submetidas a tiros diários em diversas condições e ambientes, da caatinga à selva amazônica, nas tropas de operações especiais e também em saltos de paraquedas.
O G1 acompanhou um teste de tiro da arma no 4º Batalhão de Infantaria Leve do Exército em Osasco, na Grande São Paulo (veja vídeo acima), que recebeu 100 fuzis IA2. O modelo foi usado pelo quartel durante a Copa do Mundo para fazer a segurança de autoridades que desembarcavam no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
São 1.500 unidades que foram distribuídas em 2014 a 15 quartéis em 11 estados para serem submetidas a tiros diários em diversas condições e ambientes, da caatinga à selva amazônica, nas tropas de operações especiais e também em saltos de paraquedas.
O G1 acompanhou um teste de tiro da arma no 4º Batalhão de Infantaria Leve do Exército em Osasco, na Grande São Paulo (veja vídeo acima), que recebeu 100 fuzis IA2. O modelo foi usado pelo quartel durante a Copa do Mundo para fazer a segurança de autoridades que desembarcavam no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
Segundo o capitão Leonardo de Mello Barbosa, a fase de avaliação do
novo fuzil deve ser finalizada entre novembro e dezembro, para que, a
partir de então, ele passe a ser gradualmente comprado e distribuído nos
quartéis do Exército. Cerca de 70% de todos os FAL devem ser trocados,
afirma o Exército.
Tenente
empunha novo fuzil do Exército, o IA2, o primeiro modelo desenvolvido e
fabricado totalmente no Brasil e que substituirá o FAL, usado desde
1964 (Foto: Tahiane Stochero/G1)
“O IA2 começou a ser desenvolvido
pela engenharia da Imbel em 2008 a partir de percebermos uma necessidade
do Exército de uma arma mais leve de calibre 5,56mm. Ele é um fuzil de
assalto, em comparação com o FAL, que é um fuzil de batalha, e que tem
um calibre mais pesado, de 7,62mm. Com o IA2 temos uma arma cerca de um
1,1 kg mais leve e também com maior volume de fogo, pois ele leva um
carregador de 30 tiros em comparação com um de 20 tiros”, afirma o
capitão Barbosa.
“Ele é muito fácil de operar e desmontar, por ter algumas semelhanças
com o FAL, o soldado adaptou rápido. Também é mais ergonômico e a
precisão do tiro é muito boa”, diz o tenente Eduardo Luiz dos Santos
Henrique, de 26 anos, que já deu 200 disparos com a arma.
Uma das facilidades que o oficial percebeu foi na situação das rajadas automáticas: segundo ele, ao contrário do FAL e do Para-Fal (uma nova versão do FAL com coronha dobrável), os disparos não possuem a tendência a subir.
Uma das facilidades que o oficial percebeu foi na situação das rajadas automáticas: segundo ele, ao contrário do FAL e do Para-Fal (uma nova versão do FAL com coronha dobrável), os disparos não possuem a tendência a subir.
IA2 pesa 3,4 quilos e tem 88 centímetros
(Foto: Tahiane Stochero/G1)
(Foto: Tahiane Stochero/G1)
Com 4,4 kg e 1,10 m de comprimento, o FAL foi desenvolvido após a
Segunda Guerra Mundial (1939-1945), época em que os combatentes ficavam
distantes um do outro, explica o capitão Barbosa. O FAL foi desenvolvido
para atingir alvos a até 600 metros. "A guerra mudou, agora o combate é
aproximado e em áreas urbanas, exigindo um fuzil mais prático,
flexível. Nosso alvo é para até 300 metros com o IA2", acrescenta ele.
Cada exemplar do IA2 custa cerca de R$ 5.500 e também será utilizado
pela Marinha e pela Aeronáutica, que pediram mudanças de cor (a parte
superior do cano da arma no modelo do Exército é verde, enquanto a
Aeronáutica prefere azul e a Marinha, preta). Alguns países africanos,
além de Uruguai, Nova Zelândia e Austrália, também demonstraram
interesse em adquirir a arma.
O novo fuzil é considerado mais maleável por permitir acoplar mais
acessórios que o FAL, como punhos táticos, lanternas, lunetas, miras e
equipamentos de visão noturna.
“O FAL é armamento que temos no Exército até hoje, estamos acostumados
já. Mas o IA2 chegou para mostrar que veio para substituir o FAL. É uma
mais leve e precisa”, diz o sargento Reginaldo Pereira Barbosa, de 44
anos, e há 25 anos no Exército.Diferenças
Em estande de tiro de quartel em Osasco, militares
testam o FAL (à direita) e o IA2 (à esquerda) (Foto:
Tahiane Stochero/G1)
testam o FAL (à direita) e o IA2 (à esquerda) (Foto:
Tahiane Stochero/G1)
O sistema interno de funcionamento dos dois fuzis também é diferente: o
FAL tem um ferrolho (conjunto que trava o disparo) de forma basculante,
como de pistolas, enquanto que no IA2, a peça possui um trancamento bem
mais leve.
Desde que o Exército começou a testar o IA2, militares passaram orientações e críticas para modificar algumas peças, como a rusticidade da tampa da caixa da culatra (que introduz a munição na câmara para o disparo). Soldados acabavam quebrando a tampa ao desmontar o novo modelo para manutenção, o que exigiu que o material fosse reforçado. Também foram feitas mudanças na proteção do botão que abria o carregador e que no FAL poderia provocar acidentes.
Uma chapa protetora também foi colocada internamente na área por onde sai o disparo para evitar o superaquecimento após o fuzil dar mais de 60 tiros, algo que gerava reclamações. A peça que prende a bandoleira (alça que prende a arma ao soldado), que ficava semi-solta e fazia barulho no FAL, é totalmente presa ao IA2 e facilita o manuseio.
Os técnicos da Imbel ainda querem fazer outras melhorias para os soldados e uma versão de calibre 7.62 está em fase de desenvolvimento para ser testado pela tropa em 2015. Uma das ideias é fazer uma coronha (a parte que fixa o fuzil no ombro do militar) que possa ser estendida ou reduzida, de acordo com a vontade do militar, segundo o técnico em armas José Ricardo de Souza.
Desde que o Exército começou a testar o IA2, militares passaram orientações e críticas para modificar algumas peças, como a rusticidade da tampa da caixa da culatra (que introduz a munição na câmara para o disparo). Soldados acabavam quebrando a tampa ao desmontar o novo modelo para manutenção, o que exigiu que o material fosse reforçado. Também foram feitas mudanças na proteção do botão que abria o carregador e que no FAL poderia provocar acidentes.
Uma chapa protetora também foi colocada internamente na área por onde sai o disparo para evitar o superaquecimento após o fuzil dar mais de 60 tiros, algo que gerava reclamações. A peça que prende a bandoleira (alça que prende a arma ao soldado), que ficava semi-solta e fazia barulho no FAL, é totalmente presa ao IA2 e facilita o manuseio.
Os técnicos da Imbel ainda querem fazer outras melhorias para os soldados e uma versão de calibre 7.62 está em fase de desenvolvimento para ser testado pela tropa em 2015. Uma das ideias é fazer uma coronha (a parte que fixa o fuzil no ombro do militar) que possa ser estendida ou reduzida, de acordo com a vontade do militar, segundo o técnico em armas José Ricardo de Souza.
IA2
(verde, à frente) vai ser adotado pelo Exército após o término dos
testes em 2014. O FAL (preto, ao fundo) é usado pela tropa há 50 anos
(Foto: Tahiane Stochero/G1)
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