Aline Leal / Agência Brasil
Previsão é que os médicos comecem a clinicar na próxima segunda.
BRASÍLIA - Balanço apresentado nesta segunda-feira (23) pelo Ministério da Saúde mostra que 84% dos médicos selecionados na primeira chamada do Mais Médicos apresentaram-se
dentro do prazo nos municípios onde irão trabalhar. Agora ficam
abertas, em segunda chamada até amanhã, 835 vagas em 498 municípios e 12
Distritos Sanitários Especiais Indígenas para os 9.276 mil médicos já
inscritos. A previsão é que os médicos comecem a clinicar na próxima
segunda-feira (2).
Entre os 3.936 médicos que concluíram a
inscrição no programa, 3.304 compareceram nas cidades onde iriam
trabalhar até o prazo limite, que foi a última sexta-feira (20). Os
médicos que não se apresentaram ficam eliminados desta edição do
programa.
Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, um dos motivos
das desistências é que neste período saem os resultados das provas de
residência médica. “Alguns desses médicos muito provavelmente iriam para
o programa objetivando conseguir os 10% para, no ano que vem, entrar em
um programa de residência na especialidade que ele almeja e isso pode
já ter acontecido”.
A Região Nordeste foi a mais atendida nesta
primeira chamada, das 1.794 opções disponíveis, 1.505 foram preenchidas.
No Sudeste, das 1.019 solicitadas, 837 foram ocupadas, enquanto no
Centro-Oeste, das 393 disponíveis 314 foram ocupadas. O ministro
assegura que todas as 4.146 vagas ofertadas serão preenchidas ainda
nesta edição do programa.
Entre os profissionais que se
apresentaram nos locais onde irão clinicar, 57% optaram por receber os
10% de bônus nas provas de residência e trabalhar por um ano no
programa. Os demais optaram por receber os benefícios do Mais Médicos,
auxílio moradia e alimentação e ficar no município por três anos.
Chioro
se disse supreso e satisfeito com a adesão de médicos brasileiros ao
programa. "A gente tinha perspectiva de que isso poderia acontecer daqui
a alguns anos e começou a ocorrer alguns anos antes, o que é uma coisa
muito positiva: o medico brasileiro participando do programa e, se
necessário, complementar com a participação de medicos estrangeiros, e
não o contrário [como aconteceu nas outras edições]".
Nos dias 17 e
18 de março haverá uma terceira chamada para que médicos com registro
brasileiro já inscritos no programa possam escolher os municípios com
vagas disponíveis. Se ainda permanecerem postos em aberto, no dia 10 de
abril será aberta chamada para brasileiros formados no exterior e no dia
5 de maio para médicos estrangeiros. Se ainda sobrarem vagas o governo
recorrerá aos médicos cubanos. As inscrições poderão ser feitas nosite www.maismedicos.saude.gov.br. As vagas disponíveis também estão na página do programa.
Nesta
edição do programa o governo brasileiro fez uma alteração no edital no
que diz respeito a médicos estrangeiros refugiados no Brasil. As regras
do programa proíbem a contratação de médicos que venham de países mais
carentes desses profissionais do que o Brasil, porém, na situação de um
médico refugiado no Brasil, esta regra não será seguida.
“Um
refugiado, por exemplo, é de um país do Oriente Médio, esse país tem
menos médicos percentualmente que o Brasil, [que tem 1,8 por mil
habitantes]. Nós do Mais Médicos decidimos seguir os tratados
internacionais, nunca recrutando profissionais de países que têm menos
médicos que o Brasil, mas essa pessoa hipotética não pode ser médica no
Oriente Médio porque é um refugiado, então a gente ajustou excetuando
esta situação para os refugiados”, explicou o secretário de Gestão do
Trabalho e da Educação na Saúde, Heider Pinto.
Nestes casos, o
estrangeiro poderá se inscrever junto de outros estrangeiros para
trabalhar no programa e o governo flexibilizará a necessidade de alguns
documentos pela condição de refugiado, desde que o candidato apresente o
diploma de médico.
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