Ana Cristina Campos/Agência Brasil
"Cai a máscara dos conspiradores”, disse Dilma em discurso no Palácio do Planalto.
BRASÍLIA
- Sem mencionar diretamente os nomes, a presidente Dilma Rousseff
afirmou, nesta terça-feira (12), que o vice-presidente da República,
Michel Temer, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), são os chefes do que ela classificou de golpe em curso contra
seu mandato.
“Se ainda havia alguma dúvida sobre o golpe, a
farsa, que há golpe de Estado em andamento, essa dúvida não existe mais.
Os golpistas têm chefe e vice-chefe assumidos. Um deles é a mão não tão
invisível que conduz com desvio de poder e abusos o processo [de
impeachment]. O outro esfrega as mãos e disfarça a farsa do vazamento de
um pretenso discurso de posse. Cai a máscara dos conspiradores”, disse
Dilma, em discurso no Palácio do Planalto.
““Vivemos tempos
estranhos de golpe, farsa e traição. Usaram a farsa do vazamento para
difundir a ordem unida da conspiração. Agora, conspiram abertamente, à
luz do dia, para desestabilizar uma presidenta legitimamente eleita.
Caluniam enquanto leiloam posições no gabinete do golpe, no governo dos
sem-voto", afirmou a presidente.
Segundo Dilma, nessa segunda-feira (11), ficou claro que existem dois chefes do golpe que agem em conjunto e de forma premeditada. "Como muitos brasileiros, tomei conhecimento e confesso que fiquei chocada com a desfaçatez da farsa do vazamento, que foi deliberado, premeditado. Vazando para eles mesmos, tentaram disfarçar o que era um anúncio de posse antecipada, subestimando a inteligência dos brasileiros. Até nisso, são golpistas, sem respeito pela democracia, porque eu estou no pleno exercício de minha função de presidenta da República”, acrescentou Dilma.
Segundo Dilma, nessa segunda-feira (11), ficou claro que existem dois chefes do golpe que agem em conjunto e de forma premeditada. "Como muitos brasileiros, tomei conhecimento e confesso que fiquei chocada com a desfaçatez da farsa do vazamento, que foi deliberado, premeditado. Vazando para eles mesmos, tentaram disfarçar o que era um anúncio de posse antecipada, subestimando a inteligência dos brasileiros. Até nisso, são golpistas, sem respeito pela democracia, porque eu estou no pleno exercício de minha função de presidenta da República”, acrescentou Dilma.
A presidente referiu-se ao vazamento de um áudio em que o vice-presidente Michel Temer fala como se o processo de impeachment
já tivesse sido aprovado pela Câmara dos Deputados. No áudio,
classificado por Temer como mensagem de “palavra preliminar à Nação
brasileira”, o vice-presidente diz que precisa estar preparado para
enfrentar os “graves problemas que afligem” o Brasil, caso os senadores
decidam a favor do afastamento de Dilma. Ele lembra, porém, que a
decisão do Senado deve ser aguardada e respeitada.
No comunicado,
Temer pede a pacificação do país, diz que é preciso um governo de
“salvação nacional”, com colaboração de todos os partidos para sair da
crise, e defende apoio à iniciativa privada como forma de gerar
investimentos e confiança no Brasil.
A presidente discursou para
uma plateia formada por professores e estudantes no ato intitulado
Encontro da Educação pela Democracia.
Integrantes da União
Nacional dos Estudantes (UNE), da União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas (Ubes), da Confederação Nacional pelos Trabalhadores na
Educação (CNTE) e do Conselho Nacional de Educação (CNE) estão entre as
entidades que participaram do ato.
A Comissão Especial do
Impeachment da Câmara dos Deputados aprovou, nessa segunda-feira (11) o
parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) pela admissibilidade da
abertura do processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Foram
38 votos a favor e 27 contra.
A votação do parecer sobre a continuidade do processo de impeachment no plenário da Câmara deve começar sexta-feira (15) e se estender pelo fim de semana.
Os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, estavam presentes à cerimônia.
Nas
últimas semanas, Dilma recebeu manifestações de apoio de grupos de
intelectuais e artistas, mulheres, integrantes de sindicatos, de
movimentos sociais e de juristas. O último encontro no Palácio do
Planalto ocorreu na semana passada, quando mulheres de diversos
movimentos sociais discursaram em defesa do mandato da presidente.
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