Ele ainda não havia falado após aprovação do processo de impeachment.
Mais cedo, vice-presidente se reuniu com Secretário da Segurança de SP.
O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou nesta
terça-feira (19) em São Paulo que vai aguardar "silenciosa" e
''respeitosamente" a decisão do Senado sobre o impeachment da presidente
da República Dilma Rousseff (PT). Foi a primeira declaração do
vice-presidente após a Câmara dos Deputados aprovar, no domingo (17), o
prosseguimento do processo de impeachment de Dilma para o Senado.
"Eu quero dizer que eu muito silenciosa e respeitosamente vou aguardar a
decisão do Senado Federal. O Senado Federal é que dá a última palavra
sobre essa matéria, portanto seria inadequado que eu dissesse qualquer
coisa antes da solução acertada pelo Senado Federal", disse.
Temer fez apenas um breve pronunciamento e entrou no carro com seus
seguranças com destino ao seu escritório, na Zona Sul de São Paulo. Ele
não respondeu perguntas dos jornalistas sobre se os recentes encontros
teriam o objetivo de formar a equipe ministerial de um possível governo
Temer e sobre as últimas críticas da presidente Dilma Rousseff.
Na segunda-feira (18), a presidente afirmou
considerar "inusitado, estranho e, sobretudo, estarrecedor, que um
vice-presidente, no exercício do seu mandato, conspire contra a
presidenta abertamente. Em nenhuma democracia do mundo uma pessoa que
fizesse isso seria respeitada porque a sociedade humana não gosta de
traidores", disse.
O
vice-presidente, Michel Temer, fez sua primeira declaração após a
aprovação na Câmara dos Deputados do prosseguimento do processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira (19) (Foto:
Tatiana Santiago/G1)
Café da manhãMais cedo, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, visitou o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), na casa dele na Zona Oeste de São Paulo. Moraes afirmou que foi tomar um café com o vice-presidente e perguntar sobre a segurança da área, em Alto de Pinheiros, tendo em vista o aumento do assédio em relação ao vice-presidente após a Câmara aprovar no domingo (17) o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O encontro durou cerca de uma hora.
“É um amigo de mais de 20 anos das aulas das aulas de direito constitucional, das palestras, e [vim] conversar principalmente por essa situação atual dele aqui, se estava necessitando de alguma coisa em relação à segurança da área, até porque já como vice, mas aguardando a possibilidade de assumir a presidência.”, disse o secretário.
Moraes, que é advogado especialista em direito constitucional, negou que tenha ido até a casa do vice-presidente para conversar sobre cargos em um possível governo Temer, como o de ministro da Justiça.
“Vim na qualidade de amigo e de secretário da Segurança de São Paulo. Mas nada em relação a qualquer questão governamental federal, até porque sou secretário da Segurança Pública de São Paulo”, disse.
No início da tarde, papeis com frases contra Temer
foram jogados na entrada do prédio do escritório de
advocacia de Temer. (Foto: Glauco Araújo/G1)
foram jogados na entrada do prédio do escritório de
advocacia de Temer. (Foto: Glauco Araújo/G1)
No início da tarde, papeis com frases como "Temer traidor", "Não vai
ter golpe" e "Palmeiras não tem mundial" foram jogados na entrada do
prédio do escritório de advocacia de Temer.
Jantar
O vice-presidente jantou na segunda-feira (18), em São Paulo, com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e com o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, segundo a jornalista Miriam Leitão relatou no Bom Dia Brasil. Eles debateram o cenário da economia do país. Como Fraga já havia dito que não aceitaria cargo no governo, não houve convite de Temer para ele integrar um eventual governo caso a presidente Dilma Rousseff sofra o impeachment.
O vice-presidente jantou na segunda-feira (18), em São Paulo, com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e com o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, segundo a jornalista Miriam Leitão relatou no Bom Dia Brasil. Eles debateram o cenário da economia do país. Como Fraga já havia dito que não aceitaria cargo no governo, não houve convite de Temer para ele integrar um eventual governo caso a presidente Dilma Rousseff sofra o impeachment.
Temer viajou para a capital paulista, onde tem casa e escritório, na
manhã da segunda-feira, horas após a Câmara ter votado pelo
prosseguimento do processo de impeachment. O caso agora está com o
Senado. Se os senadores decidirem acolher o processo, Dilma é afastada e
Temer assume até a votação final.
De acordo com Miriam Leitão, no jantar, o vice estava interessado em
ouvir as análises de Fraga. O ex-presidente do BC traçou um quadro
preocupante sobre a situação fiscal brasileira e defendeu que o governo
estabeleça metas de superávit primário crescentes e aceite estabelecer
em lei um limite pra a dívida pública.
Durante todo o tempo que falou, Armínio alertou o vice presidente para a
gravidade da situação econômica e chegou a dizer: "isso é uma
emergência".
Temer tem analisado outros nomes para um eventual governo, como o do senador José Serra
(PSDB-SP), que tem forte tendência fiscalista no trato das contas
públicas. Outro nome que vem sendo cogitado é o do economista Murilo
Portugal, que serviu a vários governos, foi secretário do Tesouro no governo Fernando Henrique Cardoso e foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, está na Febraban.
Henrique Meirelles,
ex-presidente do BC no governo Lula, também é lembrado com frequência.
Outro nome que está em todos os estudos de montagem de equipe de um
possível governo Temer, para a área social, é o do ex-deputado e
ex-ministro Roberto Brant.
Ao longo da tarde, no escritório em São Paulo, Temer recebeu aliados, comos o ex-ministros do governo Dilma Moreira Franco e Thomas Traumann.
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