G1
Uma moradora de Itaberá, interior de SP, registrou com o celular o
tornado que deixou um rastro de morte e destruição em Taquarituba na
tarde deste domingo (22). O tornado matou duas pessoas e deixou 66
feridos, além de centenas de desabrigados.
A advogada Tassiane Faé Gomes, de 25 anos, gravou o momento em que o carro onde ela estava entra no meio da tempestade (Veja o vídeo ao lado).
Assustados com a força dos ventos e com a visão de galhos de árvore e
telhas voando, ela e o namorado decidem voltar pelo caminho de onde
vieram.
Tassiane conta que voltava de Carlópolis (PR), a 55 km de
Taquarituba, quando percebeu a grande nuvem em formato de funil. “A
gente estava seguindo pela estrada quando vimos a nuvem, estava muito
baixa e seguia paralela à estrada. Só conseguimos ultrapassar a nuvem
depois de um tempo, porque ela era muito grande e se movia com
velocidade”, relata.
Ao chegar à entrada de Taquarituba, o casal acabou entrando no meio
da tempestade. “Não dava pra enxergar nada, tinha muita coisa voando, o
barulho era terrível e o carro estava totalmente sem controle, mesmo em
baixa velocidade. Entramos em desespero naquela hora, aí meu namorado
deu meia volta e saímos de lá.”
A advogada conta que os dois pararam em um posto de
combustíveis até a nuvem se dissipar. Pouco tempo depois, ao voltar para
a cidade, o cenário era de destruição. “Parecia cena de guerra. Tinha
árvores e postes caídos, placas de sinalização retorcidas, telhas de
zinco espalhadas por todo lugar. Vimos ônibus e caminhões tombados e a
cobertura de um posto de combustíveis destruída. O mais impressionante é
que não foram nem cinco minutos entre o tempo que a gente fugiu da
tempestade até voltarmos e já estava tudo destruído.” (Clique aqui para assistir o vídeo)
Segundo Tassiane, ela e o namorado foram as primeiras pessoas a
ajudar as pessoas que estavam em um ônibus que tombou. “Socorremos dois
irmãos de Riversul que estavam machucados. Tinha muitas crianças dentro
do ônibus, elas que contaram que o motorista tinha morrido”, diz.
Além de Jamil Francisco da Silva, motorista do ônibus, também morreu o
jovem Edson Mateus Pereira. Ele estava em um ginásio de esportes cuja
cobertura desabou.
A advogada relata que eles tentaram levar os feridos para o hospital,
mas o caminho estava bloqueado. “Não tinha como chegar até o hospital
pela rua principal. Ficamos desesperados diante da sensação de
impotência. Tinha várias pessoas na rua chorando porque a casa tinha
desabado, foi horrível.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário