Do UOL, em Pitangueiras (SP)
Do início da colheita de cana-de-açúcar, em abril passado, até o final
de agosto, o Brasil já produziu neste ano cerca de 15 bilhões de litros
de etanol. O biocombustível que abastece a maior parte dos carros
brasileiros é fabricado em mais de 400 usinas, que estão concentradas
na região Centro-Sul do país.
Produção de etanol no Brasil
De toda a cana colhida nesta safra, 315 milhões de toneladas, pouco mais da metade foi utilizada para a produção de etanol, e o restante, para fabricar açúcar. Cada tonelada de cana produz, em média, 85 litros de etanol.
Tradicionalmente, a cana-de-açúcar é colhida manualmente por
trabalhadores rurais, que precisam queimar a palha da base do caule das
plantas para conseguir cortá-lo. A colheita também pode ser feita
através de máquinas especialmente desenhadas para a operação, chamadas
de colheitadeiras ou colhedoras, que fazem o trabalho sem a necessidade
de queimadas.
Na usina, cana é analisada em laboratório para medição do teor de açúcar
O material colhido no campo é levado em caminhões para as usinas, para dar início ao processo de fabricação do etanol. Assim que a carga chega, uma máquina chamada de sonda oblíqua retira uma amostra de cana.
Ela é levada a um laboratório dentro da própria usina, para descobrir
seu teor de açúcar. Quanto maior a quantidade de açúcar, mais álcool
pode ser produzido e melhor o preço pago pela cana.
A carga do caminhão, enquanto isso, é descarregada. Se a cana foi
colhida manualmente, ela é lavada e picada em pequenos pedaços por um
picador, antes de seguir para a moagem. Quando colhida por máquinas, a
cana já chega picada e, em geral, vai diretamente para a moagem.
A cana é então triturada para a extração de um caldo, que será
transformado em açúcar ou etanol. O que sobra da moagem é o bagaço,
resíduo fibroso que pode ser queimado em caldeiras para a obtenção de
energia.
Essa energia pode ser utilizada para o funcionamento da própria usina
ou então vendida para a rede pública. A Viralcool, usina de Pitangueiras
(SP), produz 50 MW (megawatts) por dia, dos quais 37 MW são vendidos
para a Companhia Paulista de Força e Luz, por um valor que varia de R$
100 a R$ 130 por quilowatt (kW) - um megawatt corresponde a 1.000
quilowatts.
O caldo obtido na moagem vai para tonéis de decantação, onde é
misturado com cal e outras substâncias que fazem as impurezas como terra
e pedaços de bagaço se depositar no fundo dos tanques.
Caldo extraído da cana é fermentado e destilado antes de virar etanol
Mais limpo, o caldo concentrado passa por outro processo de purificação, recebendo substâncias químicas e sendo movimentado constantemente. Ele é então conduzido a outro tanque e misturado com água e fermento biológico. Esse fermento é um fungo, que se alimenta do açúcar do caldo, liberando gás carbônico e álcool.
A mistura é levada para uma centrífuga, que separa o fermento da parte
líquida, chamada de vinho fermentado, que contem álcool, matéria
orgânica, minerais e água.
O líquido é então destilado, dando origem ao etanol hidratado. Contendo
93% de álcool e o restante de água, pode ser usado para abastecer
carros com motor flex .
Para poder ser misturado à gasolina, precisa passar por um tanque
chamado de coluna de recuperação, onde sofre um processo químico que o
desidrata e o transforma no etanol anidro, com 99% de álcool.
A brasileira Embraer fabrica há 40 anos o avião pulverizador Ipanema; desde 2005, a aeronave tem versão movida a etanol Leia mais Divulgação/Embraer
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