A reportagem especial foi exibida na noite desta terça-feira (22), no JMTV 2ª Edição.
Imirante.com, com informações da TV Mirante
SÃO LUÍS – Dois policiais militares, envolvidos em um crime acontecido
em 2011, continuam exercendo a função pública. O sargento Joniel Ribeiro
Farias e o soldado Francisco Silva Lima são investigados pelo homicídio
do pedreiro José Ribamar Vieira Batista, mas, três anos após o fato,
integram, ainda, a corporação. A reportagem especial foi exibida na
noite desta terça-feira (22), no JMTV 2ª Edição.
De
acordo com informações, o pedreiro foi assassinado pelos militares
durante uma abordagem policial na Av. Guajajaras, no dia 31 de outubro
de 2011. O laudo, emitido pelo Instituto Médico Legal (IML), comprovou
que foram efetuados cinco tiros laterais e de cima para baixo, como se a
vítima estivesse sentada. Os PMs afirmaram que José Ribamar teria
fugido de um posto de gasolina após abastecer R$ 10 de gasolina e não
ter pago o serviço. Na versão dos policiais, após a perseguição, José
Ribamar teria sacado um facão para ferir os policias que, então, teriam
agido em legitima defesa efetuando os disparos. Entretanto, testemunhas
do crime registraram a ação em um vídeo que mostra que a vítima sequer
desceu do carro.
Imagens de cinegrafista amador registram a ação dos policiais. Foto: Arquivo / TV Mirante.
Os
parentes da vítima contradisseram a versão dos policiais. Imagens,
gravadas de um celular, pelo irmão do pedreiro, mostram o tanque do
carro cheio e, também, questionam o motivo pelo qual a vítima fugiria do
local, já que ela possuía dinheiro suficiente para abastecer.
O repórter da TV Mirante
Alex Barbosa investigou o desenrolar do Inquérito Policial Militar
(IPM) e descobriu que ambos os envolvidos estão exercendo o cargo de
policial militar normalmente. O sargento Joniel Ribeiro Farias foi
transferido para a cidade de Rosário, distante 30 km de São Luís, e o
soldado Francisco Silva Lima continua trabalhando no 6º Batalhão de
Polícia Militar (BPM), na Cidade Operária, mesmo local onde tirava
plantão na época do homicídio.
Em nota, a
Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os dois acusados da
morte do pedreiro foram afastados do serviço. No entanto, o soldado
Francisco Silva Lima está na ativa e, inclusive, já responde pelo crime
de alterar provas ao coagir testemunhas. O soldado Silva Lima, como é
conhecido na corporação, foi intimado durante seis meses pelo Tribunal
de Justiça (TJ) para prestar depoimento sobre o crime, mas só conseguiu
resposta após intimar o comandante do batalhão onde Silva Lima trabalha,
pedindo para que o comando do batalhão apresentasse o acusado.
Novas acusações
Recentemente,
no último dia 28 de junho, o soldado, investigado por matar o pedreiro
José Ribamar, se envolveu em outra ação policial vista como truculenta.
Uma criança foi atropelada por uma moto do Grupo Tático Móvel (GTM) e,
após desmaiar, o pai da garota foi tentar esclarecimentos sobre o
acontecido. Reginildo Duran Moraes, pai da criança, disse que “tive uma
reação de pai e, logo em seguida, começaram as agressões. Ele puxou a
arma pra mim”, disse. Ele afirma que o PM Silva Lima estava na ação.
“Ele era o mais agressor”. A esposa de Reginildo também foi agredida
pelo policial. “Ele me encheu de socos; acho que me deu uma coronhada,
porque fiquei com a cabeça toda dolorida”, declarou a vítima da
agressão. O caso foi registrado na Delegacia da Mulher.
O
promotor de Controle Externo da Atividade Policial, Claudio Cabral
Marques, disse que “percebemos que, na maioria das vezes, os
procedimentos administrativos são condescendentes, lentos e, muitas das
vezes, corporativos”, declarou.
O
coronel Zanoni Porto, comandante-geral da PM, assumiu que os policiais
estão nas ruas, mas ele disse que, apesar de parecer, “nós não passamos a
mão na cabeça de alguém, (...). Nos últimos oito anos, foram excluídos
59 policiais militares (por conduta incompatível com a corporação); o
julgamento e os recursos na parte administrativa demoram, mas todos
estão sendo julgados e, aqueles que são comprovados com desvio de
conduta, com certeza, são excluídos”.
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