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quarta-feira, 23 de julho de 2014

PMs, acusados de homicídio, continuam trabalhando


A reportagem especial foi exibida na noite desta terça-feira (22), no JMTV 2ª Edição.
Imirante.com, com informações da TV Mirante

SÃO LUÍS – Dois policiais militares, envolvidos em um crime acontecido em 2011, continuam exercendo a função pública. O sargento Joniel Ribeiro Farias e o soldado Francisco Silva Lima são investigados pelo homicídio do pedreiro José Ribamar Vieira Batista, mas, três anos após o fato, integram, ainda, a corporação. A reportagem especial foi exibida na noite desta terça-feira (22), no JMTV 2ª Edição.
De acordo com informações, o pedreiro foi assassinado pelos militares durante uma abordagem policial na Av. Guajajaras, no dia 31 de outubro de 2011. O laudo, emitido pelo Instituto Médico Legal (IML), comprovou que foram efetuados cinco tiros laterais e de cima para baixo, como se a vítima estivesse sentada. Os PMs afirmaram que José Ribamar teria fugido de um posto de gasolina após abastecer R$ 10 de gasolina e não ter pago o serviço. Na versão dos policiais, após a perseguição, José Ribamar teria sacado um facão para ferir os policias que, então, teriam agido em legitima defesa efetuando os disparos. Entretanto, testemunhas do crime registraram a ação em um vídeo que mostra que a vítima sequer desceu do carro.

 
Imagens de cinegrafista amador registram a ação dos policiais. Foto: Arquivo / TV Mirante.

Os parentes da vítima contradisseram a versão dos policiais. Imagens, gravadas de um celular, pelo irmão do pedreiro, mostram o tanque do carro cheio e, também, questionam o motivo pelo qual a vítima fugiria do local, já que ela possuía dinheiro suficiente para abastecer.
O repórter da TV Mirante Alex Barbosa investigou o desenrolar do Inquérito Policial Militar (IPM) e descobriu que ambos os envolvidos estão exercendo o cargo de policial militar normalmente. O sargento Joniel Ribeiro Farias foi transferido para a cidade de Rosário, distante 30 km de São Luís, e o soldado Francisco Silva Lima continua trabalhando no 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM), na Cidade Operária, mesmo local onde tirava plantão na época do homicídio.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os dois acusados da morte do pedreiro foram afastados do serviço. No entanto, o soldado Francisco Silva Lima está na ativa e, inclusive, já responde pelo crime de alterar provas ao coagir testemunhas. O soldado Silva Lima, como é conhecido na corporação, foi intimado durante seis meses pelo Tribunal de Justiça (TJ) para prestar depoimento sobre o crime, mas só conseguiu resposta após intimar o comandante do batalhão onde Silva Lima trabalha, pedindo para que o comando do batalhão apresentasse o acusado.
Novas acusações
Recentemente, no último dia 28 de junho, o soldado, investigado por matar o pedreiro José Ribamar, se envolveu em outra ação policial vista como truculenta. Uma criança foi atropelada por uma moto do Grupo Tático Móvel (GTM) e, após desmaiar, o pai da garota foi tentar esclarecimentos sobre o acontecido. Reginildo Duran Moraes, pai da criança, disse que “tive uma reação de pai e, logo em seguida, começaram as agressões. Ele puxou a arma pra mim”, disse. Ele afirma que o PM Silva Lima estava na ação. “Ele era o mais agressor”. A esposa de Reginildo também foi agredida pelo policial. “Ele me encheu de socos; acho que me deu uma coronhada, porque fiquei com a cabeça toda dolorida”, declarou a vítima da agressão. O caso foi registrado na Delegacia da Mulher.
O promotor de Controle Externo da Atividade Policial, Claudio Cabral Marques, disse que “percebemos que, na maioria das vezes, os procedimentos administrativos são condescendentes, lentos e, muitas das vezes, corporativos”, declarou.

Cláudio Cabral Marques, promotor de Controle Externo de Atividade Policial. Foto: Reprodução / TV Mirante.
 
O coronel Zanoni Porto, comandante-geral da PM, assumiu que os policiais estão nas ruas, mas ele disse que, apesar de parecer, “nós não passamos a mão na cabeça de alguém, (...). Nos últimos oito anos, foram excluídos 59 policiais militares (por conduta incompatível com a corporação); o julgamento e os recursos na parte administrativa demoram, mas todos estão sendo julgados e, aqueles que são comprovados com desvio de conduta, com certeza, são excluídos”.

Coronel Zanoni Porto, comandante-geral da PM. Foto: Reprodução / TV Mirante.

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