Nova investigação envolve motores 3.0 a diesel de Porsche e Audi.
Fraude permite que veículos enganem testes de emissões de poluentes.
Porsche Cayenne tem motor 3.0 diesel que também pode estar em fraude (Foto: REUTERS/Denis Balibouse)
O órgão regulador ambiental dos Estados Unidos (EPA) disse nesta segunda-feira (2) que a Volkswagen
AG instalou controles fraudulentos de emissão de poluentes em veículos a
diesel das marcas Porsche e Audi, em modelos de 2014 até 2016, de
motores 3.0.
Com isso, a investigação vai ser ampliada também para as marcas de luxo do grupo alemão.
"A VW não cumpriu novamente com suas obrigações de se ajustar às leis
que protegem a qualidade do ar respirado pelos americanos", afirmou
Cynthia Giles, citada pela EPA no comunicado.
Até agora, a investigação sobre este tema contra a Volkswagen envolvia
motores de dois litros de cilindrada em automóveis de médio porte:
Jetta, Jetta, Beetle, Audi A3, Golf e Passat, modelos de 2009 a 2015.
Mas, segundo este novo anúncio, os dispositivos também foram instalados
em motores de três litros de cilindrada dos modelos Audi A6, A7, A8, Q5
e Porsche Cayenne, assim como nos Volkswagen Touareg, indicou o comunicado.
Estes motores foram instalados em modelos de 2014 até 2016, afirmou a
mesma fonte. "Temos provas flagrantes de violações às normas",
acrescentou Giles em uma teleconferência. "As investigações continuam",
garante a EPA.
A Volkswagen, entretanto, desmentiu a existência do software
fraudulento em seus motores a diesel V6 de três litros de cilindrada.
"A Volkswagen ressalta que nenhum programa foi instalado em seus diesel
três litros V6 para modificar de maneira inapropriada os controles de
poluição", afirmou em comunicado a fabricante alemã.
Pela primeira vez associada ao escândalo, a Porsche se declarou
"surpresa" pelas acusações. "Até esta notificação, todas as informações
demonstraram que a Porsche Cayenne respeita totalmente as normas", disse
a filial americana do grupo.
Escândalo
A Volkswagen admitiu em setembro ter instalado um software, conhecido como dispositivo de desativação, que pode enganar testes de emissões, em 11 milhões de carros em todo o mundo, mas se restringia aos motores 2.0 diesel (EA 189).
A Volkswagen admitiu em setembro ter instalado um software, conhecido como dispositivo de desativação, que pode enganar testes de emissões, em 11 milhões de carros em todo o mundo, mas se restringia aos motores 2.0 diesel (EA 189).
A fraude permitiu que os veículos fossem aprovados em testes destinados
a reduzir a emissão de óxidos nitrosos - um agente causador de poluição
atmosférica.
Os "dispositivos de desativação iludem, anulam ou tornam inoperantes os
elementos do sistema de controle das emissões dos veículos", disse o
órgão regulador em uma carta aos fabricantes.
Segundo a agência, há 10.000 novos automóveis implicados, embora não tenha especificado o número exato.
Seus motores deixam "até nove vezes mais" óxido de nitrogênio (NOx) no
ar do que o autorizado pelas normas nos Estados Unidos, afirmou a EPA,
que lembrou que o NOx é responsável por graves doenças respiratórias.
Os testes realizados desde o início do escândalo até agora não
incriminaram outras fabricantes, comentou. A EPA disse que tema das
punições à Volkswagen, que teoricamente pode chegar a US$ 18 bilhões, só
será abordado ao final da investigação.
As revelações anteriores dos motores adulterados da empresa alemã lhe
valeram a abertura de processos judiciais em vários países e provocaram
uma queda da metade de sua capitalização na Bolsa.
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