Política
Dirceu cumpre pena de 30 anos na Penitenciária da Papuda, em Brasília.
André Richter / Agência Brasil
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BRASÍLIA
- Por 3 votos a 1, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF)
decidiu hoje (26) suspender a execução da condenação do ex-ministro José
Dirceu a 30 anos de prisão na Operação Lava Jato. Com a decisão, Dirceu
deverá ser solto. Ele cumpre a pena na Penitenciária da Papuda, em
Brasília.
A decisão foi tomada a partir de um habeas corpus
protocolado pela defesa de Dirceu. Votaram pela soltura o relator, Dias
Toffoli, e os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
Edson
Fachin, relator dos processos da Lava Jato no STF, votou contra a
concessão da liberdade. A maioria entendeu que o cálculo da pena pode
ser revisto e Dirceu pode aguardar em liberdade o julgamento do recurso
contra a condenação.
José Dirceu foi preso
no mês passado após ter a condenação confirmada pela segunda instância
da Justiça Federal, com base no entendimento do STF, que autorizou a
execução provisória da pena, após o fim dos recursos na segunda
instância.
Sessão
O
julgamento desta terça-feira foi marcado por várias trocas de farpas
entre os ministros Dias Toffoli e Edson Fachin, que pediu vista do
habeas corpus, mas os demais integrantes da Segunda Turma decidiram
encaminhar a votação.
O procedimento não é
usual no STF. Em geral, quando integrantes pedem vista de um processo,
os demais chegam a adiantar o voto, mas o resultado fica suspenso e não é
proclamado.
Em dos trechos do julgamento,
ao discordar do voto de Toffoli, Fachin sustentou que o ministro estaria
descumprindo a decisão do plenário que autorizou a prisão após o fim
dos recursos em segunda instância. No entanto, Toffoli divergiu das
ponderações e passou a rebater os argumentos de Fachin.
"Mas
aí não tem a ver com execução imediata da pena, Vossa Excelência está
fazendo um contraponto, eu estou falando A, Vossa Excelência está
falando B. Vamos colocar as coisas nos devidos lugares”, disse Toffoli.
Em seguida, Fachin respondeu: "Nós dois estamos entendendo o que nós estamos falando".
A
troca de farpas entre os ministros ocorreu um dia após o ministro Edson
Fachin enviar ao plenário, e não à Segunda Turma, o recurso no qual a
defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também pedia para
suspender a execução da condenação na Lava Jato.
Além
de Dirceu, também conseguiram recursos favoráveis na sessão de hoje da
Segunda Turma o deputado estadual Fernando Capez (PSDB-SP), a senadora
Gleisi Hoffmann e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, e o
ex-tesoureiro do PP, João Claudio Genu, condenado na Lava Jato.
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