Política
Com essas mudanças, governo espera um maior uso dos biocombustíveis para alcançar a meta.
Marcelo Brandão / Agência Brasil
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BRASÍLIA
- O presidente Michel Temer aprovou hoje (5) as metas anuais de redução
de emissões de gases causadores do efeito estufa para os próximos dez
anos. Dessa forma, o governo espera um maior uso dos biocombustíveis,
como o etanol e o biodiesel, menos poluentes, para alcançar a meta. Isso
traria, segundo o presidente, menor dependência do mercado externo de
petróleo e consequente redução no preço dos combustíveis.
“Vamos
reduzir de 11,5% para 7% a dependência externa de combustíveis. O
Brasil estará menos exposto à variação internacional do preço do
petróleo e às flutuações cambiais. Portanto, quem sabe, num futuro muito
próximo, consigamos evitar acontecimentos como este que se verificou na
semana passada”, disse o presidente, referindo-se a greve dos
caminhoneiros, deflagrada por conta dos elevados preços do diesel. O
movimento provocou uma crise no abastecimento no país, inclusive com
falta de combustíveis e longas filas em postos.
As
metas propostas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)
compõem a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). Elas reduzem
10% nas emissões de carbono na matriz de combustíveis do país, passando
dos atuais 74,25 gramas de gás carbônico por megajoule (g CO2/MJ) para
66,75 g CO2/MJ, o que corresponde à retirada de 600 milhões de toneladas
de carbono da atmosfera até 2028.
Segundo o
Ministério do Meio Ambiente (MME), o estabelecimento da meta provocará
investimentos de R$ 1,3 trilhão em expansão da produção de
biocombustíveis nos próximos dez anos e redução de, pelo menos, 0,84% do
preço dos combustíveis ao consumidor ao final do período.
“[A
aprovação das metas são] exatamente para dar o testemunho do
compromisso do governo brasileiro com a qualidade de vida no mundo, com a
possibilidade de baixar o preço do combustível, que às vezes nos
captura, como recentemente nos capturou. São medidas que não terão
efeito amanhã, mas nos próximos dez anos”, disse o ministro de Minas e
Energia, Moreira Franco.
Áreas de Preservação
O
presidente também aproveitou o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado
hoje, para anunciar a criação de duas áreas de preservação ambiental,
uma na Amazônia e outra na Bahia. “Acabo de assinar duas novas áreas de
preservação: a Reserva Extrativista do Baixo Rio Branco, na Floresta
Amazônica, e um refúgio de vida silvestre para a ararinha azul, na
Bahia. Antes extinta em seu habitat, estamos reintroduzindo a ararinha
na natureza.”
A reserva destinada à
reintrodução da ararinha azul na natureza é de 120 mil hectares de área
protegida, nos municípios de Juazeiro e Curaçá, na Bahia. Já a Reserva
Extrativista Rio Branco ocupará 581 mil hectares entre os municípios de
Rorainópolis, em Roraima, e Novo Airão, no Amazonas.
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