Folha de S. Paulo
Gravação de uma conversa entre os traficantes Luiz Fernando da Costa, o
Fernandinho Beira-Mar, e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, na
Penitenciária Federal de Catanduvas (PR) indicam como os dois
discutiram os ataques à sede do AfroReggae no Complexo do Alemão, na
zona norte do Rio, afirma reportagem divulgada neste domingo (11) pelo
"Fantástico", da TV Globo.
De acordo com a reportagem, os dois condenam a atuação de José Junior,
coordenador do AfroReggae, na obtenção de testemunhas contra o pastor
Marcos Pereira, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Ele está preso
sob suspeita de estupro de fiéis da denominação.
Os dois criticam o dirigente da ONG e afirmam que Junior "comprou"
testemunhas contra o pastor. O coordenador do AfroReggae nega a
acusação.
Em determinado momento, Beira-Mar afirma que ele merece um "salve". O código é considerado por policiais um sinal para o ataque.
"Tipo assim, compraram. Compraram é eufemismo. Foi o Juninho que estava
por trés disso, né... Tinha que mandar um salve lá pra ele", diz
Beira-Mar a Marcinho VP, segundo a reportagem.
Os dois se encontraram no dia 10 de maio. De acordo com a reportagem,
Beira-Mar pediu à Justiça contato com outros detentos por se sentir
sozinho. A solicitação foi autorizada e o traficante falou com Marcinho
VP pelo parlatório. A conversa foi gravada, com autorização judicial.
O AfroReggae foi atacado nos dias 16 e 30 de julho. Após o segundo
ataque, os dois foram colocado em isolamento, sem banho de sol diário.
Só podem receber a visita de advogados.
Segundo o "Fantástico", os dois discutiram também uma tentativa de Marcinho VP em ser transferido para um presídio estadual.
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