Outubro Rosa
20
minutos de exercício físico diário é o suficiente para contribuir para
melhores respostas ao tratamento convencional da doença.
Na Mira
Mudanças leves na rotina como a adoção de atividades aeróbicas simples podem ajudar muito o corpo. (Foto: Reprodução)
SÃO
PAULO – Com a correria do dia a dia, as pessoas estão dando menos
atenção à quantidade de exercícios físicos que o corpo necessita – e as
consequências disso geram impactos diretos no aumento dos índices de
casos de câncer. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS)
indicam que 80% dos casos de surgimento de tumores malignos estão
relacionados ao nosso modo de vida, sendo o sedentarismo um dos
principais protagonistas destas estatísticas.
Outro
dado que reforça essa percepção vem de uma pesquisa realizada
recentemente pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), que aponta que a
prática frequente de atividade física pode reduzir o risco de
desenvolvimento de 26 tipos de câncer, entre eles o de mama, neoplasia
que mais atinge a população feminina no Brasil. Estima-se que em 2017
serão registrados 60 mil novos casos da doença, o que faz do câncer de
mama o mais prevalente entre as brasileiras, correspondendo a 28% de
todos os casos diagnosticados da condição.
Segundo
o oncologista Daniel Gimenes, é preciso lembrar que mesmo após o
diagnóstico de câncer de mama, os exercícios físicos exercem um papel
preponderante para a saúde da mulher e evolução positiva do tratamento.
"O incentivo à prática constante de atividades físicas e ingestão de
alimentos saudáveis surgem não apenas como iniciativas essenciais para
frear os índices aumentados da doença como também forma de potencializar
o processo de tratamento para mulheres com câncer de mama. Pesquisas
científicas sugerem que indivíduos com esse perfil apresentam taxas de
sobrevivência maior ao câncer cinco anos após o diagnóstico", diz o
especialista.
O oncologista explica que é
importante oferecer à paciente a oportunidade de 150 minutos de
atividade física semanal, ou seja, 20 minutos por dia. "O movimento
regular faz com que sejam eliminadas do sangue as moléculas de gordura,
chamadas de lipídios, que servem como forma de alimento para as células
tumorais. Isso significa que os exercícios dão um suporte extra para que
o corpo possa combater o inimigo, reduzindo suas chances de
crescimento", afirma o Dr. Daniel.
Essa
melhora nos índices de resposta contra o tumor de mama pode ser obtida a
partir de mudanças leves na rotina com a adoção de atividades aeróbicas
simples, como caminhada, corrida, bicicleta e dança, por exemplo.
Outras formas de movimento do corpo como a yoga também são recomendadas.
"A prática de movimentos libera substâncias como a endorfina, hormônio
responsável pela sensação de bem-estar, além de contribuir efetivamente
para a redução das dores crônicas, fadiga, estresse e melhora no sono",
diz o oncologista do CPO.
Ainda de acordo
com ele, tais benefícios oncológicos derivados da prática de exercícios
contribuem para a diminuição no risco de recidiva da doença. "Ao
colaborar para o controle e redução de peso, a paciente estará também
reduzindo as chances de retorno do tumor, já que o sobrepeso e a
obesidade são fatores que levam à maior chance de recidiva", frisa o Dr.
Daniel. Outro ponto importante é que a atividade física pode
proporcionar a melhora da autoestima da paciente. Contudo, o
especialista lembra que a prática não substituí o uso de medicamentos
específicos para controle da doença, devendo ser entendido como um
aliado.
"Consideramos os exercícios como um
complemento dos tratamentos convencionais de quimioterapia,
radioterapia, hormonioterapia ou cirurgia de retirada da mama. Dr.
Daniel destaca que, embora a atividade física seja importante durante o
tratamento de câncer de mama, é essencial que seja praticada respeitando
as limitações da paciente. "Se a mulher está sedentária durante anos,
não é recomendado que comece com um treino pesado. Todo movimento é
benéfico ao corpo e cabe à equipe multidisciplinar envolvida nos
cuidados com a paciente orientar sobre as opções adequadas conforme o
histórico pessoal", finaliza o especialista.
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