Os agentes encontraram o menino, que estava sem camisa, escondido embaixo da cama do acusado. José Ribamar Pereira Lima está preso desde outubro de 2015 acusado de estupro vulnerável – quando a vítima é menor de 14 anos.
Uma
criança foi encontrada por agentes penitenciárias na noite deste sábado
(30) dentro de uma cela com um acusado de estupro na Colônia Agrícola
Major César de Oliveira- localizada no município de Altos (região
metropolitana de Teresina). Os agentes observaram que ao término do
período de visita, um visitante não havia saído do presídio.
Os
agentes encontraram o menino, que estava sem camisa, escondido embaixo
da cama do acusado. José Ribamar Pereira Lima está preso desde outubro
de 2015 acusado de estupro vulnerável – quando a vítima é menor de 14
anos.
Os pais contaram a polícia que deixaram que o garoto
dormisse com José Ribamar no presídio porque voltariam no domingo para
nova visita.
No domingo (1) o casal retornou à cadeia e recebeu ordem de prisão. Os pais da criança foram levados para a Central
de Flagrantes de Teresina, onde prestaram depoimento e foram liberados. A Central de Flagrantes de Teresina está investigando o caso.
de Flagrantes de Teresina, onde prestaram depoimento e foram liberados. A Central de Flagrantes de Teresina está investigando o caso.
O
presidente do Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários do
Piauí), José Roberto Pereira, disse que a criança não tem parentesco com
o preso e que não deveria ter tido acesso às celas por ser menor de 18
anos sem autorização judicial prévia.
“A criança entrou no
presídio acompanhada dos pais sem autorização judicial. Não existe
cadastro de crianças que visitam presos na Major César e isso é muito
grave. O que estamos vendo nessa situação é uma aberração de crimes
sendo cometidos contra vulneráveis”, criticou José Roberto Pereira,
atacando diretamente o governo do Piauí.
O ECA (Estatuto da
Criança e do Adolescente) proíbe que crianças e adolescentes frequentem
pavilhões e celas de presídios e determina que a visita infantil deve
ocorrer em brinquedotecas. As crianças que visitam pais detentos devem
ter autorização da Justiça para o convívio no horário estabelecido pela
unidade prisional em que o preso se encontra.
“A criança relatou a
agentes penitenciários, que a retiraram da cela, que teve as partes
íntimas tocadas pelo preso. Não houve conjunção carnal porque os agentes
penitenciários chegaram a tempo e evitaram o pior. Há suspeita muito
forte de que essa criança foi levada para ser violentada durante a
noite. É um caso estarrecedor”, conta o vice-presidente do Sinpoljuspi,
Kleiton Holanda.
A Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania,
que está investigando o caso, informou que o preso foi colocado numa
cela do setor de triagem e está isolado. A Sejus disse ainda que o
garoto foi submetido a um exame de corpo de delito e de conjunção
carnal do Instituto Médico Legal de Teresina que constatou que ela não
foi violentada.
A Major César não possui brinquedoteca para
receber crianças que visitam familiares presos. Segundo a Sejuc, as
visitas infantis ocorrem na capela, mas a Secretaria não soube informar
como a criança teve acesso aos pavilhões e se encontrava dentro da cela
junto com outros presos. “O caso foi comunicado à Vara de Execuções
Penais para que adote providência”, informou.
O Sindicato dos
Agentes Penitenciários do Piauí denunciou que o preso foi espancado pela
direção da unidade prisional como forma de castigo por ter mantido a
criança dentro da cela. A Sejus disse que está “apurando o suposto
espancamento”.
Os presídios do Piauí estão superlotados, com 4.650
presos, e suas unidades prisionais têm, ao todo, capacidade para 2.220
internos. A Colônia Agrícola Major César tem capacidade para 200
internos e custodia 390 homens
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