Partidos
Secretaria
de Esportes, que era ocupada por Márcio Jardim, foi negociada como o
PP, com anuência da direção do PT, o que irritou diferentes correntes da
legenda no estado
SÃO
LUÍS - Partido com o maior tempo na propaganda eleitoral e reduto do
principal candidato a presidente do Brasil, o PT não consegue se impor
no Maranhão para ocupar postos de poder na estrutura do governo
comunista. O partido apoia incondicionalmente o Palácio dos Leões, mesmo
ocupando apenas postos sem maior expressão. Na semana que passou, esse
espaço ficou ainda menor, com a demissão do secretário de Esportes,
Márcio Jardim, que será substituído por um indicado do PP.
A
demissão de Jardim foi o mais recente capítulo envolvendo a legenda de
Lula no estado. O comando estadual, presidido pelo professor Augusto
Lobato – ele próprio assessor especial do governador Flávio Dino (PCdoB)
– aceita de bom grado qualquer ação do comunista em relação ao PT. Mas
os petistas de outras correntes reclamam de que Dino submete o PT a uma
posição medíocre, manipulando a legenda aos seus próprios interesses.
Há
duas semanas, Flávio Dino chamou dois filiados ao PT para cargos em seu
governo. Mas os dois – Terezinha Fernandes e Lawrence Melo (este último
filiado apenas para receber o cargo, segundo denunciam petistas) –
foram nomeados por serem amigos do próprio Flávio Dino, não por
indicação do partido.
O assunto foi exposto pelos membros da corrente Construindo um Novo Brasil, a maior do partido.
Uma
das últimas manifestações críticas da relação do PT com o governo
Flávio Dino foi assinada pelo sociólogo e funcionário público federal
Nonato Chocolate, dirigente municipal da legenda.
Chocolate
destaca que Dino aparelhou o PT estadual para assegurar a vitória do seu
assessor especial, Augusto Lobato, com o objetivo de controlar as
decisões internas do partido.
“Defendo que a partir de agora
devamos exercitar ao máximo o diálogo, tendo em vista o melhor cenário
para sustentação da candidatura de Lula em 2018”, diz o petista, em
carta encaminhada à militância.
Mas o próprio fechamento da carta
de Nonato Chocolate mostra a posição que o PT maranhense tem hoje em
relação ao governo comunista.
“Nós queremos ir com Flávio, mas
ele, ao que parece, não nos quer”, diz o sociólogo, numa tradução exata
da posição de submissão da legenda.
Mais
A
demissão do secretário de Esportes Márcio Jardim do governo Flávio Dino
estava anunciada há mais de três meses. Sem qualquer força pessoal para
se manter no posto – e sem amparo no próprio PT – o petista tentou
vincular sua imagem a Lula. Chegou a acompanhar o ex-presidente na
caravana pelo Nordeste, entre julho e setembro, posando com o líder
petistas em várias situações. Não adiantou. Flávio Dino sequer levou em
consideração a articulação de Jardim com Lula, anunciando sua demissão
na última sexta-feira, 13. Até porque, na caravana de Lula também estava
o deputado federal Waldir Maranhão, do mesmo PP que agora vai ocupar a
pasta dos Esportes.
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