Daniel Moraes / Imirante.com
Só em 2012, mais de 60 mil mortes por causa de acidentes envolvendo veículos foram registradas.
SÃO
LUÍS – Pode ser difícil de acreditar, mas um levantamento feito pelo
Observatório Nacional de Segurança Viária mostrou que, no Brasil,
morre-se mais no trânsito do que por homicídio ou câncer de pulmão, por
exemplo.
De acordo com o Mapa da Violência, mais de 50 mil pessoas
são assassinadas no Brasil a cada ano, o que torna o país campeão no
número de mortes por homicídio entre os 12 países mais populosos do
mundo. No trânsito, o número de mortes é aproximadamente 20% maior. Só
em 2012, mais de 60 mil mortes por causa de acidentes envolvendo
veículos foram registradas.
O levantamento feito pelo Observatório
Nacional de Segurança Viária também mostra que mais de 90% desses
acidentes são causados pela imprudência dos motoristas. Usar o celular
ao volante, dirigir alcoolizado e acima da velocidade permitida são
alguns dos principais erros cometidos pelos motoristas brasileiros.
Em
São Luís, dados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)
apontam que, só nos primeiros meses do ano, foram realizados 2.107
atendimentos de ocorrências decorrentes de acidentes de trânsito, entre
atropelamentos, colisões, capotagem de veículos e quedas de moto.
Os
números são expressivos, mas parecem não sensibilizar os condutores
maranhenses. A reportagem foi às ruas e, em poucas horas, pôde flagrar
várias irregularidades no trânsito da capital. Fazer retornos
irregulares, furar o sinal vermelho e dirigir sem o cinto de segurança
e/ou falando ao celular foram umas das imprudências mais percebidas.
O
estudante Edson Silva, 20 anos, morador da Cohab, admite que já foi o
causador de um acidente por causa de imprudência. Segundo ele, o
estresse foi um fator determinante. “Eu tava muito estressado, por causa
de alguns problemas pessoais, e fui dirigir. Acabei descendo aquela
avenida da Alemanha a 80 km/h e, quando fui perceber, já tava quase
embaixo de um caminhão. Ainda tentei frear, mas não teve jeito”, conta o
estudante.
Edson teve sorte por agora não estar fazendo parte das
estatísticas de mortes no trânsito brasileiro. Saiu do acidente apenas
com ferimentos leves e um prejuízo de R$ 2.100. Outras pessoas, como o
sargento da PM João Eudes, morto em um acidente com a moto que pilotava e
a caminhonete do médico Marco André Carneiro Salomão que vinha na
contramão, não tiveram a mesma sorte.
Segundo
Catarina Nanini, especialista em trânsito de São Paulo, a vida e os
sonhos de muitas vítimas poderiam ser mantidos caso o cuidado e
prudência fosse um hábito comum daqueles que compõem o trânsito. “O
problema é que muitos motoristas tem vícios no dirigir, por exemplo,
muitos não usam o cinto de segurança, ao realizarem uma manobra eles não
sinalizam com a seta com antecedência. Outro problema também é aquele
pessoal que vai passando no vermelho, que vai passando devagar e vai
avançando. São falhas que podem resultar em mortes”, esclarece.
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