No Brasil, desde 2011 foram vendidos 5,9 mil carros elétricos e híbridos, dos quais 2.079 neste ano, quase o dobro de 2016
por Estadão Conteúdo
Estudo recente da FGV Energia mostra que a frota mundial de elétricos e híbridos
no ano passado era de 2 milhões de veículos para passageiros (exclui
ônibus e motocicletas). A previsão é que até 2020 chegue a 13 milhões e,
em 2030, a 140 milhões, ou 10% da frota total de carros.
No Brasil, desde 2011 foram vendidos 5,9 mil carros elétricos
e híbridos, dos quais 2.079 neste ano, quase o dobro de 2016. O número
representa 0,3% das vendas totais. Sozinho, o híbrido Toyota Prius, que
custa R$ 120 mil, respondeu por quase 80% das vendas deste ano, com
1.635 unidades.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) calcula que, em dez anos, 2,5%
das vendas de carros no País serão de híbridos (o que equivalerá a 0,4%
da frota total). Boa parte deles deve utilizar etanol como combustível
para gerar a energia da bateria, tecnologia que está em desenvolvimento
por empresas como Toyota e Nissan. A fatia dos elétricos não foi
calculada.
A pesquisadora da FGV Energia, Tatiana Bruce, responsável pelo estudo
que utiliza dados globais da International Energy Agency (IEA), diz que a
principal dificuldade para a disseminação de veículos elétricos no
Brasil é o alto custo, principalmente da bateria, que corresponde a 50% do valor do carro. Nos últimos anos o preço vem caindo, mas ainda é elevado.
Por enquanto, diz Tatiana, "os grandes responsáveis pela adoção mais
acelerada do carro elétrico em outros países são os subsídios para
aquisição". Na China, mercado que mais cresce atualmente, o governo banca entre um terço e metade dos preços dos carros elétricos. A preocupação de ambientalistas é que a maior parte da energia local vem de térmicas a carvão.
No País, por enquanto, os incentivos são a isenção do Imposto de Importação
para elétricos e redução da alíquota de 35% para até 7% para os
híbridos. Alguns municípios, como São Paulo, oferecem isenção de IPVA e
dispensa do rodízio.
Segundo Tatiana, o Brasil tem necessidades diferentes
de outros países que precisam cumprir o Acordo de Paris, sobre o
aquecimento global. "Temos uma indústria de biocombustível bem
desenvolvida, uma vantagem que a maioria dos outros não tem".
Além das decisões do Rota 2030, é aguardada e regulamentação da venda de energia
para essa finalidade pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Hoje, os postos não podem cobrar pela recarga. Segundo a agência, a
proposta de regulamentação será apreciada no primeiro semestre de 2018.
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