‘Comecei a chorar pensando que eles não queriam deixar um ao outro’, diz membro da equipe de resgate da balsa que afundou na Coreia do Sul
Estudantes da cidade mais afetada pela tragédia voltam às aulas
O Globo (Email)
SEUL — Um menino e uma menina da balsa sul-coreana que
afundou com centenas de pessoas amarraram as cordas de seus coletes
salva-vidas, relatou um mergulhador que recuperou os dois corpos,
presumivelmente para que eles não se separassem. Alunos da escola
Danwon, onde estudavam a maioria das vítimas do naufrágio, voltaram às
aulas nesta quinta-feira.
—
Eu comecei a chorar pensando que eles não queriam deixar um ao outro —
disse ele ao jornal “Kyunghyang Shinmun“ na ilha de Jindo nesta
quinta-feira, perto de onde a embarcação naufragou na semana passada.
O
pai do menino que ligou para o serviço de emergência antes mesmo que a
tripulação emitisse um sinal de alerta acredita que seu corpo também foi
encontrado, informou a guarda costeira. Os pais viram seu corpo e suas
roupas, e concluiu que era de seu filho, mas o menino não foi
formalmente identificado.
Das 476 pessoas que viajavam na
balsa, apenas 174 puderam ser resgatadas, entre elas quase toda a
tripulação, enquanto o número de mortos confirmados chegou nesta
quinta-feira a 171. Outros 131 passageiros, a maioria adolescentes,
permanecem desaparecidos — e já não há esperanças de encontrá-los vivos.
Durante
a semana, flores e mensagens se acumularam fora dos portões da escola
Danwon e ritos fúnebres ocorreram nas salas de aula, relatou a
correspondente da BBC em Seul.
A balsa Sewol, pesando
quase sete mil toneladas, afundou em uma viagem de rotina do porto de
Incheon, perto de Seul, para a ilha de Jeju. As investigações estão
focadas em erro humano e falha mecânica.
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