Entre os crimes mais recentes, estão o do comerciante Marcone da Costa, no Residencial Paraíso, e do vendedor de frutas Domingos Pereira.
Uma operação realizada ontem por policiais da Delegacia de Homicídios,
Polícia Interestadual (Polinter) e do 16° Distrito Policial, sob o
comando da Superintendência da Polícia Civil da Capital (SPCC),
conseguiu desarticular uma quadrilha composta por integrantes da facção
criminosa Bonde dos 40, suspeita de cometer vários homicídios na Região
Metropolitana de São Luís, e de comandar o tráfico de drogas. O líder
seria Ivanilton Madeira Viegas, o Pikachu, que ainda está foragido. O
bando está sendo acusado pelo assassinato do comerciante Marcone da
Costa Pereira, de 38 anos, morto com vários tiros na porta do seu
estabelecimento comercial, no Residencial Paraíso, no dia 15 de abril, e
a execução com três tiros na cabeça do vendedor de frutas Domingos
Pereira Coelho, o Laranjeiro, de 57 anos, quando estava em sua banca, na
Avenida Colares Moreira, no São Francisco.
A
quadrilha foi apresentada à imprensa no auditório da Secretaria Estadual
de Segurança Pública, na Vila Palmeira, na tarde de ontem. Os presos
foram identificados como Jadson Rosa Câmara, o Alemão, de 20 anos, Gean
Araújo Pereira, de 20 anos; Luís Antônio Pavão Ferreira, o Limpal, de 23
anos; José Ivan Silva Câmara, de 23 anos, e Carlos Jorge Furtado
Rodrigues, de 21 anos.
A delegada-geral da Polícia
Civil, Maria Cristina Resende Meneses, explicou que todos os conduzidos
foram autuados em flagrante por formação de quadrilha, inclusive José
Ivan Silva Câmara, que foi baleado em confronto com os policiais, que
também foi autuado por tentativa de homicídio em decorrência da troca de
tiros com a polícia durante a prisão. Cristina Meneses informou ainda
que o grupo é apontado como autor dos dois homicídios ocorridos no dia
15 de abril. Eles já tinham atentando contra a vida de Marcone da Costa
no dia 1° de janeiro deste ano. Eles são apontados, também, como autores
da morte de Adriano Sodré Pinheiro, de 28 anos, no dia 31 de março
deste ano. “Até o momento, a quadrilha confessou que participou de
quatro homicídios na área da Vila Embratel. Provavelmente eles estão
envolvidos com a morte de um comerciante, ocorrida este mês, na
Liberdade”, disse a delegada-geral.
Além de Maria
Cristina Meneses, estavam na coletiva o subdelegado-geral da Polícia
Civil, Marcus Affonso; o superintendente da Superintendência da Polícia
Civil da Capital (SPCC), Katherine Chaves; os delegados da Polinter,
Paulo Márcio Tavares; da Homicídios, Jeffrey Furtado; e do 16° Distrito
Policial, Danilo Veras.
A
prisão - Ainda na madrugada de ontem, os policiais civis, com apoio dos
integrantes do Grupo Tático Aéreo (GTA), se deslocaram para o bairro
Piancó. O delegado Paulo Márcio Tavares disse que os policiais estavam
de posse dos endereços dos conduzidos e as prisões foram feitas em suas
casas. Apenas um deles, José Ivan Silva, tentou reagir à prisão e foi
baleado na perna e levado para o hospital municipal Djalma Marques,
Socorrão I, no Centro.
Todos os conduzidos foram
encaminhados para o 16° Distrito Policial, na Vila Embratel, onde Gean
Araújo afirmou que Pikachu tinha sido o autor dos disparos que vitimou o
Laranjeiro e o comerciante Marcone da Costa. Ele afirmou ainda que
Carlos Furtado Rodrigues seria o homem responsável em fornecer armas
para a quadrilha.
Investigação
- O delegado da Homicídios, Jeffrey Furtado, informou que,
primeiramente, foi observada a coincidência dos modus operandi realizada
pela quadrilha nos dois homicídios que tiveram como vítimas Domingos
Coelho e Marcone Pereira. “As duas mortes no mesmo dia e com
características de execução em um curto espaço de tempo, ou seja, menos
de duas horas de um crime para o outro”, frisou.
Furtado
afirmou ainda que as vítimas eram parentes de presos mortos na
rebelião, ocorrida no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas,
no dia 17 de dezembro de 2013, motivada por disputa de liderança da
facção do Bonde dos 40. Um dos mortos foi o irmão de Marconi Pereira, o
detento Irismar Pereira, o Uroca, morto com mais de 80 golpes de chuço.
Ele
cumpria pena por homicídio, depois de ter assassinado a tiros o
motorista da Taguatur Ronielson Lima Pinheiro, de 28 anos, o Roni, na
parada final da linha do coletivo Residencial Paraíso. O acusado chegou a
contratar o próprio sobrinho, Wesley Dutra Moraes, de 19 anos, o
Jameca, por um valor de R$ 2,5 mil para matar o rodoviário.
A
outra vítima dessa rebelião foi o filho de Domingos Coelho, o interno
Diego Michael Mendes Coelho, de 21 anos, que foi decapitado. O filho do
Laranjeiro estava preso em Pedrinhas desde 23 de julho de 2013, depois
de ter sido capturado em uma residência, localizada no Conjunto Paranã,
área do Maiobão, reunido com mais dois integrantes de uma organização
criminosa.
O delegado também informou que Diego
Michael possuía dívidas com traficantes e, após a sua morte, passaram a
cobrar o pai. Pessoas que conviviam com o vendedor de frutas disseram
que, na cobrança mais recente, ele teria afirmado, em tom de indagação,
que como morto poderia pagar dívida e sempre que bebia dizia que um dia
vingaria a morte do filho.
Após esse levantamento
feito pelas equipes da Delegacia de Homicídios e do 16° DP, dois
moradores da Vila Embratel apontaram Ivanilton Madeira e Luis Antônio
Ferreira, o Limpal, como os principais suspeitos pela morte do
comerciante Marcone Pereira. No dia 15 de abril, primeiramente a
quadrilha executou o comerciante, e logo em seguida, foi à casa de
Pikachu, na Liberdade, onde tiveram uma reunião. Após isso, executaram o
vendedor de frutas. De posse dessas informações, o delegado do 16° DP,
Danilo, solicitou a juíza da 3° Vara do Tribunal de Júri, Kátya Coelho, a
prisão dos envolvidos.
Os presos
Jadson
Rosa Câmara - Conhecido como Filho de Alemão. Contra ele, havia dois
mandados de prisão em aberto. Um expedido pela juíza Katya Coelho Dias,
da 3ª Vara Criminal, por um homicídio ocorrido no dia 19 de novembro de
2013, que vitimou Luís Carlos Castelo, de 24 anos. O outro mandado foi
expedido pelo juiz Ernesto Guimarães Alves, pela tentativa de homicídio
praticada no dia 1º de janeiro deste ano, que vitimou Marcone da Costa
Pereira.
Gean Araújo Pereira – Contra ele pesa o crime de tentativa de homicídio contra Marcone da Costa Pereira.
Luis
Antônio Pavão Ferreira - Conhecido como Limpal. Ele foi preso na Rua da
Vitória, no Piancó. Contra ele, há um mandado de prisão pela morte de
Luís Carlos Castelo. Ele já foi preso também por tráfico de drogas
José
Ivan Silva Câmara – Tinha um mandado de prisão pela morte de Luís
Carlos Castelo. Além de um mandado de prisão expedido em setembro de
2013, pela prática de outro homicídio. Ele trocou tiro com a polícia,
acabou baleado na perna e foi encaminhado ao Socorrão I. Depois foi
transferido para o Socorrão II, onde permanece internado.
Carlos
Jorge Furtado Rodrigues – Foi preso na 1ª Travessa da Rua da Vitória,
no Piancó. Ele é suspeito de fornecer armas ao bando. Na casa dele, os
policiais apreenderam um revólver calibre 38.
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