A CRÔNICA
por
Thaís Jorge
O Sport não tomou conhecimento dos cerca de 60 mil adversários na
arquibancada na noite desta quarta-feira. Apresentou uma defesa segura e
aproveitou os contra-ataques, neutralizando o Ceará, principalmente no
segundo tempo. O empate por 1 a 1 na Arena Castelão deu aos
pernambucanos a taça de campeão pela terceira vez na Copa do Nordeste e
ainda garantiu a vaga na Sul-Americana.
Magno Alves abriu o placar e deu esperança para os donos da casa. Neto
Baiano, que já marcara uma vez na vitória por 2 a 0 na partida de ida,
voltou a fazer um gol, desta vez de pênalti. Foi o suficiente para
apagar o adversário na etapa complementar.
O Sport já havia conquistado a Copa do Nordeste em 1994 e em 2000 -
desde então, foram realizadas seis edições. O Ceará buscava um título
inédito.
- Graças a Deus, saímos campeões. Acho que é fruto do trabalho da
gente. Agora, é focar no jogo de domingo. Vamos buscar ser campeões
novamente - comemorou Neto Baiano.
O compromisso do Sport agora é pela semifinal do Pernambucano: precisa
ganhar do Santa Cruz por qualquer placar para levar a decisão para os
pênaltis. O Ceará tem situação mais cômoda na semifinal do seu estadual:
classifica-se mesmo se perder por um gol de diferença (até 3 a 2).
A Arena Castelão recebeu seu maior público: foram 60.068 pagantes
(61.280 presentes), para uma renda de R$ 1.476.187. Nem mesmo Brasil x
México e Espanha x Itália, pela Copa das Confederações, alcançaram esse
número na arquibancada.
Jogadores do Sport comemoram o título com a torcida (Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press)
Lá e cá
O Ceará, em desvantagem, não conseguiu ser tão agressivo no início do
primeiro tempo como ordenou Sérgio Soares. Após chutes imperfeitos de
Vicente e Assisinho, a torcida se empolgou com uma conclusão de Bill
dentro da área. A bola passou perto do gol de Magrão. O jogo ficou mais
nervoso, e as equipes passaram a se estudar. O Alvinegro tentava vencer a
defesa adversária, e o Leão permanecia recuado, pronto para o
contra-ataque. Quando o visitante chegou com perigo, as vozes da
arquibancada já gritavam: "impedimento!".
Os torcedores do Vovô chegaram a esboçar um grito de gol na cobrança de
falta de Ricardinho, aos 25 minutos. E depois de desesperaram na
chegada de Wendel, com defesa de Luís Carlos, e no gol perdido por Magno
Alves, de cara para Magrão. O grito entalado só ecoou no Castelão aos
41. Souza, que estava apagado no jogo, deixou o Magnata livre para
balançar a rede. Um espécie de desculpa pela chance perdida antes.
Ricardinho quase fez o segundo aos 45, mas a bola passou à esquerda da
meta do Sport.
Sport põe água no chope do Ceará
A ofensividade do Ceará no fim da primeira etapa dava indícios de que
voltaria disposto a fazer o segundo para, pelo menos, levar a decisão
para os pênaltis. Mas não foi assim. Logo aos cinco minutos, a defesa
alvinegra falhou, Ailton caiu na área, e o Sport teve pênalti a favor.
Neto Baiano cobrou forte e fez 1 a 1. O golpe foi duro: na arquibancada,
silêncio; no gramado, o Ceará se desorganizou.
O Sport ficou à vontade para ameaçar com Durval de cabeça e depois com
Ferron, mas a bola passou raspando a trave de Luís Carlos. Com mais
posse de bola, os visitantes seguiram assustando, e o grito de "tri" dos
torcedores do Leão já pôde ser escutado por volta dos 25 minutos. Mesmo
precisando de gols, Sérgio Soares sacou Assisinho e colocou Leandro
Brasília. Aos 30, a torcida assistiu a mais uma chance perdida por Magno
Alves. Com a vantagem, o Leão ditava o ritmo.
A arquibancada do Castelão, no início lotada, foi se esvaziando. Do
lado do Sport, houve mais gritos de "é campeão" e "olé". Um dia depois
de receber o resultado do julgamento do STJ que lhe deu o título do
Campeonato Brasileiro de 1987 (embora ainda caiba recurso do Flamengo), o
Sport pode comemorar: é o rei do Nordeste em 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário