Cinegrafista filmava tubarões que passam à sua frente quando foi surpreendido. Encontro é um dos muitos momentos da Expedição Bahamas.
O repórter Francisco José encarou uma super-aventura do projeto Globo
Natureza no Fantástico, um desafio que pouca gente teria a coragem de
encarar. Ele está nas Bahamas e mergulhou em um mar infestado de tubarões.
Ilhas do arquipélago das águas cristalinas. Baleias vêm do Ártico para
ter os seus filhotes e acasalar nas Bahamas. O canto dos machos para
atrair as fêmeas. Um abismo que vai a mil metros de profundidade, ao
lado de um paredão, que é um jardim de corais. E o encontro com o grande
tubarão-tigre, a mesma espécie que ataca nas praias do Recife.
O manguezal é o berçário dos tubarões. E na ilha de Free Port, é
possível encontrá-los na água cristalina, junto com em naufrágios
cinematográficos.
O arquipélago das Bahamas tem mais de 700 ilhas, numa área de 26 mil quilômetros quadrados.
O arquipélago das Bahamas tem mais de 700 ilhas, numa área de 26 mil quilômetros quadrados.
Francisco José partiu da ilha de Free Port em busca de grandes
tubarões. Um barco veloz abriu caminho nas águas claras em direção ao
alto mar. Ele ficou duas horas e meia navegando e o tempo todo, a
profundidade não passava dos 20 metros. De repente, chega o abismo.
Águas profundas, onde vivem os grandes predadores.
O mergulhador Beto Barbosa explica que Tiger Beach é conhecido como a ‘praia dos tubarões-tigres’ e fica 19 milhas da costa.
Beto Barbosa é pernambucano e está há mais de dois anos mergulhando com
tubarões nas Bahamas. Uma profissão muito arriscada. A qualquer
descuido, pode haver um ataque.
Ele conta que já houve acidente fatal nessa região. A vítima morreu
antes de chegar nas ilhas. “Como em todos os casos de ataque de tubarão,
ele dá uma mordida investigatória. Só que uma mordida de um tubarão
desse, como a gente tá tão longe da costa...”, revela.
Apesar do nome, na praia dos tubarões-tigre não se vê a terra, nem
qualquer outro barco por perto. A embarcação da equipe do Fantástico
fica cercada por vários tubarões Eles têm o faro muito apurado e logo
começam a chegar, atraídos pelas iscas jogadas pela tripulação.
Os que ficam na superfície são das espécies lixa, recife e limão. Eles
não se incomodam em dividir o mesmo espaço. Mas, lá embaixo, no fundo do
mar, uma mancha escura indica que o primeiro tubarão-tigre já chegou
para o banquete. Mergulhar no meio de tantos tubarões requer muita
segurança e precaução.
"O que é importante é evitar movimentos bruscos. Então, a mão está aqui
na câmera, então fica na câmera. Quanto mais tubarão, mais competição",
alerta o mergulhador.
O encontro com o tubarão-tigre é um dos muitos momentos da Expedição
Bahamas. Os tripulantes do barco continuam jogando iscas para atrair o
maior número de tubarões. Beto leva também uma caixa de aço cheia de
peixes para atraí-los lá embaixo.
A visibilidade da água embaixo é superior aos 50 metros, uma das
maiores em todos os mares. Na superfície, dezenas de tubarões, mas o
perigo está embaixo. É o primeiro contato da equipe com o grande tigre.
Ele passa bem perto, atento aos movimentos. Era uma fêmea de quase
quatro metros.
Os tubarões cercam o mergulhador Beto Barbosa, atraídos pelos peixes
que estão na caixa de aço. As listras que os tubarões levam pelo corpo
são semelhantes aos tigres asiáticos, que deram nome aos tubarões-tigre.
Beto Barbosa usa uma luva de aço para oferecer um peixe. Ele conta que
uma mordida do animal destrói cascos de tartarugas. A fome é tanta que
ele tenta engolir até a câmera. É o momento de mostrar o tamanho da boca
desse animal e os dentes afiados que ele tem. O apetite de um grande
tigre parece insaciável. Aproveita a oferta dos peixes da caixa e está
sempre voltando para pegar mais.
Por um momento, Francisco José se afasta dos outros mergulhadores e é
surpreendido pela tigresa que volta em sua direção. Sozinho, só lhe
resta afastá-lo com a mão esquerda, enquanto continua gravando com a
outra mão. Ela recua. Por perto, os tubarões ainda rondam a caixa de aço
com as iscas.
Enrico Marcovaldi filma os tubarões que passam à sua frente e esquece
de ficar de olho nos mais perigosos. Um grande tigre vem por trás do
cinegrafista. Francisco José sentiu que ele poderia ataca-lo, mas estava
longe e só lhe restou flagrar o flagrante. Quando o tubarão estava a
menos de meio metro, o mergulhador de segurança desceu rápido e afastou o
animal com uma luva de aço. Dessa vez, foi apenas um susto.
O tigre segue soberano e volta diversas vezes para as câmeras. Nas
Bahamas há uma lei que proíbe matar tubarões. No local, eles estão
protegidos, como em todos os lugares onde o meio ambiente é preservado. E
os animais não podem ser caçados. Por isso, a interação entre as feras e
os seres humanos. Na água cristalina, bem alimentado, o grande predador
convive em harmonia com o mergulhador.
O mergulho chega ao fim após uma hora e meia. O ar dos cilindros já
está na reserva. Subir para o barco é mais uma etapa crítica e requer
muito controle emocional para evitar os movimentos bruscos. Mas a
expedição ainda não terminou. O Fantástico ainda vai visitar um berçário
de tubarões no manguezal, nadar com as baleias que vêm do Ártico e
explorar grandes naufrágios.
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