Cerimônia começou às 19h25, com parentes, amigos e fãs do cantor.
Ele era conhecido por sucessos como 'Disparada' e 'Deixa isso pra lá'.
A mulher e os filhos de Jair Rodrigues no velório do cantor em São Paulo (Foto: Fabiana de Carvalho/G1)
Jair
Oliveira, parentes e amigos carregam o caixão com o corpo de Jair
Rodrigues, na Assembleia Legislativa de São Paulo, nesta quinta-feira
(8) (Foto: Leco Viana/Futura Press)
O corpo de Jair Rodrigues
começou a ser velado na Assembleia Legislativa, em São Paulo, às 19h25
desta quinta-feira (8). Família e amigos do cantor pediram privacidade e
ficaram sozinhos, antes que a cerimônia fosse aberta ao público, cerca
de 20 minutos depois.
Jairzinho fala com jornalistas no velório do corpo de
Jair Rodrigues (Foto: G1)
Jair Rodrigues (Foto: G1)
A viúva Claudine Mello; os filhos Jair Oliveira e Luciana Mello; e a
nora Tania Khalill homenagearam Jair. "É uma responsabilidade muito
grande cuidar do legado que meu pai deixou. Ele tinha muita leveza e
minha principal lembrança é o sorriso", disse o filho do cantor.
Jairzinho lembrou que o pai costumava dizer que era "o homem mais feliz
do mundo".
Amparada pelo filho, Claudine chorou em frente ao caixão. Ele disse que
com o tempo a mãe vai conseguir sorrir de novo. "Ela vai se lembrar do
sorriso do meu pai e vai sorrir também", comentou.
O rapper Rapin Hood, a atriz Angelina Muniz e o cantor Max de Castro
também estiveram na Assembleia Legislativa. "É inacreditável, mas quando
o cara lá de cima decide a gente tem que ir. Ele jamais vai sair do meu
coração. E que minha Silvinha receba ele lá em cima", disse o cantor
Eduardo Araújo.
Parentes, amigos e fãs rezam durante velório de
Jair Rodrigues (Foto: G1)
Jair Rodrigues (Foto: G1)
O apresentador da TV Globo Serginho Groisman disse que fará uma
homenagem em seu programa "Altas Horas". "É uma pequena homenagem frente
à alegria e à generosidade que ele sempre teve", disse.
"É dificil acreditar que ele morreu, não pela idade, mas pela
vitalidade", acrescentou. Apesar da tristeza, o cantor deve ser lembrado
com um sorriso. "Um homem que nessa idade ainfa ficava plantando
bananeira é para a gente lembrar sorrindo mesmo."
O publicitário Washington Olivetto comentou que teve privilégio de
conhecer Jair e seus filhos. "Foi uma surpresa imensa, porque ele estava
saudabilíssimo. Vi recentemente e estava exuberante. Jair é síntese da
alegria do povo brasileiro", resumiu Olivetto. "Era um cara muito
humilde, um exemplo para os artistas", elogiou Rapin Hood.
Coroas de flores no velório do cantor Jair
Rodrigues, nesta quinta-feira (8), em São Paulo
(Foto: Fabiana de Carvalho / G1)
Rodrigues, nesta quinta-feira (8), em São Paulo
(Foto: Fabiana de Carvalho / G1)
Chorando muito, a cantora Roberta Miranda diz que Jair Rodrigues era
uma pessoa a quem dava muito valor e por quem tinha gratidão. "Grata a
Jair por ter jogado Roberta Miranda no mercado musical e em uma posição
digna", afirmou, citando a gravação de “A Majestade, O Sabiá”.
O músico Juca Chaves disse estar “muito triste, muito triste mesmo”.
“Quando se morre de amor, não se morre. E ele era uma pessoa tão
querida. Mais do que um grande artista, era um grande homem."
A cantora Simoni, que participava da Turma do Balão Mágico ao lado de
Jairzinho quando os dois eram crianças, lembrou da convivência com o
cantor.
“Eu o conhecia desde pequena, sempre convivi com a família dele. Era
querido demais, uma pessoa incrível e um palhaço também”, diz.
Juca Chaves, Raul Gil (centro) e Ari Toledo durante
o velório do cantor Jair Rodrigues. (Foto: Fabiana
de Carvalho/G1)
o velório do cantor Jair Rodrigues. (Foto: Fabiana
de Carvalho/G1)
Por volta das 22h30, o apresentador Raul Gil chegou à Assembleia
Legislativa ao lado de Ary Toledo. Foram recebidos pelo cantor Juca
Chaves.
"Eu e Jair crescemos juntos na vida artística. Eu tinha 23 e ele 22.
Ele frequentava minha casa e quem inventou o apelido de Cachorrão fui
eu. Tinha por ele o carinho de um irmão. Há pouco tempo fui ao
aniversário dele, cantamos juntos e eu ainda disse, 'Olha a gente ai,
firme com essa idade", afirmou Raul Gil. Com voz trêmula, quase
chorando, finalizou: "É uma tristeza muito grande. O Brasil perdeu seu
cara mais alegre. Olha que eu o conheço há mais de 50 anos e nunca o vi
triste".
Ary Toledo elogiou o cantor: "Se enganam as pessoas que acham que ele
viveu 75 anos. Ele morreu com 75, mas viveu 500. Era o eterno moleque. O
maior intérprete e o artista mais eclético que o Brasil já conheceu".
Acompanhada do músico Júnior Lima, a dupla sertaneja Chitãozinho e
Xororó também foi ao velório. Júnior disse que se sentia órfão de Jair
Rodrigues. "O Jair era o nosso James Brown." "Sempre pensei que ele
fosse viver uns 100 anos, estava sempre impecável, sempre bem cuidado",
afirmou Xororó.
Foram ainda ao velório de Jair Rodrigues a atriz Lúcia Veríssimo, o
apresentador Leão Lobo e os cantores Luiza Possi, Agnaldo Rayol e
Roberto Leal, que chorou ao se aproximar do caixão.
Jair tinha 75 anos e a causa da morte foi infarto agudo do miocárdio, informou a assessoria de imprensa do cantor. O corpo foi encontrado na sauna da casa em que Jair morava, em Cotia (SP), na manhã desta quinta. O enterro está marcado para o Cemitério Gethsêmani no Morumbi, na sexta-feira (9), às 11h, apenas para familiares e amigos.
Jair tinha 75 anos e a causa da morte foi infarto agudo do miocárdio, informou a assessoria de imprensa do cantor. O corpo foi encontrado na sauna da casa em que Jair morava, em Cotia (SP), na manhã desta quinta. O enterro está marcado para o Cemitério Gethsêmani no Morumbi, na sexta-feira (9), às 11h, apenas para familiares e amigos.
Começo nos anos 60
Jair Rodrigues de Oliveira nasceu em Igarapava (SP), em 6 de fevereiro de 1939. Pai dos também cantores Jair de Oliveira e Luciana Mello, ele começou sua carreira nos anos 1960, em programas de calouros. Três anos antes, foi crooner em casas no interior de São Paulo.
Jair Rodrigues de Oliveira nasceu em Igarapava (SP), em 6 de fevereiro de 1939. Pai dos também cantores Jair de Oliveira e Luciana Mello, ele começou sua carreira nos anos 1960, em programas de calouros. Três anos antes, foi crooner em casas no interior de São Paulo.
O primeiro LP é "Vou de samba com você" (1964), que tinha "Deixa isso
pra lá". A canção fez Jair ser considerado pioneiro do rap no Brasil.
Com versos mais falados do que cantados, a música, originalmente um
samba, ganhou popularidade também graças à coreografia feita com as
mãos. Em 1999, foi gravada em parceria com o grupo Camorra.
O registro de estreia do cantor, no entanto, é de 1962. Trata-se de um
disco de 78 rotações com as canções "Brasil sensacional" e "Marechal da
vitória", que tinham como tema a Copa do Mundo daquele ano, no Chile,
vencida pela seleção brasileira.
Jair Rodrigues também ficou conhecido pelo trabalho ao lado de Elis
Regina. Os dois iniciaram a parceria em 1965 e lançaram o disco ao vivo
"Dois na bossa". A boa repercussão do LP rendeu o convite para
apresentar o programa O Fino da Bossa, que estreou em maio daquele ano
na TV Record. Com Elis, o cantor lançou em 1966 e 1967 outros dois
volumes da série "Dois na bossa".
A vitória no II Festival de Música Popular Brasileira, em 1966, foi
outro ponto marcante da trajetória de Jair Rodrigues. Ele concorreu com
"Disparada", escrita por Geraldo Vandré e Teo de Barros. Na final,
dividiu o primeiro lugar com "A banda", composição de Chico Buarque
interpretada na ocasião por Nara Leão.
No IV Festival de Música Popular Brasileira, em 1968, Jair Rodrigues
também se destacou. Com "A família", de Chico Anysio e Ari Toledo, ficou
em terceiro lugar segundo o júri popular.
Já na década seguinte, o cantor dedicou-se mais intensamente ao samba.
Em 1971, saiu o LP "Festa para um rei negro". Uma das canções era o
samba-enredo que deu título ao trabalho, defendido pela escola de samba
Acadêmicos do Salgueiro. A música era conhecida pelo refrão "Ô lê lê, ô
lá lá/ pega no ganzê/ pega no ganzá".
Outros álbuns do período são "Orgulho de um sambista", "Ao vivo no
Olympia de Paris", "Eu sou o samba", "Estou com o samba e não abro" e
"Couro comendo" (1979). Durante esse período, o cantor se tornou pai. Em
1975, nasceu seu filho Jair Oliveira, o Jairzinho, estrela do grupo
infantil Balão Mágico e depois passou a cantar MPB. Quatro anos depois,
nasceu Luciana Mello. Influenciada pelo pai e pelo irmão, também seguiu a
carreira musical. Jair deixa os filhos e a mulher, Clodine.
Na década de 1980, vieram álbuns de temática mais popular e por vezes
romântica, caso de "Estou lhe devendo um sorriso", "Alegria de um povo",
"Jair Rodrigues de Oliveira" e "Carinhoso". Na década de 1990, houve
uma predileção pela música sertaneja e caipira e por uma revisão de
gêneros desde o seu início como artista.
Os nomes dos discos do período são autoexplicativos: "Lamento
sertanejo", "Viva meu samba", "Eu sou… Jair Rodrigues", "De todas as
bossas" e "500 anos de folia – 100% ao vivo". Nos últimos anos, Jair
Rodrigues seguia na ativa em projetos com os filhos, em discos lançados
por ele. Também se envolveu com homenagens a Elis Regina. Em 2012,
participou de eventos que lembraram os 30 anos de morte da cantora e
antiga parceira. Nos últimos anos, Jair Rodrigues seguia na ativa em
projetos com os filhos, em discos lançados por ele e também ao
participar de homenagens para Elis Regina.
Ele seguia em turnê para divulgar seu disco mais recente, "Samba
mesmo", que teve dois volumes lançados em março deste ano. Jair tinha
apresentações marcadas para os próximos dias em Florianópolis e Contagem
(MG). O
cantor se despediu dos palcos e da música na última terça-feira (6)
durante uma apresentação no Hotel Guanabara, em São Lourenço (MG).
Segundo o organizador do show, Daniel Moura, Jair cantou e dançou por
mais de uma hora demonstrando a típica alegria e vitalidade.
Ele plantou bananeira no palco e fez uma homenagem para Elis Regina.
Segundo Moura, antes de "Romaria", conversava com a cantora como se ela
estivesse no palco: "Olha Pimentinha, manda um abraço para São Pedro
porque eu não estou com pressa".
Coroa de flores deixada para Jair Rodrigues e o terno com o qual o corpo do cantor será velado (Foto: G1)
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