Liliane Cutrim e Ana Beatriz Costa/Imirante.com
Fagner Barros dos Santos morreu com um tiro na cabeça; Outras três pessoas ficaram feridas.
SÃO
JOSÉ DE RIBAMAR – Uma reintegração de posse, na manhã desta
quinta-feira (13), causou um confronto entre moradores de uma invasão na
Vila Luizão, em São José de Ribamar, e a Polícia Militar do Maranhão. A
confusão terminou em tragédia, deixando uma pessoa morta e três
feridas.
O
jovem de 19 anos, identificado como Fagner Barros dos Santos, foi
assassinado com um tiro na cabeça, disparado por um policial militar.
Segundo populares, Fagner tinha um terreno na invasão e estava no local
acompanhando a ação da polícia, que foi fazer a retirada dos invasores.
Testemunhas
contam que, após o PM ter atirado em Fagner, a população correu pra
cima do jovem, e o Grupo Tático Aéreo (GTA) começou a disparar bombas de
efeito moral para dispersar o povo, para que a polícia pegasse a
vítima. Segundo populares, os policiais pegaram o corpo do jovem e
jogaram, displicentemente, na mala do carro da PM.
Além de Fagner
Barros, mais três pessoas foram baleadas: uma criança, uma mulher e um
homem. Ainda não foram divulgados os nomes dessas vítimas e nem o estado
de saúde delas.
Truculência e despreparo da Polícia Militar
O
terreno, que fica na avenida do Sampaio Corrêa, na região da Vila
Luizão e Turu, foi invadido há cerca de três meses. Na manhã desta
quinta-feira (13), cerca de 50 homens da Polícia Militar do Maranhão
foram ao local para retirar os invasores.
Segundo
populares, a ação da polícia foi violenta. Mesmo com os invasores
desarmados, os policiais começaram a atirar contra o povo, que estava em
desespero com a saída forçada do terreno onde faziam suas casas.
No
início da tarde de hoje, após a ação dos PMs, populares bloquearam a
avenida Sampaio Corrêa. A polícia permanece de longe observando o
movimento.
Posicionamento da SSP-MA
A
Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) se manifestou, por
meio de nota, sobre a ação policial. Segundo a SSP, o tiro que matou o
jovem Fagner foi disparado pelo cabo Marcelo Monteiro dos Santos, que
integrava a operação de reintegração de posse. A secretaria afirma que o
PM agiu sem ordens superiores e descumprindo a lei.
Ainda de
acordo com a SSP, o governo do Estado do Maranhão repudia veementemente a
atitude do policial, que já se encontra preso e será autuado em
flagrante delito na Delegacia de Homicídios da Capital. O cabo
responderá a processo, que vai apurar a responsabilidade dele no
disparo.
Veja, na integra, a nota da SSP-MA
Em
cumprimento de ordem judicial, a Polícia Militar do Estado do Maranhão
deflagrou na manhã desta quinta (13) operação para desocupação de prédio
em área urbana, no Turu. Sem ordens superiores e em descumprimento à
lei, o cabo Marcelo Monteiro dos Santos, que integrava a operação,
disparou tiro contra um dos manifestantes que, infelizmente, veio a
óbito.
O Governo do Estado do Maranhão repudia
veementemente a ação isolada do policial, o qual já se encontra preso e
será autuado em flagrante delito na Delegacia de Homicídios. Ele
responderá a processo, que vai apurar responsabilidade do cabo que
efetuou o disparo e do comandante da operação.
O Estado
do Maranhão informa ainda que prestará toda a assistência necessária à
família da vítima através da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e
Participação Popular.
Outro caso de ação da PM
No
último dia 6 de agosto, a Polícia Militar retirou, com bombas de efeito
moral, populares que manifestavam na avenida Beira-mar, em São Luís,
contra uma ordem de reintegração de posse na Vila Nestor, em Paço do
Lumiar.
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