Câmara aprovou nesta quarta-feira projeto que aumenta gastos da União.
Segundo interlocutor, movimento mostra ‘mais atenção’ a peemedebista.
A presidente Dilma Rousseff chamou ao Palácio do Planalto nesta quinta-feira (6) o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros
(PMDB-AL), para tentar barrar a aprovação no Senado do projeto aprovado
pela Câmara que vincula os salários das carreiras da Advocacia-Geral da
União e de delegados civis e federais a 90,25% do salário dos ministros
do Supremo Tribunal Federal (STF).
Atualmente o salário dos ministros do STF, que representa o teto do
funcionalismo público, é de R$ 33,7 mil. Com a vinculação em 90,25%, a
remuneração das carreiras citadas na proposta de emenda à Constituição
passará a ser de R$ 30,4 mil, valor próximo ao da presidente da
República – R$ 30,9 mil. Segundo o ministro do Planejamento, Nelson
Barbosa, o impacto da PEC será de R$ 2,4 bilhões nas contas públicas.
Segundo um interlocutor da presidente, o encontro entre ela e Renan
nesta quinta no Planalto mostrou que ela pretende dar “mais atenção” ao
peemedebista. Segundo este assessor, Dilma quer ter relação de “maior
confiança” com o senador.
O encontro de Dilma e Renan não constou da agenda oficial dos dois,
porém, segundo este assessor, já havia sido acordado entre a petista e o
parlamentar na semana passada. Ainda de acordo com este interlocutor da
presidente, ela avalia que o Senado tem “maior responsabilidade com o
fiscal” e não deve elevar os gastos do governo.
Conhecida como “pauta-bomba”, a proposta aprovada nesta madrugada na
Câmara aumenta os gastos da União. Em meio às medidas de ajuste fiscal
propostas pelo Executivo para reduzir gastos e reequilibrar as contas, o
Planalto tenta conter no Legislativo projetos que elevem as despesas.
No mês passado, por exemplo, Dilma vetou o reajuste aprovado pelo
Congresso aos servidores do Judiciário.
Articulação política
Também nesta quinta, Dilma convocou ao Palácio da Alvorada ministros do PT para pedir a eles que apoiem o vice-presidente Michel Temer na condução da articulação política do governo.
Articulação política
Também nesta quinta, Dilma convocou ao Palácio da Alvorada ministros do PT para pedir a eles que apoiem o vice-presidente Michel Temer na condução da articulação política do governo.
Segundo um dos ministros presentes, Dilma deu uma “dura” nos
conselheiros políticos e disse que eles “lavaram as mãos” desde que
Temer assumiu a interlocução com o Congresso Nacional.
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