André Richter/Agência Brasil
A votação está prevista para começar às 10h.
BRASÍLIA
- A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) define
hoje (5) a lista tríplice para o cargo de procurador-geral da República.
A entidade recebeu quatro candidaturas que vão disputar a vaga de
Rodrigo Janot, atual procurador e candidato à recondução. Caberá à
presidenta Dilma Rousseff escolher um dos três mais votados para ocupar o
cargo. Dilma não é obrigada a escolher o mais votado.
A votação
está prevista para começar às 10h em todas as unidades do Ministério
Público Federal (MPF) no país. A apuração será feita por meio de um
sistema eletrônico interno. O resultado deve ser divulgado por volta das
19h. Além de Janot, concorrem ao cargo os subprocuradores Carlos
Frederico Santos, Mario Bonsaglia e Raquel Dodge.
O mandato de
Janot acaba dia 17 de setembro, mas ele pode ser reconduzido pela
presidenta Dilma Rousseff por mais dois anos. Mesmo com essa
possibilidade, a eleição interna entre 1,2 mil membros da
Procuradoria-Geral da República tem de ser feita para a formação da
lista. A apresentação da relação não é obrigatória, mas é feita pela
associação de procuradores desde 2001. A entidade considera que essa é a
maneira mais democrática de indicar seu representante.
Nos
debates dos quais participou, Janot garantiu que vai continuar
trabalhando para manter a independência do Ministério Público e
intensificará o combate à corrupção. Ele chefia as investigações da
Operação Lava Jato e foi criticado por integrantes do Senado após a
deflagração da Operação Politeia, fase da Lava Jato deflagrada no mês
passado, que fez buscas e apreensões nas casas dos senadores Fernando
Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra (PSB-PE). Os
parlamentares devem participar da votação da eventual recondução de
Janot.
Durante o debate entre os candidatos, feito no dia 27 de
julho, o procurador Carlos Frederico disse que sua plataforma se baseia
em igualdade, inclusão e liberdade de expressão. Candidata ao cargo pela
segunda vez, Raquel Dodge ressaltou a importância de bons salários na
carreira. Segundo ela, a dignidade remuneratória é fundamental para que
instituições com as características do MPU não se tornem instituições de
passagem. Mario Bonsaglia ressaltou o respeito à autonomia
institucional dos diversos ramos do Ministério Público e destacou a
importância da valorização dos membros do MPU. Ele disse que, além de se
preocupar com questões institucionais, estará atento às questões
corporativas.
A presidenta Dilma não é obrigada a nomear o
candidato mais votado, porém o critério é observado desde o governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para tomar posse, o procurador
precisa ter o nome aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania do Senado e pelo plenário da Casa, em votação secreta.
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